Chile alerta para desequilíbrio militar na América do Sul com avanço do Peru em caças

Jota

26 de setembro de 2025

Falcon F-16 da Força Aérea do Chile_Imagem FAChile

A preocupação do Chile com desequilíbrio militar na América do Sul cresceu após as negociações do Peru para compra de novos caças. A Comissão de Defesa da Câmara dos Deputados convocou a ministra Adriana Delpiano para uma reunião em 30 de setembro, com foco na aquisição de material bélico por países vizinhos. Entre os temas, destaca-se a possível compra de caças F-16 pelo Peru, que gera apreensão em Santiago.

Falcon F-16 da Força Aérea do Chile_Imagem FAChile
Falcon F-16 da Força Aérea do Chile_Imagem FAChile

Atualmente, a Força Aérea do Chile (FACh) é a maior operadora de caças F-16 na América do Sul. Os Estados Unidos, por sua vez, lideram na América do Norte. Entretanto, a Argentina já confirmou a aquisição de caças F-16A MLU. Além disso, o Peru pode avançar com o mais moderno F-16V Block 70 ou optar pelos F-39E Gripen fabricados no Brasil pela Embraer. Dessa forma, a movimentação intensifica a preocupação do Chile com desequilíbrio militar na América do Sul, sobretudo na fronteira historicamente sensível com o Peru.

Modernização chilena diante do desequilíbrio militar regional

A FACh ainda opera caças F-5E Tiger III, sem data definida para aposentadoria, e seus F-16 Block 50, embora modernizados, já não representam o padrão mais avançado disponível. Enquanto isso, o governo chileno aprovou um pacote de atualização de seus F-16, avaliado em mais de US$ 600 milhões, mas sem perspectiva de renovação imediata da frota. O contraste entre o avanço dos vizinhos e a estagnação local reforça a preocupação do Chile

Hoje, o Chile mantém cerca de 46 F-16, sendo 10 Block 50 e 36 MLU ex-Holanda, além dos veteranos F-5E Tiger III. O Peru opera Mirage 2000 e MiG-29, enquanto a Argentina já confirmou a compra de 24 F-16A/B MLU. Se o Peru adquirir 12 F-16C/D Block 70, com radar AESA APG-83 e aviônicos avançados, a América do Sul teria três forças aéreas com versões distintas do mesmo caça, mudando o equilíbrio regional e pressionando Santiago a acelerar sua própria renovação.

A convocação da Comissão de Defesa para ouvir Adriana Delpiano demonstra que a preocupação do Chile com desequilíbrio militar na América do Sul ultrapassou o nível técnico e ganhou peso político. Embora o governo chileno reforce confiança na prontidão das Forças Armadas, parlamentares alertam para risco de desequilíbrio estratégico caso o Peru avance com o F-16V Block 70 e a Argentina acelere a entrada em serviço de seus caças. A indefinição sobre o futuro dos F-5E é vista como ponto vulnerável na defesa chilena.

Para analistas militares, a combinação de aquisições recentes na Argentina e no Peru pressiona o Chile a rever sua estratégia de defesa aérea. Um eventual desequilíbrio pode alterar o poder de dissuasão no continente e criar tensões diplomáticas adicionais em uma região que historicamente já registrou disputas territoriais. Apesar disso, o governo chileno tenta adotar uma postura pública de tranquilidade, ressaltando confiança nas capacidades nacionais.

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