Operação federal deixa aviões destruídos em garimpo ilegal em Roraima
Força-tarefa encontra pista clandestina e deixa aviões destruídos em garimpo ilegal em Roraima
Aviões destruídos em garimpo ilegal em Roraima marcaram a operação realizada no sábado (20), no município de Iracema, Sul do estado. A força-tarefa prendeu três pessoas e revelou uma estrutura logística completa usada para abastecer áreas de garimpo na floresta amazônica. Além disso, mostrou que o combate aéreo se consolidou como estratégia recorrente contra o crime ambiental.
Pista clandestina e fuga frustrada do piloto
As equipes de fiscalização localizaram uma pista clandestina escondida atrás de um sítio em mata fechada. O piloto de uma aeronave tentou decolar ao perceber a aproximação dos agentes. Entretanto, eles interromperam a manobra e impediram a fuga. O homem abandonou o avião e correu pela mata, mas os policiais o capturaram poucos metros à frente. Esse desfecho demonstrou a eficácia da coordenação entre os órgãos envolvidos.
Oficina de manutenção funcionava como base de apoio
Após deter o piloto, os agentes encontraram uma oficina clandestina que realizava reparos em aeronaves usadas no garimpo. No local, outro avião passava por manutenção, cercado por ferramentas, geradores, tambores de combustível e peças. Dois homens trabalhavam no espaço e acabaram presos em flagrante. Portanto, ficou claro que a estrutura mantinha uma logística contínua para sustentar voos ilegais.
Ibama destrói aeronaves para enfraquecer logística
Os policiais conduziram os três detidos para a delegacia e apreenderam uma caminhonete usada na atividade. Durante a noite, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destruíram os dois aviões encontrados. A Força Nacional permaneceu no local e garantiu a segurança até o encerramento dos trabalhos. Dessa forma, os órgãos federais enfraqueceram a capacidade de abastecimento aéreo dos garimpos.
Tentativas de interferência e tensões locais
Ainda no decorrer da noite, quatro advogados e um policial militar tentaram acessar a área da pista clandestina. No entanto, as equipes bloquearam a entrada e mantiveram o perímetro isolado. A ação contou com a participação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Polícia Judiciária e da Força Nacional. Esse episódio revelou que, além da logística, o combate ao garimpo ilegal também enfrenta pressões externas.
Operações semelhantes reforçam padrão
A destruição de aeronaves e pistas clandestinas já se tornou parte da rotina de enfrentamento ao garimpo em Roraima. Em julho, outra operação integrada inutilizou pistas e equipamentos usados para abastecer a Terra Indígena Yanomami. Mais recentemente, a Polícia Federal deflagrou a Operação Mantícora, que investigou pilotos e aeronaves envolvidas no transporte de mercúrio e suprimentos para áreas de garimpo. Assim, a ação em Iracema se encaixa em uma estratégia maior de desarticulação da cadeia logística aérea.
Impactos ambientais e sociais
Essas operações buscam reduzir os graves impactos ambientais do garimpo na Amazônia. A contaminação de rios por mercúrio, o desmatamento acelerado e os conflitos em territórios indígenas representam consequências diretas da atividade. Ao destruir aviões e pistas, o governo dificulta o envio de combustível, alimentos e equipamentos para áreas isoladas. Como resultado, a logística do garimpo se torna mais cara e arriscada. Contudo, parte da população local ainda depende dessa prática para sobreviver, o que evidencia o dilema social do combate.
Desafios futuros exigem presença contínua
Apesar dos avanços, especialistas alertam que estruturas clandestinas podem ser reconstruídas em pouco tempo. Por isso, o sucesso a longo prazo depende de presença contínua do Estado, monitoramento aéreo e integração entre órgãos federais. Além disso, as investigações precisam identificar os financiadores e articuladores que sustentam economicamente o garimpo. Portanto, só com medidas estruturais será possível reduzir de forma consistente a atividade ilegal.
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