Bombardeiros B-52 no Caribe intensificam pressão dos EUA sobre a Venezuela

Jota

17 de outubro de 2025

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Os bombardeiros B-52 no Caribe voltaram a chamar atenção internacional nesta semana. Três aeronaves estratégicas da Força Aérea dos Estados Unidos realizaram voos de treinamento em áreas próximas à costa da Venezuela. Segundo registros de tráfego aéreo, os bombardeiros usaram os indicativos BUNNY01, BUNNY02 e BUNNY03 durante uma missão de longa duração, partindo da Base Aérea de Barksdale, na Louisiana, com destino ao mar do Caribe.

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Durante o voo, os bombardeiros permaneceram dentro da Região de Informação de Voo (FIR) de Maiquetía, controlada pela Venezuela, mas sem entrar em seu espaço aéreo soberano. As aeronaves mantiveram transponders ativos e executaram órbitas em padrão circular, demonstrando presença sem ocultar o rastreamento. Estima-se que chegaram a menos de 240 quilômetros de Caracas, segundo informações do Air and Space Forces Magazine e da CBS News.

A operação ocorreu em meio à ampliação das atividades militares dos EUA na região. Desde setembro, as forças americanas realizaram pelo menos cinco ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas no mar do Caribe, resultando em 27 mortes confirmadas, conforme apuração da imprensa internacional. As missões fazem parte de uma estratégia de “dissuasão estratégica”, segundo o Pentágono, cujo objetivo é demonstrar capacidade e presença contínua na América Central e no norte da América do Sul.

O ditador Nicolás Maduro classificou o voo dos bombardeiros B-52 como um ato de provocação e uma ameaça direta à soberania venezuelana. Em resposta imediata, ordenou manobras de prontidão nas forças armadas e mobilizou unidades de defesa aérea. Além disso, alertou sobre possíveis incursões estrangeiras e reforçou o monitoramento das fronteiras marítimas e aéreas.

Enquanto isso, segundo reportagem do jornal La Nación, um Boeing 767-336(ER) com deportados venezuelanos partiu de El Paso, no Texas, com destino ao Aeroporto Internacional de Maiquetía, em Caracas. Entretanto, quando se preparava para pousar, o voo precisou ser desviado para Porto Rico. De acordo com a reportagem, a decisão estaria relacionada às manobras militares norte-americanas — como os sobrevoos dos B-52 — que ocorriam simultaneamente sobre o mar do Caribe.

Legalidade e impacto geopolítico dos bombardeiros B-52 no Caribe

Analistas alertam que a presença de aviões militares reacende o debate sobre os limites legais de operações militares internacionais em áreas de controle aéreo estrangeiro. Apesar de estarem em espaço aéreo internacional, o simbolismo político é inegável. Para especialistas, a missão representa uma mensagem direta à Venezuela e seus aliados regionais, em especial Cuba e Nicarágua, reafirmando a influência norte-americana no Caribe.

Os bombardeiros B-52 são, portanto, mais que simples aeronaves em treinamento: são instrumentos de pressão estratégica e política. A continuidade dessas missões indica que Washington pretende manter presença constante na região, especialmente diante das tensões com o regime de Nicolás Maduro.

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