Acidentes Aéreos

Colisão no Galeão: Como Falhas de Comunicação Permitiram o Choque Entre um Boeing e um Veículo de Serviço.

Falhas Graves de Segurança Aeroportuária Resultam em Colisão Entre Boeing da Gol e Veículo da RIOGaleão.

Na noite de 11 de fevereiro de 2024, por volta das 22h00, um incidente grave ocorreu no Aeroporto Internacional do Galeão (GIG), no Rio de Janeiro, como já citamos AQUI. Um Boeing 737 MAX 8, prefixo PR-GPP, da Gol Linhas Aéreas, que realizava o voo G-3 1674, entre as cidades do Rio de Janeiro–RJ e Fortaleza–CE, colidiu com um veículo de inspeção da concessionária RIOgaleão em plena pista. O caso expõe falhas graves nos protocolos de segurança aeroportuária e na comunicação entre as partes envolvidas.

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A análise preliminar dos fatos sugere que houve uma falha crítica na coordenação entre a Torre de Controle, a tripulação da aeronave e a equipe de solo. O evento pode ser resumido da seguinte forma:

  • O avião não viu o veículo de inspeção na pista e não sabia de sua presença. Nada foi informado pela Torre de Controle para a tripulação do Boeing da GOL.
  • O veículo de inspeção aparentemente não percebeu a aproximação da aeronave, mesmo quando ela alinhou com a pista e ligou os seus potentes faróis, antes de iniciar a rolagem para decolar
  • A Torre de Controle via a aeronave, mas não viu o veículo na pista, nem a possível comunicação desse veículo com a torre (obrigatório estarem na mesma frequência de rádio)
  • Ninguém sabia da existência uns dos outros até o momento da colisão.

Isso levanta questões cruciais sobre a gestão do tráfego no aeroporto. O veículo de inspeção estava autorizado a ingressar na pista em uso? Caso, sim, sua presença foi devidamente comunicada e monitorada? Se não, como conseguiu acessar a área crítica sem detecção?

A reação da Torre de Controle e a comunicação falha

A gravação da conversa entre o piloto e a controladora de voo sugere que a Torre de Controle foi pega de surpresa com a informação do impacto. A controladora inicialmente não entendeu o que estava acontecendo, o que indica que a presença do veículo na pista não era do conhecimento do controle de tráfego aéreo.

Se o veículo estava autorizado a estar na pista, é possível que estivesse operando em uma frequência de rádio diferente, impossibilitando a Torre de Controle de monitorá-lo. Também existe a possibilidade de falha na transferência de informações entre os controladores ao longo dos turnos, o que pode ter levado à falta de conhecimento sobre a presença do veículo.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) iniciou a análise das gravações de rádio e dados operacionais para entender a origem da falha. As investigações devem esclarecer:

  • Quem autorizou o veículo a acessar a pista e sob quais condições?
  • O veículo estava em contato via rádio com a Torre de Controle ou com outra equipe?
  • Houve erro humano ou falha nos protocolos de segurança?
  • Os equipamentos de vigilância de solo do aeroporto estavam funcionando corretamente?

Como esse veículo de inspeção de pista, acessou área restrita?
A pessoa ou pessoas eram treinadas para a função que estavam exercendo?
Como ele acessou sem nenhuma comunicação via rádio?
Porque o veículo foi deixado no meio da pista e o, ou os ocupantes saíram sem levar o rádio portátil?
Como ele acessou a pista sem autorização da torre de controle via rádio?
O motorista ou a equipe (não foi divulgado o número de ocupantes), exerciam essa função de inspeção de pista?
A equipe era treinada para os procedimentos de inspeção de pistas?

Essas e outras muitas perguntas, continuam sem respostas, aguardando a investigação do CENIPA.

Apesar da gravidade do incidente, felizmente ninguém ficou ferido. No entanto, o caso ressalta a necessidade de revisão dos procedimentos de segurança operacional nos aeroportos brasileiros para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro. Uma delas pode ser a que, veículos de serviço ou de inspeção não fiquem mais no eixo da pista, ou mesmo sobre ela e, sim, parados nas laterais.

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Continua acompanhando nosso site AEROJOTA, que iremos postando mais informações sobre esse caso e sobre outros também.

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