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A baixa de oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) continua em ritmo acelerado. Até o dia 28 de março de 2025, 45 oficiais de carreira já deixaram a instituição, reforçando uma tendência de evasão de oficiais iniciada em 2024. Naquele ano, 32 aviadores pediram desligamento. Agora, em apenas três meses, 22 oficiais aviadores já saíram.
Esse fenômeno tem levantado preocupações dentro da própria Aeronáutica, especialmente pelo impacto nos esquadrões e pelo perfil altamente qualificado dos militares que estão abandonando a carreira.
Exitem múltiplas causas para o aumento das baixas na FAB, mas algumas se destacam. Em primeiro lugar, a diferença salarial entre a carreira militar e o setor privado tem sido decisiva. Enquanto um primeiro-tenente da FAB recebe aproximadamente R$ 13 mil brutos por mês, um piloto de companhia aérea comercial pode ganhar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, com adicionais por hora de voo, bônus e diárias.
Em outras palavras, a remuneração do setor civil tende a crescer com a demanda por pilotos, tornando a carreira militar menos atrativa. A falta de perspectiva de crescimento e a sensação de estagnação profissional também têm contribuído para o aumento da evasão de oficiais.
Somente nas últimas semanas, a Força Aérea registrou novas baixas significativas entre os pilotos militares. Veja o panorama:
Essa sequência revela um movimento contínuo de evasão no quadro de aviadores, o que pode comprometer o ritmo operacional dos esquadrões a curto e médio prazo.
Os pedidos de desligamento atingiram esquadrões estratégicos da FAB. A seguir, listamos as unidades com oficiais desligados em 2025:
Esquadrão | Baixas |
---|---|
1°/11° GAV | 2 |
1°/12° GAV | 1 |
1°/1° GAVCA | 1 |
1°/5° GAV | 2 |
1°/7° GAV | 1 |
1°/9° GAV | 2 |
2°/6° GAV | 1 |
3° ETA | 1 |
3°/8° GAV | 2 |
5°/8° GAV | 3 |
AFA | 1 |
BANT | 1 |
CIAER | 1 |
GITE | 1 |
GLOG-SC | 1 |
PAMA-SP | 1 |
O impacto nos esquadrões pode ser sentido no desempenho operacional, como destacado neste artigo sobre as unidades aéreas da FAB.
Além dos aviadores, outros quadros da FAB também registraram pedidos de desligamento. Segundo o Boletim do Comando da Aeronáutica (BCA), o total de desligamentos em 2025 é:
A FAB já teve uma redução de 7,54% no seu efetivo, número que acende o alerta sobre uma possível crise na Força Aérea.
Para conter o avanço da evasão e reter talentos, a FAB precisa adotar medidas estratégicas. Algumas delas podem incluir:
Com tudo, é fundamental revalorizar a carreira militar no Brasil, mostrando seus diferenciais e oportunidades de crescimento real. Sem isso, o movimento de migração para o mercado de aviação civil tende a se intensificar.
A baixa na FAB em 2025 já é um dos temas mais críticos para a Aeronáutica. Com mais de 45 oficiais de carreira deixando a Força apenas no primeiro trimestre, fica evidente a necessidade de mudanças estruturais.
Se medidas não forem adotadas com urgência, a formação de novos pilotos e a capacidade de resposta aérea poderão ser comprometidas. Mais do que nunca, a retenção de talentos precisa ser prioridade dentro da estrutura das Forças Armadas.
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