GRU-Airport
O Aeroporto de Guarulhos detém uma posição de destaque na aviação latino-americana. Além de ser o maior aeroporto do Brasil em movimento, ele responde por aproximadamente 70% dos turistas internacionais que chegam ao país, servindo como principal porta de entrada aérea do Brasil. Guarulhos atende atualmente a cerca de 110 destinos diferentes em todo o mundo, sendo um hub fundamental tanto para voos domésticos quanto para ligações intercontinentais.
Toda essa relevância operacional torna o aeroporto um alvo atrativo para investidores e explica o interesse em sua aquisição.
Por outro lado, a gestão da concessionária tem enfrentado alguns desafios e críticas. Nos últimos anos, passageiros e especialistas apontaram falta de inovação, além das melhorias trazidas pelo Terminal 3 (inaugurado em 2014). Reconhecendo esses pontos, a GRU Airport estruturou um plano de investimentos recente – alinhado ao aditivo contratual de 2024 – que prevê R$ 1,4 bilhão em melhorias até 2029. Estão incluídas expansões de pátios e taxiways, modernização de sistemas de embarque, novas áreas para passageiros e outras obras visando elevar a qualidade do serviço. Esse conjunto de ações busca aumentar a capacidade operacional e o conforto, preparando Guarulhos para a demanda crescente e tornando-o ainda mais competitivo.
Diante desse cenário, negociações de compra do aeroporto ganharam destaque em 2025. Informações de mercado indicam que o BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, está em tratativas avançadas para adquirir a concessão de Guarulhos da Invepar. A Invepar, por sua vez, é um consórcio de fundos de pensão estatais que atualmente detém 80% da participação privada na GRU Airport (os outros 20% pertencem à sul-africana ACSA), controlando, portanto, 51% da concessionária, enquanto os 49% restantes são da Infraero. Com o negócio, o BTG assumiria o controle da operação do aeroporto, marcando a entrada de um novo agente no setor.
Essa possível mudança de controle reflete o interesse de investidores em ativos de infraestrutura aeroportuária de grande porte. A entrada do BTG Pactual teria potencial para trazer novos aportes e estratégias de gestão, em linha com a importância do aeroporto e visando aumentar sua eficiência. Vale notar que a XP Investimentos (principal concorrente do BTG no mercado financeiro) também ingressou no ramo aeroportuário recentemente, administrando aeroportos regionais – o que adiciona um componente de concorrência setorial a essa movimentação. Em resumo, o Aeroporto de Guarulhos permanece no centro das atenções do mercado, unindo indicadores operacionais sólidos e atratividade econômica, fatores que motivam as atuais discussões sobre sua aquisição e que, possivelmente, definirão os próximos capítulos da gestão desse importante hub aéreo brasileiro.
O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (GRU Airport) é o principal aeroporto do Brasil em fluxo de passageiros e cargas, desempenhando papel estratégico no setor aéreo nacional. Nos últimos anos, o aeroporto apresentou forte recuperação de movimento pós-pandemia, com números próximos aos recordes históricos. A seguir, detalhamos dados atualizados de movimentação de voos, passageiros, cargas, bem como o desempenho financeiro do GRU Airport. Além disso, abordamos os repasses financeiros do aeroporto à cidade de Guarulhos e as expectativas de valor da concessão, em meio às negociações recentes envolvendo o BTG Pactual e a Invepar.
Em 2023, o Aeroporto de Guarulhos recebeu cerca de 275 mil pousos e decolagens, atendendo mais de 41,3 milhões de passageiros ao longo do ano. Esses valores representam um crescimento expressivo em relação a 2022, quando foram registrados aproximadamente 243,9 mil voos e 34,4 milhões de passageiros. A movimentação atual já se aproxima dos níveis pré-pandemia – em 2019 o aeroporto teve 43 milhões de usuários, apenas 3% acima do volume de 2023. Esse salto reflete a retomada vigorosa tanto das viagens domésticas quanto internacionais.
No segmento de carga aérea, o aeroporto de Guarulhos consolidou-se como maior hub do país. O aeroporto movimentou cerca de 664,5 mil toneladas de cargas em 2023, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Apesar de um cenário global de importações menos aquecido, esse crescimento foi impulsionado pelo e-commerce em expansão e mantém Guarulhos na liderança do setor. Para efeito de comparação, em 2022 foram transportadas aproximadamente 638 mil toneladas (incluindo cargas internacionais e domésticas), mostrando a resiliência e importância logística do GRU Airport.
O desempenho financeiro do Aeroporto de Guarulhos acompanha o aumento de movimento, com receitas em alta e margem de lucro robusta. Em 2023, a concessionária do aeroporto registrou crescimento significativo nas suas receitas em relação ao ano anterior. Os principais números de faturamento em 2023 foram:
Esse alto volume financeiro indica a rentabilidade da operação. Mesmo com custos operacionais controlados (+1,6%), o GRU Airport alcançou margem EBITDA superior a 70% em 2023, demonstrando elevada eficiência. Tais resultados financeiros explicam o interesse contínuo de investidores na concessão, dado o fluxo de caixa robusto gerado pelo aeroporto.
A presença do aeroporto impacta diretamente as finanças municipais por meio de impostos e repasses. Desde que passou à iniciativa privada, o GRU Airport tornou-se um dos maiores contribuintes de ISS (Imposto Sobre Serviços) em Guarulhos. Somente nos primeiros seis anos de concessão (2012-2018), a concessionária repassou aproximadamente R$ 385 milhões em ISS aos cofres públicos municipais. Este imposto não era recolhido durante a gestão da Infraero (estatal que administrava o aeroporto antes de 2012), o que evidencia o ganho fiscal para a cidade após a privatização.
Atualmente, com alíquota de ISS em 5%, o aeroporto continua contribuindo dezenas de milhões de reais por ano para a cidade de Guarulhos. Além disso, discute-se a incidência de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) sobre a área aeroportuária. A concessionária questiona judicialmente a cobrança de IPTU, mas autoridades locais entendem que esse tributo eventualmente deverá ser pago ao município. Caso confirmado, o pagamento do IPTU representará um acréscimo importante na receita da prefeitura, reforçando ainda mais os benefícios financeiros trazidos pelo aeroporto à cidade.
Embora não haja cifras públicas oficiais sobre o valor atual da concessão, espera-se que uma eventual transação envolva cifras bilionárias. Analistas consideram que o preço deve refletir o forte desempenho operacional e financeiro do aeroporto. A recente negociação em curso sugere, por exemplo, que a Invepar (controladora da GRU Airport) busca monetizar seu investimento a um valor compatível com os fluxos de caixa restantes e o posicionamento de mercado do ativo. Em suma, o valor de mercado do GRU Airport é alto – possivelmente na casa dos dez bilhões de reais – dado o porte e a lucratividade comprovada da operação (mesmo com prazo concessionai já decrescente).
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