BAGL O Voo da Vida doação de órgãos homenageia famílias e tripulações da FAB

Jota

19 de setembro de 2025

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A Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro, realizou em 11 de setembro o evento “O Voo da Vida”, em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro. A cerimônia destacou doadores, familiares, equipes médicas e tripulações da Força Aérea Brasileira (FAB) que participam diretamente das missões de transplante.

O encontro ocorreu no auditório do Terceiro Esquadrão de Transporte Aéreo (3º ETA) – Esquadrão Pioneiro. Estiveram presentes autoridades civis, militares, instituições voluntárias, pesquisadores e profissionais da saúde. Assim, a programação reuniu diferentes setores engajados no fortalecimento da cultura da doação no país.

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O comandante da BAGL, coronel aviador Marcell Barros de Paula, abriu a solenidade ressaltando que somente em 2025 os esquadrões de transporte já cumpriram 50 missões de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ). Ele destacou o trabalho do 3º ETA e do 1º/2º Grupo de Transporte – Esquadrão Condor, responsáveis pelas operações realizadas com aeronaves C-95 Bandeirante, C-97 Brasília e C-99.

Além disso, o oficial explicou que a FAB atua sem restrições de tempo ou distância, garantindo que os órgãos cheguem a tempo para salvar vidas. Portanto, a aviação militar cumpre papel essencial na logística dos transplantes.

Na sequência, o tenente-coronel aviador Flávio Diniz Pereira, comandante do 3º ETA, apresentou estatísticas das missões TOTEQ e reforçou a importância do posicionamento estratégico das aeronaves no território nacional.

Em seguida, o coronel aviador Luiz Marques de Lima, gestor de segurança operacional da Superintendência de Operações Aéreas da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SOAER), destacou as parcerias com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a RJ Transplantes e a FAB. “Somos asas que salvam vidas”, afirmou de forma enfática.

Representantes da Central Nacional de Transplantes (CNT) também marcaram presença. A supervisora Priscilla Passarelli valorizou a integração entre as instituições envolvidas. “Eu me orgulho muito em fazer parte desse processo. Todas as vidas importam”, declarou, emocionada diante do público.

Dessa maneira, ficou claro que a rede de colaboração ultrapassa os limites da aviação, envolvendo múltiplos profissionais em uma causa comum.

Ciência e inovação a serviço da vida

O evento também contou com a palestra da biomédica e oncogeneticista Caroline Barberan, que apresentou o projeto de biópsia líquida. O exame identifica células ou fragmentos de DNA tumoral no sangue e pode revolucionar diagnósticos precoces.

Assim, a pesquisadora explicou que o transporte ágil viabilizado pelas missões TOTEQ amplia o alcance da ciência, conectando pesquisa, tecnologia e assistência médica em benefício da população.

Apoio do sistema de navegação aérea

Outro ponto de destaque foi a participação do comandante do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), coronel aviador Deoclides Fernandes Barbosa Vieira. Ele detalhou que a FAB mantém terminais abertos fora do horário de funcionamento habitual para garantir a execução das missões.

Além disso, reforçou que a cooperação com a CNT, companhias aéreas e aeroportos fortalece toda a cadeia logística. Portanto, a eficiência depende diretamente do alinhamento entre os diferentes elos envolvidos.

Durante a solenidade, a tripulação que mais participou de missões de transporte de órgãos em 2025 recebeu honrarias especiais. Logo depois, sete crianças transplantadas e suas famílias, acompanhadas pela Fundação do Rim, visitaram as aeronaves utilizadas.

“Hoje não vemos apenas números. Vemos rostos, famílias e vidas reconstruídas graças à generosidade dos doadores e ao empenho da aviação militar”, afirmou a vice-diretora da Fundação do Rim, Fátima Bandeira. Assim, o momento simbolizou o impacto direto das missões na vida das pessoas.

Missão TOTEQ em andamento durante o evento

Enquanto a cerimônia acontecia, o 3º ETA foi acionado para uma missão real. A aeronave partiu da Base Aérea do Galeão em direção a Congonhas–SP, onde embarcou uma equipe médica. Em seguida, transportou os profissionais até Botucatu–SP, local da cirurgia de retirada de pulmões e fígado de um doador.

Os órgãos foram preservados em solução adequada para garantir condições seguras até o paciente receptor. A tripulação permaneceu cerca de quatro horas no Aeroporto de Botucatu até a conclusão do procedimento. Logo depois, retornou para Congonhas levando a equipe médica e os órgãos destinados ao transplante.

Toda a missão durou aproximadamente nove horas. Em alguns casos, operações semelhantes podem se estender ainda mais, especialmente quando envolvem múltiplos órgãos ou longas distâncias.

O tenente aviador Guilherme Cayo, integrante da tripulação, comentou sobre a experiência: “Participar de uma missão de doação de órgãos em um dia de comemoração à vida confirma que estamos no propósito certo. Sou grato a Deus por integrar esse processo”.

Fonte: III COMAR e 3 ETA, por Tenentes Fernanda e Miranda
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Wanessa Liz
Fotos: Tenente Miranda, Sargento Schuback e Soldado Silva e Silva /  3 ETA e III COMAR

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