Aviões Caça-Bombardeio AMX A-1M, do Esquadrão Centauro (3⁠º/10⁠º GAv) encerra operações após 27 anos de serviço.

Despedida dos Caça-Bombardeiros AMX A-1M: O Fim de Uma Era no Esquadrão Centauro 3⁠º/10⁠º GAv.

A História do Esquadrão Centauro e os AMX A-1M

O Esquadrão Centauro, parte integrante da Força Aérea Brasileira (FAB), foi fundado com o propósito de atender às crescentes demandas de defesa aérea e apoio em missões de combate. Desde a sua criação em 10 de novembro de 1978, o Esquadrão se destacou por sua versatilidade e capacidade operacional, desempenhando um papel significativo nas operações aéreas. Com a necessidade de modernização de sua frota durante a década de 1990, onde o Centauro utilizava as aeronaves AT-26 Xavante, a FAB incorporou os caça-bombardeiros AMX A-1, um importante marco na evolução do Esquadrão Centauro.

Os AMX A-1M foram adquiridos mediante um projeto de cooperação com a Itália, que ofereceu à FAB uma aeronave com características inovadoras e tecnologia de ponta. Esses aviões, projetados para realizarem missões de ataque ao solo e de reconhecimento, possuíam um desempenho excepcional em diversas condições, tornando-os uma escolha ideal para as operações do esquadrão. A configuração leve e ágil dos AMX A-1, aliado à capacidade de carga úteis, permitiu que o Esquadrão Centauro se adaptasse rapidamente a diferentes cenários de combate, consolidando sua relevância na Força Aérea.

Durante os 27 anos de serviço, os AMX A-1 tornara-se a espinha dorsal das atividades operacionais do Esquadrão Centauro. Os pilotos e equipes de manutenção desenvolveram experiência e conhecimento específicos, garantindo a eficiência e a eficácia das missões. As contribuições do Esquadrão em operações de combate, patrulhamento e demonstrações aéreas ressaltaram não só a importância dos caça-bombardeiros AMX A-1, mas também o legado histórico que o Esquadrão Centauro construiu ao longo de sua existência. Essa jornada dos AMX A-1M representa um capítulo significativo na história da aviação militar brasileira.

As primeiras aeronaves utilizadas pelo Esquadrão Centauro foram os AT-26 Xavante, que voaram na unidade até 1999. Em 1998, o Esquadrão Centauro iniciou a transição para os Embraer A-1 (AMX). O AMX é um avião de ataque ar-superfície, desenvolvido em parceria entre a Itália e o Brasil. O Esquadrão realiza missões de caça, como superioridade aérea, interdição e apoio aéreo aproximado. Também cumpre missões de defesa aérea (DA). Em 2003, o Esquadrão Centauro realizou a Operação Gama Centauro, a mais longa missão de aviação de caça da FAB. O código rádio do Esquadrão Centauro é uma referência à figura mitológica de Quiron. As esquadrilhas do Esquadrão Centauro são nomeadas conforme as três estrelas mais brilhantes da constelação Centauro.

O Último Voo

No dia 9 de dezembro de 2024, o Esquadrão Centauro (3o/10o GAv) da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou um evento significativo, marcando a despedida dos caça-bombardeiros AMX A-1M do Esquadrão. Este último voo foi mais do que uma simples operação aérea; foi uma celebração que simbolizou o encerramento de um capítulo importante na história da aviação militar brasileira. Os membros do esquadrão, acompanhados de convidados especiais e familiares, se reuniram na Base Aérea de Santa Maria para prestar homenagem às aeronaves que desempenharam papéis cruciais em várias missões ao longo dos anos.

A cerimônia começou com uma exibição dos AMX A-1M em um último desfile aéreo. Os pilotos, realizaram passagens sob a Base Aérea de Santa Maria (BASM) que demonstraram a agilidade e a capacidade técnica das aeronaves. A evocação das memórias e do legado deixado por essas aeronaves foi palpável entre os presentes. Cada voo realizado não apenas proporcionou um espetáculo visual, mas também ressaltou a camaradagem e o espírito de equipe que sempre caracterizou o Esquadrão Centauro.

Além dos voos, houve uma parte cerimonial onde discursos emocionantes foram proferidos, reverberando o impacto que os AMX A-1M tiveram na Força Aérea Brasileira e nas missões que efetuaram. A importância histórica e tática destes caça-bombardeiros para a defesa do país foi reiterada, assim como os desafios enfrentados pelos membros do esquadrão ao longo de suas operações. O evento também serviu para reconhecer e agradecer a dedicação de todos os que contribuíram para o sucesso do esquadrão.

Esse momento de despedida não foi apenas para as aeronaves, mas também para as histórias que elas ajudaram a contar. Os AMX A-1M deixarão um legado que será lembrado por muitos anos na história da aviação militar brasileira.

Transferência das Aeronaves

A recente decisão de transferir as aeronaves AMX A-1M do Esquadrão Centauro para o 1º/10º Grupo de Aviação, mais conhecido como ‘Esquadrão Poker’, marca um ponto de inflexão significativo nas operações da Força Aérea Brasileira (FAB). Este movimento é uma expressão da fase de transição que o Esquadrão Centauro está passando, com suas operações históricas de caça-bombardeiros chegando ao fim. A transferência das aeronaves não representa a desativação do Esquadrão, mas uma reestruturação com outro modelo de aeronave, onde a FAB busca se adequar à evolução das ameaças aéreas e à necessidade crescente de modernização.

O Esquadrão Poker, como único operador das aeronaves AMX A-1M, desempenhará um papel crucial na continuidade das operações que antes pertenciam ao Esquadrão Centauro. Essa mudança proporciona uma oportunidade para a FAB consolidar e otimizar suas competências em operações terrestres e aéreas. As aeronaves AMX, reconhecidas por sua versatilidade e eficiência em missões de combate, continuarão contribuindo para a segurança e defesa nacional sob a nova gestão do Esquadrão Poker.

Em um voo simbólico, cinco aeronaves, quatro AMX 1-AM, matrículas FAB 5500, FAB 5504, FAB 5523 e FAB 5526. e um AMX A-1BM – Biplace, aeronave para dois pilotos, o Matrícula FAB 5654, sobrevoaram os céus da BASM para marcar o fim das operações do Esquadrão Centauro com o AMX -A 1. Todas as aeronaves foram transferidas para o 1º/10º GAv 1⁠º do Décimo Grupo de Aviação, conhecido como “Esquadrão Poker”, unidade de Reconhecimento Tático (REC TAT) da FAB. Com isso, o Esquadrão Poker se tornou o único operador global das caças AMX A-1, sendo que no final do ano de 2025, o Esquadrão Poker aposentará também toda a sua frota de aeronaves AMX.

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