Caças Gripen usados para a Força Aérea Brasileira podem reforçar a frota durante atraso nas entregas

Jota

15 de outubro de 2025

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A possível aquisição de caças Gripen usados para a Força Aérea Brasileira está em análise como alternativa temporária e mais barata, diante dos atrasos no programa F-39E Gripen. A Força Aérea avalia a incorporação de aeronaves JAS-39C/D atualmente operadas pela Suécia, como forma de evitar uma lacuna de capacidade aérea até a conclusão das entregas dos caças novos já contratados.
Além do menor custo, a principal vantagem dessa proposta é a disponibilidade imediata dos aviões, que poderiam ser entregues em poucos meses e entrar em serviço quase de forma instantânea, reforçando a defesa aérea enquanto o programa brasileiro segue em produção.

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O contrato inicial, que prevê 36 unidades do JAS-39E/F, foi afetado por restrições orçamentárias e segue em ritmo mais lento. Conforme o novo cronograma, a última entrega deve ocorrer apenas em 2032, cerca de cinco anos após a aposentadoria dos caças AMX, prevista para 2027. Esse hiato preocupa o comando da FAB, que busca alternativas para manter sua capacidade de combate ativa no período de transição.

Os atrasos na entrega dos caças Gripen criaram um vazio operacional que preocupa os estrategistas da Aeronáutica. Parte da frota de F-5EM Tiger II já foi desativada, e os exemplares que permanecem em serviço caminham para quatro décadas de uso, mesmo após passarem por modernizações. Diante desse cenário, a FAB avalia soluções temporárias que evitem perda de capacidade aérea. Assim, a incorporação de caças Gripen usados para a Força Aérea Brasileira tornou-se uma possibilidade discutida em fóruns especializados e acompanhada com atenção por analistas de defesa.

As tratativas em curso podem incluir a compra de até doze unidades usadas C/D, atualmente em serviço na Força Aérea Sueca. Essas aeronaves compartilham parte da estrutura e do ferramental dos Gripen E/F, o que facilitaria integração e manutenção. No entanto, não há confirmação oficial por parte da Saab, da FAB ou do governo brasileiro. Por enquanto, as informações permanecem como possibilidade ventilada na imprensa, sem status de acordo firmado.

A hipótese de operar uma frota mista apresenta vantagens logísticas e econômicas. Os Gripen C/D e E/F utilizam motores da mesma família e diversos sistemas eletrônicos compatíveis. Essa similaridade facilitaria o treinamento de pilotos e mecânicos, além de reduzir custos operacionais. Ainda assim, a limitação orçamentária continua sendo o principal obstáculo, já que o Ministério da Defesa enfrenta contingenciamentos que impactam diretamente o cronograma de pagamento e as futuras aquisições.

Nesse cenário, o caça F-16C/D americano aparece como alternativa complementar. O programa de financiamento FMS (Foreign Military Sales) – Programa de Vendas Militares ao Exterior -, oferece condições de compra facilitadas, mas a FAB nunca operou esse modelo, o que exigiria nova infraestrutura de treinamento e integração. Além disso, analistas consideram improvável que os Estados Unidos liberem acesso aos armamentos e aviônicos mais modernos, especialmente diante do atual contexto político brasileiro, marcado por tensões diplomáticas e alinhamentos ideológicos divergentes. Assim, mesmo que ocorresse uma negociação, ela provavelmente envolveria F-16 mais antigos e desatualizados, o que não atenderia ao interesse estratégico da FAB, mesmo em caráter provisório.

Prioridade estratégica continua sendo o Gripen

Apesar das dificuldades financeiras, a prioridade da Força Aérea segue sendo o F-39E Gripen, resultado da parceria Brasil-Suécia que envolve transferência de tecnologia e produção nacional na fábrica da EMBRAER em Gavião Peixoto–SP. A Saab e a Embraer mantêm cooperação ativa para aprimorar a linha de montagem e adaptar o caça às necessidades locais. Dessa forma, a ampliação da frota, inclusive com caças Gripen usados para, é vista como o caminho mais coerente com os objetivos estratégicos e industriais do país.

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