Colômbia avança para assinar contrato do Gripen em outubro

Jota

4 de outubro de 2025

Colombia-escolhe-o-F-39E-para-ser-o-seu-novo-aviao-de-caca_Imagem-FAB

A Colômbia avança para assinar contrato do Gripen em outubro, confirmando a intenção de modernizar sua Força Aérea e encerrar o ciclo operacional da frota Kfir. O acordo, avaliado em US$ 1,9 bilhão, inclui suporte logístico, treinamento e financiamento por meio de crédito sueco. Além disso, o processo fortalece a cooperação com o Brasil, que teve papel determinante na decisão colombiana. Dessa forma, o país consolida um passo estratégico para ampliar sua autonomia de defesa e renovar completamente sua frota de combate.

Colombia-escolhe-o-F-39E-para-ser-o-seu-novo-aviao-de-caca_Imagem-FAB
Colombia-escolhe-o-F-39E-para-ser-o-seu-novo-aviao-de-caca_Imagem-FAB

A assinatura deve ocorrer nas próximas semanas, após a conclusão dos ajustes finais nos acordos de compensação industrial, conhecidos como offsets. Esses termos envolvem contrapartidas tecnológicas e transferência de conhecimento, fatores que podem impulsionar a capacitação técnica e o desenvolvimento do setor aeroespacial colombiano. O pacote prevê treinamento, suporte logístico e infraestrutura de manutenção, seguindo o modelo adotado pela Força Aérea Brasileira (FAB) no programa Gripen.

De acordo com o ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Sánchez, o entendimento entre Bogotá e Estocolmo está praticamente fechado. O governo trabalha para resolver os últimos pontos técnicos e formalizar o contrato ainda em outubro. Assim, a Colômbia pretende consolidar uma parceria estratégica de longo prazo com a Suécia, ampliando sua presença no cenário internacional de aviação militar.

O Brasil teve papel decisivo na escolha colombiana, especialmente por sua experiência na operação do Gripen. Oficiais da Força Aérea Colombiana (FAC) visitaram a Base Aérea de Anápolis, onde o caça brasileiro já está em uso, para conhecer de perto a adaptação operacional e os desafios logísticos do projeto. Além disso, as experiências compartilhadas pela FAB ajudaram a moldar o processo de aquisição colombiano.

A presença do caça sueco no Brasil também favorece a interoperabilidade entre os dois países e reduz custos de operação e manutenção. Portanto, essa sinergia regional pode se tornar uma vantagem estratégica, permitindo que ambos compartilhem treinamento, peças e experiências de voo. Com isso, a América do Sul passa a caminhar em direção a uma integração mais sólida no campo da defesa aérea.

A urgência no fechamento do acordo está diretamente ligada à situação crítica da frota de caças Kfir, que já ultrapassou o limite de vida útil. As aeronaves israelenses enfrentam escassez de peças e manutenção cada vez mais cara, o que torna a substituição inevitável. Após o rompimento diplomático entre Colômbia e Israel, o suporte da fabricante ficou restrito apenas a contratos vigentes, acelerando a busca por uma alternativa.

O presidente Gustavo Petro determinou à equipe de defesa que priorizasse o fechamento do contrato. Ele destacou a importância de uma Força Aérea equipada e moderna, capaz de garantir a soberania nacional e responder rapidamente a eventuais ameaças. Dessa maneira, o Gripen surge como solução estratégica e economicamente viável para manter o país preparado diante do cenário geopolítico regional.

Ainda não há confirmação sobre o padrão de aviônicos que será adotado pela Colômbia. O modelo brasileiro utiliza uma grande tela panorâmica de comando, fabricada pela AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems, localizada no Rio Grande do Sul. Caso o mesmo padrão seja aplicado, haverá integração com componentes produzidos em território brasileiro, o que reforçará os laços entre os dois países.

Entretanto, há preocupação com os motores GE F414, fabricados nos Estados Unidos. O fornecimento dessas turbinas exige autorização de exportação americana, e a liberação pode enfrentar obstáculos diante das tensões diplomáticas recentes entre Bogotá e Washington. Além disso, o cancelamento do visto americano, do presidente Petro pelos EUA, após declarações políticas controversas, em território norte-americano, pode dificultar temporariamente a aprovação tecnológica. Ainda assim, fontes ligadas ao governo sueco afirmam que as negociações seguem em ritmo normal e que a autorização deverá ser concedida sem grandes atrasos.

Gripen colombiano amplia presença do caça na América do Sul

A formalização do contrato consolidará o Gripen como o caça de nova geração predominante na América do Sul. Com o Brasil já operando o modelo e a Colômbia se preparando para recebê-lo, a região tende a estabelecer uma base comum de defesa, interoperabilidade e suporte técnico. Essa convergência ampliará a capacidade conjunta de vigilância aérea e fortalecerá a integração estratégica no continente.

Além do impacto militar, a decisão colombiana reforça a relação entre os dois países e posiciona o Brasil como referência regional no programa Gripen. Assim, a assinatura do contrato representará um marco para a aviação de combate sul-americana, estimulando novas parcerias e oportunidades industriais entre nações parceiras.

Colombia escolhe o F-39E para ser o seu novo avião de caça_Imagem FAB
Colombia escolhe o F-39E para ser o seu novo avião de caça_Imagem FAB

Quer levar um pedacinho da história da aviação para casa? Confira o Classificados Aeronáutico AEROJOTA com souvenirs, colecionáveis e decorativos exclusivos. Acesse agora: www.aerojota.com.br e descubra raridades que fazem qualquer apaixonado por aviação decolar de emoção!