Uma proposta que desafia conforto e segurança a bordo
Entenda como o assento vertical em aviões funciona e por que ele ainda não foi liberado pelas autoridades
O conceito de assento vertical em aviões voltou a ganhar destaque no setor aeronáutico. A proposta vem de uma empresa italiana de design que criou um protótipo inovador. Nesse modelo, os passageiros permanecem quase em pé, inclinados a cerca de 45 graus, durante voos de curta duração. Conforme os criadores, a solução pode aumentar a capacidade da aeronave e reduzir o consumo de combustível. Além disso, ela promete baratear o custo das passagens. No entanto, por enquanto, as restrições de segurança e o desconforto impedem sua liberação pelas autoridades.
Viajar em pé no avião? Novo assento vertical promete passagens mais baratas
Imagine embarcar em um voo curto e, em vez de se sentar confortavelmente, manter-se inclinado em um assento que mais parece uma bicicleta vertical. Parece brincadeira? Pois saiba que essa é exatamente a proposta do Skyrider 2.0, uma versão extrema de assento vertical em aviões, criada pela empresa italiana Aviointeriors. O projeto chama atenção no setor desde 2012, mas até hoje não foi adotado por nenhuma companhia aérea.
Apesar da ideia parecer futurista — e até excêntrica — o objetivo é claro: permitir mais passageiros por aeronave e, assim, reduzir o preço das passagens. A promessa de economia atrai o interesse de algumas companhias aéreas de baixo custo, mas a proposta ainda enfrenta sérios obstáculos regulatórios e práticos.
Como funciona o Skyrider 2.0 e por que ele seria mais barato?
O assento vertical Skyrider 2.0 foi projetado para deixar os passageiros em uma posição semi-ereta, inclinados a aproximadamente 45 graus, com o peso distribuído entre as pernas e o core. Ao adotar esse modelo, seria possível aumentar em até 20% a capacidade de assentos por voo, ao mesmo tempo, em que se reduz o peso total da aeronave. Essa é a principal promessa do conceito de assento vertical em aviões.
Além disso, os assentos ocupam menos espaço e exigem menos material para fabricação. Como resultado, o consumo de combustível também diminuiria. Na teoria, isso tornaria as viagens de curta distância mais acessíveis, com tarifas promocionais que, segundo defensores do projeto, poderiam custar o equivalente a apenas R$ 7,60 por trecho.
Mas… dá mesmo para viajar em pé em um avião?
Embora a inovação pareça interessante do ponto de vista econômico, existem questões relevantes que ainda não foram superadas. As regulamentações atuais de segurança aérea — tanto no Brasil quanto internacionalmente — exigem que os passageiros estejam sentados com cintos de segurança afivelados durante pousos, decolagens e em turbulência.
Nesse contexto, o modelo de assento vertical em aviões ainda não recebeu qualquer aval das autoridades reguladoras. Além disso, o próprio porta-voz da Aviointeriors, ao testar o protótipo instalado na sede da empresa na cidade de Latina, na Itália, admitiu que o conforto do Skyrider é, no mínimo, duvidoso.
Companhias estão interessadas? Há chances reais de vermos isso nos aviões?
Até o momento, nenhuma companhia aérea confirmou oficialmente a adoção do modelo. No entanto, rumores indicam que operadoras de baixo custo da Espanha e do Leste Europeu já demonstraram curiosidade. A Ryanair, por exemplo, chegou a anunciar, em 2012, a intenção de equipar aeronaves com até 10 fileiras de “assento tipo cela”, embora o projeto não tenha avançado.
Mesmo assim, vale lembrar que no Brasil — e em boa parte do mundo — já se tentou justificar a cobrança de bagagens como forma de baratear tarifas, sem resultados visíveis. O receio é que o assento vertical em aviões siga o mesmo caminho: promessas de economia sem real benefício para o passageiro.
Finalizando: mais passageiros, menos conforto — e muita discussão pela frente
O Skyrider 2.0 continua longe de se tornar realidade. Mesmo que o apelo financeiro seja forte, a resistência por parte dos passageiros, somada às restrições legais, tornam seu futuro incerto. Ainda assim, o simples fato de projetos como esse continuarem surgindo mostra que o setor está em busca constante de soluções para tornar o transporte aéreo mais acessível.
Enquanto isso, o conceito de assento vertical em aviões permanece no campo das ideias — curioso, polêmico e ainda longe de receber um bilhete de embarque.