Sinto falta da época dos cachecóis esvoaçantes. Voe arrumadinho.
Aviador na essência e os novos tempos.
De cara peço perdão a quem chegou depois de mim, mas acho que vivi o finalzinho de uma fase da aviação que dá pra definir como “cachecóis esvoaçantes”. Estou falando da aviação que transmitia o aerococus a quem estivesse desprotegido.
Se vc olhar nas histórias que eu contei, vc vai se lembrar de um tunô, quase tatu, que fiz no Campo dos Afonsos. Os algoritmos mentais estavam desajustados e fiz a mais pura merda!
Numa demonstração numa cidade do interior de SP o locutor, tbm piloto da Fumaça, depois me disse que não tinha certeza se eu passaria por cima ou por baixo de uma rede de eletrificação rural.
Ele parou de falar ao público, apreensivo, e eu passei por cima.
Já tirei carro da estrada e soube que meus voos numa cidade no interior do Paraná congestionaram as linhas telefônicas da polícia e do aeroporto.
Já cheguei em Congonhas e pedi ao controlador pra fazer um pilofe de cabeceira voando Tucano. Ele autorizou.
Outros tempos e outras formas de ver e viver a aviação.
Hoje eu me pergunto. Pra que fazer tanta merda?
Já lamentei diversos colegas que deixaram o nosso convívio por pura besteira. Ou não estavam adequadamente preparados pra fazer o que queriam fazer, ou jamais poderiam fazer o que queriam fazer. Seja por falta de habilidade, seja porque se imaginavam além de suas capacidades, seja porque a namorada, amigos ou parentes estavam lá pra ver como o cara é bão.
Já tive minha fase de pensar que eu era bão pra kct e qlqr coisa que fizesse em voo era duca!
Esquece. Por sorte ou porque o anjo de guarda estava atento estou aqui pra falar com vc.
Voa arrumadinho. É bom pra vc, pra quem estiver no chão assistindo, pra quem vai ver o vídeo depois.
Aliás, hoje em dia qlqr um filma e bota numa rede social e quem vai se dar muito mal é quem estava no comando.
Minha dica: Voa arrumadinho.
Se eu sinto falta dos encontros de aviação onde os caras que eram aviadores na essência apareciam por lá?
Sim!
Sinto muita falta dessas festas que reuniam aviadores de verdade!
Só que acabou.
Não sei se acabou pq as autoridades colocaram um mundo de restrições, se acabou pq os cachecóis do aviadores deixaram de esvoaçar, ou se pq o mundo ficou mais chato mesmo.
Só sei que acabou.
Sabe o que sinto falta?
Daquelas festas fantásticas da época dos cachecóis esvoaçantes.
Ah! Sinto falta!
Carlos Edo era o maior incentivador qdo a gente fala em aviação civil. Esquadrilha da Fumaça sempre falou pra todos os públicos e é quem mais trouxe a atenção de garotos e garotas pra aviação.
Eu inclusive.
Pq a gente não voa direitinho e voltamos a fazer nossos encontros de aviação?
Esse papo de aviação segura é 100% da aviação no chão é uma babaquice sem tamanho. Parece que a gente fala com quem não conhece a aviação.
Aviação segura é permitir uma saída segura ao aviador que estiver com problema.
Essa sim é a essência do aviador.
Só quem é aviador sabe disso.
Fraternal abraço!
Flemming
Coletivo prá cima. Cíclico á frente!
Piloto de Helicóptero Ruy Flemming, Coronel Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.
Formou-se na Academia da Força Aérea Brasileira – AFA
Piloto do 1º Esquadrão de Instrução Aérea da AFA – 1º EIA, das Aeronaves T-25 e T-27 Tucano, formando centenas de Pilotos Militares na Academia
Piloto de Helicóptero Bell UH-1H do 2º/10º Gav – Busca e Salvamento – SAR –
Piloto da Esquadrilha da Fumaça entre os anos de 1992 e 1995 como #3 Ala Esquerda e #7 Isolado
Piloto de Helicótpero Agusta 109
Ex-Diretor da ABRAPHE – Associação de Brasileira de Pilotos de Helicópteros –
Autorizou transcrever seus artigos, causos, dicas e curiosidades aeronáutica de asa fixa ou rotativa. Para acompanhar o Aviador Ruy Flemming nas redes sociais, acesse o link a seguir RUY FLEMMING NO AR