Novo diretor da ANAC não tem qualificação profissional e mesmo assim foi aprovado pelo Senado
Indicado à ANAC não tem experiência em aviação e sua aprovação gera polêmica entre senadores
ANAC terá novo diretor demitido por fraude no Banco do Brasil e acusado de danos à Caixa, o Senado aprovou a indicação para a Agência Nacional de Aviação Civil, em votação. O placar de 28 votos favoráveis contra 23 contrários mostrou uma divisão expressiva entre os parlamentares, refletindo a controvérsia em torno do nome escolhido pelo governo federal. A aprovação, no entanto, não apagou os questionamentos levantados durante a sabatina na Comissão de Infraestrutura. Críticas à falta de experiência em aviação e ao histórico polêmico do novo diretor marcaram a sessão e continuam a repercutir fortemente no setor aéreo. Assim, a chegada de um gestor sem trajetória consolidada na aviação civil abre margem para incertezas e aumenta a desconfiança sobre os próximos passos da agência reguladora.
ANAC terá novo diretor demitido do Banco do Brasil
A indicação foi formalizada em maio de 2025, após o término do mandato de Ricardo Bisinotto Catanant. O escolhido foi Antonio Mathias Nogueira Moreira, ex-gerente-geral do Banco do Brasil em Sento Sé, na Bahia. Em 2011, ele perdeu o cargo após acusações de irregularidades. Segundo a auditoria interna, Moreira autorizou empréstimos suspeitos para familiares e movimentou sem permissão a conta da prefeitura local. O procedimento interno apontou prejuízo de aproximadamente R$ 350 mil. Mesmo sem provas suficientes para condenação financeira, a demissão por justa causa acabou confirmada na esfera trabalhista, tanto no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região quanto no Tribunal Superior do Trabalho. A trajetória no banco, portanto, terminou de forma conturbada e permanece sendo lembrada como um episódio negativo em sua carreira.
ANAC terá novo diretor acusado de irregularidades na Caixa
Após a saída do Banco do Brasil, Moreira ingressou na Caixa Econômica Federal em 2012 por meio de concurso público. No entanto, sua passagem pela instituição também gerou questionamentos. Em 2020, o Ministério Público Federal investigou suspeitas de falsificação de assinaturas e inclusão de dados falsos nos sistemas internos da Caixa. O objetivo, segundo a apuração, era beneficiar a empresa M Moreira Serviços de Informática e Eventos Ltda., da qual era sócio. Para encerrar o processo, Moreira assinou um acordo de não persecução penal. Ele se comprometeu a pagar dois salários mínimos e a manter seu endereço atualizado junto à Justiça. Embora tenha evitado uma condenação, o caso fortaleceu a imagem de gestor envolvido em episódios controversos, aumentando a resistência em torno de sua indicação para um cargo tão sensível.
Defesa de Antonio Moreira durante a sabatina
Durante a sabatina no Senado, Moreira adotou um discurso enfático em defesa de sua trajetória. Ele afirmou que a segurança operacional será tratada como prioridade inegociável e prometeu garantir a autonomia técnica da ANAC. Além disso, defendeu a valorização dos servidores de carreira e afirmou que pretende embasar todas as decisões em dados, evidências e interesse coletivo. O indicado também se comprometeu a equilibrar o estímulo ao crescimento do setor aéreo com a devida proteção aos passageiros, destacando que a aviação civil deve ser encarada como política de Estado. Apesar das declarações firmes, os senadores opositores mantiveram suas críticas e ressaltaram os episódios passados, considerados incompatíveis com a seriedade exigida para o cargo.
Questionamentos sobre a falta de experiência em aviação
A ausência de experiência no setor aéreo tornou-se um dos principais pontos de contestação. Moreira jamais trabalhou diretamente em empresas de aviação, operações aeroportuárias ou atividades relacionadas à regulação do transporte aéreo. Sua carreira desenvolveu-se majoritariamente em funções de governança, riscos e conselhos de administração, como na Infra SA e na BRF. Para parlamentares críticos, a falta de vivência prática compromete a legitimidade do novo diretor diante de um setor altamente técnico e regulado. Ainda assim, sua indicação recebeu apoio suficiente para aprovação no plenário, reforçando a força política por trás de sua escolha.
ANAC terá novo diretor com trajetória contestada
Após a aprovação, integrantes do governo destacaram que a indicação seguiu os critérios legais e de governança previstos para cargos em agências reguladoras. Ainda assim, especialistas e representantes do setor analisam a nomeação com cautela. O histórico do novo diretor reúne a demissão por fraude no Banco do Brasil, um acordo judicial na época em que atuava na Caixa e a ausência de experiência em aviação civil. Por isso, sua chegada à diretoria da ANAC ocorre sob forte escrutínio. A partir de agora, ele precisará demonstrar capacidade, transparência e firmeza para liderar a agência em um período de grandes desafios. O setor aéreo brasileiro enfrenta pressões por modernização, maior acessibilidade e fortalecimento da segurança operacional. Assim, o futuro da ANAC dependerá da habilidade do novo diretor em superar a desconfiança e entregar resultados concretos.
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