Caças Gripen precisam de munição nacional desde que haja o pagamento

Jota

6 de outubro de 2025

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Caças Gripen precisam de munição nacional desde que haja o pagamento e contratos estáveis que assegurem o início da produção no Brasil. A Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) afirma que possui tecnologia e estrutura para fabricar os projéteis utilizados pelo canhão Mauser BK-27, mas exige segurança nos pagamentos e previsibilidade nas encomendas governamentais. Segundo a empresa, sem esse compromisso financeiro, a nacionalização pode ficar apenas no papel, mesmo com a frota de Gripen crescendo na Força Aérea Brasileira.

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A fabricação local da munição 27×145 mm, usada nos canhões dos caças Gripen E da FAB, representaria um passo importante na autonomia nacional de defesa. Hoje, esses projéteis são importados da Alemanha e fabricados pela Rheinmetall, empresa que também fornece para aeronaves europeias como o Eurofighter Typhoon e o Panavia Tornado. A dependência externa, segundo especialistas, eleva custos e pode gerar atrasos em cenários de crise internacional. Assim, uma linha de produção brasileira reduziria riscos logísticos e fortaleceria o setor industrial de defesa.

De acordo com o diretor comercial e de marketing da CBC, Paulo Ricardo Gomes, o processo de nacionalização da munição do Gripen leva entre três e cinco anos. Esse período inclui desenvolvimento, testes balísticos e homologações junto às Forças Armadas e à Imbel, responsável pelo fornecimento dos explosivos. Gomes ressalta que, para iniciar os investimentos, é necessário ter garantias de pagamento e um cronograma financeiro contínuo. Sem previsibilidade, segundo ele, torna-se impossível coordenar a cadeia produtiva e atender às normas internacionais exigidas para exportação.

Cada caça Gripen E da FAB pode carregar até 120 projéteis de 27 mm no canhão Mauser BK-27. Com uma frota prevista de 36 aeronaves — 28 monopostos equipados com canhão e oito bipostos sem o armamento —, seriam necessários ao menos 3.360 projéteis para uma carga completa. O número aumenta quando se incluem reservas, munições de treinamento e substituições periódicas. Por isso, o fornecimento contínuo e a produção nacional são fundamentais para garantir a disponibilidade plena dos caças em operações e exercícios conjuntos.

Caças Gripen precisam dessa munição nacional desde que haja o compromisso de pagamento

A nacionalização da munição do Gripen depende não apenas de vontade técnica, mas de decisões políticas e orçamentárias. O projeto tem potencial para consolidar a soberania industrial brasileira e reduzir a dependência externa em tempos de incerteza global. No entanto, enquanto o governo não garantir pagamentos regulares e previsibilidade contratual, os planos de autonomia continuarão em espera — e os caças Gripen continuarão utilizando munição importada desde que pague o fornecedor.

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