A-29 Super Tucano da Esquadrilha da Fumaça combina acrobacia e poder militar
O A-29 da Esquadrilha da Fumaça deriva do mesmo modelo usado em combate por forças internacionais
O A-29 Super Tucano da Esquadrilha da Fumaça voltou ao centro das atenções após o acidente ocorrido em 30 de julho de 2025. Durante um voo de treinamento entre Descalvado e Porto Ferreira, no interior paulista, uma das aeronaves da equipe caiu após uma colisão. Embora seja conhecido por suas acrobacias que encantam o público, o A-29 tem origem militar e foi projetado para missões reais de combate.
Desenvolvido pela Embraer, o Super Tucano é um turboélice de ataque leve e treinamento avançado. Desde seu lançamento, o modelo conquistou espaço no mercado internacional. Atualmente, mais de 290 unidades foram contratadas por pelo menos 20 países. Forças como as dos Estados Unidos, Colômbia, Nigéria e Filipinas utilizam o A-29 em missões de vigilância, patrulhamento e apoio tático.
Além de robusto, o avião é eficiente, barato de operar e capaz de atuar em pistas curtas. Por isso, tornou-se uma escolha ideal para regiões com infraestrutura limitada e ambiente hostil.
A-29 reúne velocidade, alcance e desempenho técnico
O A-29 utiliza um motor Pratt & Whitney PT6A-68C de 1.600 shp. A velocidade máxima chega a 590 km/h. Além disso, a autonomia varia de 1.330 km com tanques internos até 2.855 km com tanques externos.
O comprimento da aeronave é de 11,30 metros. Já a envergadura, de ponta a ponta das asas, mede 11,14 metros. A altura atinge 3,97 metros. O peso vazio gira em torno de 3.200 kg, podendo chegar a 5.400 kg com carga máxima. Por fim, o A-29 sobe a uma razão de 1.220 metros por minuto, o que garante desempenho confiável.
FAB opera 68 aeronaves A-29 em diferentes funções
A Força Aérea Brasileira (FAB) mantém 68 A-29 Super Tucano em sua frota. Esses aviões estão divididos entre unidades operacionais, manutenção técnica e reservas estratégicas.
Atualmente, quatro esquadrões utilizam o modelo: o Esquadrão Joker (2º/5º GAv), o Esquadrão Escorpião (1º/3º GAv), o Esquadrão Grifo (2º/3º GAv) e o Esquadrão Flecha (3º/3º GAv). Além das operações, o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS) realiza as manutenções pesadas, chamadas de manutenção nível PARQUE. Como resultado, a frota se mantém disponível e segura. A FAB ainda mantém unidades extras estratégicas prontas para reforçar ações emergenciais.
Esquadrilha da Fumaça usa versão adaptada para acrobacias
Desde 2015, a Esquadrilha da Fumaça passou a voar com o A-29 Super Tucano. Ao todo, a FAB adaptou 12 aeronaves para a unidade. No entanto, apenas sete participam das apresentações. Todas são monoplaces e passam por alterações técnicas específicas.
Para ganhar agilidade, os engenheiros removeram armamentos e blindagens. Dessa forma, o avião ficou mais leve e responsivo. Durante as exibições, os pilotos executam manobras de alta precisão, como curvas fechadas e figuras sincronizadas.
Sistema de fumaça colorida é nacional e permite frases no ar
O sistema de fumaça também chama atenção. O PAMA-LS, além de realizar a manutenção, desenvolveu o mecanismo de fumaça colorida utilizado pela Esquadrilha. Esse sistema injeta óleo vegetal biodegradável nos escapamentos. Como resultado, forma-se uma trilha densa e visível. As cores disponíveis são: branca, azul, verde e amarela. Com isso, os pilotos citam a bandeira nacional, corações e outros desenhos durante os voos.
Mais recentemente, uma adaptação feita no EDA permitiu um avanço visual ainda maior. Os sete aviões passaram a escrever frases curtas no céu, utilizando um sistema automatizado que libera a fumaça conforme a programação recebida. Essa inovação tornou as apresentações ainda mais impactantes.
Acidente com A-29 expõe os desafios das missões acrobáticas
No dia 30 de julho de 2025, por volta das 10h30, dois A-29 da Esquadrilha da Fumaça colidiram durante um voo de treinamento sobre o interior paulista. Um dos aviões retornou à base com danos visíveis. O outro caiu em uma área de mata, mas o piloto conseguiu se ejetar e foi resgatado com vida.
A Força Aérea Brasileira informou que a missão seguia os protocolos operacionais previstos. O caso chamou atenção para os riscos envolvidos nas demonstrações aéreas, que exigem alto nível de precisão e sincronização. Ainda assim, a Esquadrilha da Fumaça permanece como símbolo de excelência técnica, disciplina e profissionalismo na aviação militar brasileira