Indústria da Aviação

Boeing tenta revender aviões bloqueados para a China após guerra tarifária

Após semanas de especulações, a Boeing finalmente se pronunciou sobre a devolução de aeronaves por companhias aéreas chinesas. Inicialmente, acreditava-se que apenas um avião havia sido devolvido; no entanto, a empresa confirmou que três aeronaves 737 MAX 8, destinadas a companhias como a Xiamen Airlines, foram devolvidas aos Estados Unidos. Essas aeronaves já estavam pintadas com as cores e logotipos das companhias chinesas, evidenciando o estágio avançado das negociações.​

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A disputa comercial entre Estados Unidos e China atingiu níveis críticos, especialmente após a aplicação de tarifas elevadas sobre produtos de ambos os países.
Como consequência, as transações bilaterais, que já estavam fragilizadas, sofreram novos impactos.

Em resposta às tarifas impostas pelos EUA, o governo chinês instruiu suas companhias aéreas a suspenderem novas encomendas da Boeing.
Além disso, determinou também a devolução de aeronaves que já estavam prontas para entrega.

Inicialmente, a informação divulgada era de que apenas um avião 737 MAX 8 seria devolvido à Boeing. Inclusive, o próprio site AeroJota noticiou essa movimentação nas últimas semanas.

No entanto, posteriormente, a fabricante norte-americana confirmou a devolução de três aeronaves. Esses jatos seriam entregues para companhias chinesas como a Xiamen Airlines e a China Southern Airlines. De acordo com informações, as aeronaves já estavam pintadas com as cores e logotipos das respectivas empresas, o que demonstra o avanço nas tratativas comerciais.

Com novas informações recentes, a Boeing confirmou que, além das três aeronaves 737 MAX 8 já devolvidas, está enfrentando a recusa de entrega de aproximadamente 50 aviões destinados à China. Essas aeronaves estão em diferentes estágios de venda e produção e foram afetadas pelas tarifas impostas no contexto da guerra comercial entre EUA e China

Apesar da delicadeza do tema, a Boeing decidiu se pronunciar de maneira transparente sobre a situação.
O CEO da empresa, Kelly Ortberg, afirmou que a fabricante, diante das dificuldades impostas pela guerra tarifária, não continuará produzindo aeronaves para clientes que já sinalizaram o não recebimento.

Portanto, a Boeing já busca novos mercados para realocar essas aeronaves, visando reduzir os impactos financeiros gerados pelas barreiras comerciais.

Com a devolução dos aviões, a Boeing iniciou negociações com companhias de outros países.
Por exemplo, a Air India já demonstrou interesse em adquirir algumas das aeronaves inicialmente destinadas à China.

Ainda assim, adaptar os jatos às necessidades de novos clientes representa um desafio.
Modificações em cabines, sistemas internos e pintura serão necessárias, o que pode gerar um custo adicional de até dois milhões de dólares por unidade.

Essa situação evidencia a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos globais.
Portanto, reforça também a importância da diversificação de mercados para grandes fabricantes aeronáuticos.

Embora a Boeing mantenha uma carteira de aproximadamente 4.800 aeronaves, a perda do mercado chinês não é desprezível.
Afinal, a China representava cerca de 10% das encomendas comerciais da empresa.

A guerra tarifária entre EUA e China ultrapassa as barreiras econômicas tradicionais, impactando cadeias globais e decisões estratégicas de gigantes industriais.
A Boeing, nesse contexto, precisará agir com agilidade e inteligência para reposicionar suas aeronaves e manter sua competitividade.

Em conclusão, estratégias flexíveis e a rápida adaptação às novas realidades do mercado internacional serão cruciais para enfrentar os desafios atuais.

AeroJota

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