Companhia aérea Azul move ação nos EUA para impedir suspensão de abastecimento essencial
Azul tenta barrar interrupção no fornecimento de combustível da Raízen nos aeroportos brasileiros
A companhia aérea Azul tenta impedir corte de combustível pela Raízen nos aeroportos brasileiros. O pedido foi apresentado no domingo, 22 de junho de 2025, à Justiça dos Estados Unidos, onde corre o processo de recuperação judicial da empresa. A medida judicial busca impedir que a fornecedora acione a cláusula de suspensão, que comprometeria diretamente as operações da companhia aérea. Segundo a Azul, esse cenário colocaria em risco não apenas os voos, mas a viabilidade da própria reestruturação empresarial.
Raízen notifica Azul e ameaça suspensão por inadimplência em debêntures
Segundo os autos do processo, a ação da Azul tem origem em uma correspondência enviada pela Raízen, datada de 18 de junho. Nela, a distribuidora informa que poderia suspender o fornecimento de combustível, com base na cláusula de “Stop Supply”. Essa decisão seria consequência de uma suposta inadimplência referente à 12ª emissão de debêntures da Azul. O agente fiduciário Vórtx notificou a Raízen de que a companhia aérea deixou de pagar a amortização e a remuneração do título desde 12 de junho. Diante disso, a fornecedora exigiu um posicionamento imediato da Azul, sob pena de suspensão em até três dias úteis.
Azul alega ilegalidade e reforça impactos em sua operação
No documento enviado à Justiça norte-americana, a Azul contesta a legalidade da notificação feita pelo agente fiduciário. Segundo a companhia, a medida contraria os termos estabelecidos no processo de recuperação judicial em curso. Além disso, a Azul destaca que qualquer interrupção, mesmo que temporária, causaria efeitos graves e em cadeia. Entre os impactos imediatos estariam o cancelamento de voos, a paralisação de aeronaves e o comprometimento da imagem institucional da empresa diante dos passageiros e investidores. Por isso, a companhia considera a ação da Vórtx uma violação direta ao processo judicial de proteção empresarial.
Dependência logística da Azul acende alerta no setor
A Raízen, joint venture formada pela Shell e pelo grupo Cosan, é atualmente responsável por cerca de 68% do combustível consumido pela Azul em voos domésticos. Isso significa que a companhia depende fortemente da infraestrutura logística da fornecedora, que atua em dezenas de aeroportos brasileiros. Em muitos desses terminais, não há alternativas viáveis de abastecimento. Dessa forma, qualquer interrupção pode gerar uma crise operacional em larga escala. Inclusive, a Azul mencionou que aeroportos menores e regionais seriam os mais afetados, ampliando o impacto para além das grandes capitais.
Justiça norte-americana vai decidir se a Azul continuará abastecida
A Azul tenta impedir corte de combustível como parte de uma estratégia mais ampla para manter suas operações durante a recuperação judicial. A companhia argumenta que o cumprimento regular do fornecimento é essencial não apenas para os voos, mas também para preservar empregos, contratos e compromissos assumidos com o mercado. Essa futura decisão da Justiça dos Estados Unidos, terá peso direto sobre o futuro da empresa nos próximos dias e, portanto, pode influenciar inclusive outras recuperações judiciais no setor aéreo.
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