Aeroporto de Natal não recebe mais voos internacionais desviados
Falta de trator rebocador limita operação de aeronaves de grande porte
O aeroporto de Natal não recebe mais voos internacionais desviados por falta de trator rebocador compatível com aeronaves de categoria E, aquelas com envergadura superior a 52 metros. Apesar de ter estrutura para receber modelos como Airbus A330, A340 e Boeing 787 Dreamliner, essa limitação técnica compromete operações regulares e emergenciais.
O que são voos internacionais desviados
Voos internacionais desviados – alternados -, acontecem quando aeronaves pousam em aeroportos não previstos na rota original. Geralmente, isso ocorre por condições meteorológicas adversas, emergências médicas ou questões operacionais inesperadas. Fortaleza, por exemplo, recebe regularmente pousos desse tipo de companhias como Latam, Azul, Air France, Iberia, KLM e Swiss. Mesmo com localização estratégica semelhante, o aeroporto de Natal não divide esse fluxo de operações, especialmente quando envolvem aeronaves widebody.
Falta de demanda regular por aeronaves categoria E
A ausência de voos regulares com aeronaves de fuselagem larga também contribui para essa limitação. A TAP, por exemplo, opera atualmente a rota Natal–Lisboa com o Airbus A321LR, categoria 4C, e não mais com o A330. Com operações esporádicas de grande porte, empresas de ground handling, como a DNATA, optam por não investir em tratores rebocadores categoria E. Assim, forma‑se um ciclo em que a baixa demanda reduz a infraestrutura, e a falta de infraestrutura afasta novas operações internacionais.
Impactos para passageiros e operações
Mesmo com a Zurich Airport Brasil afirmando que o aeroporto pode receber aeronaves categoria E, a falta de trator rebocador impõe restrições. Nessas situações, passageiros precisam desembarcar por escadas e serem transportados por ônibus até o terminal. Embora seja operacionalmente viável, esse método reduz o conforto e aumenta o tempo de deslocamento. Além disso, a ausência de widebodies limita o potencial de voos cargueiros, já que aeronaves narrowbody – aviões que têm apenas um corredor central na cabine de passageiros -, não transportam grandes volumes em rotas transatlânticas.
Caso marcante com a Air Europa
Em 1º de julho de 2024, um Boeing 787‑9 Dreamliner da Air Europa, que voava de Madri para Montevidéu, precisou desviar para Natal após enfrentar turbulência severa no Atlântico. Vários passageiros ficaram feridos, exigindo atendimento imediato. Como não havia trator rebocador adequado, a aeronave ficou estacionada no pátio remoto 01, sem alinhamento à posição de gate. Esse episódio evidenciou de forma clara as limitações operacionais e reforçou a necessidade de investimentos para viabilizar operações de desvio de rota.
Perspectivas para o aeroporto de Natal
O aeroporto de Natal não recebe mais voos internacionais desviados com frequência devido à ausência de trator rebocador para aeronaves categoria E. Sem esse equipamento, operações com Airbus A330, A350 ou Boeing 787 permanecem restritas. Isso reduz o potencial de crescimento e a atratividade do terminal para companhias internacionais. Investir em infraestrutura de solo é fundamental para que Natal volte a receber voos internacionais desviados e amplie sua relevância no tráfego aéreo global.
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