Compra de 17 caças Gripen pela Colômbia marca nova fase da aviação militar do país

Jota

18 de novembro de 2025

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A compra de 17 caças Gripen pela Colômbia foi formalizada com a assinatura do contrato que encerra mais de dez anos de estudos, revisões técnicas e impasses políticos. Dessa forma, o país inicia a maior modernização de sua aviação de combate desde a chegada dos IAI Kfir, ainda nos anos 80. O acordo, estimado em € 3,1 bilhões — aproximadamente US$ 3,6 bilhões — inclui aeronaves, treinamento, simuladores, armamentos, suporte logístico e um amplo pacote de compensações industriais.

Além disso, fontes como Reuters, FlightGlobal e The Aviationist confirmam que o contrato inclui 15 Gripen E e 2 Gripen F, configurando um pacote alinhado às necessidades operacionais da Força Aeroespacial Colombiana (FAC). As entregas ocorrerão entre 2026 e 2032, o que garante tempo suficiente para a transição gradual entre a frota atual e a nova plataforma sueca.

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A escolha pelo Gripen é o capítulo final de um processo que se estendeu por várias administrações. Ao longo desse período, a FAC avaliou o F-16, o Dassault Rafale e o Gripen E/F, sempre em meio a debates orçamentários e mudanças de prioridade. Ainda assim, a necessidade de substituir os veteranos Kfir manteve o tema em evidência.

Com isso, o governo colombiano passou a exigir contrapartidas industriais amplas, envolvendo setores como aeroespacial, cibersegurança, energia e saúde. A Saab apresentou um pacote de offsets mais abrangente, capaz de atender às demandas técnicas e econômicas. Portanto, a decisão final também reflete um movimento de fortalecimento industrial e não apenas a aquisição de aeronaves de combate.

O contrato inclui diversos itens que permitirão a integração plena do caça na FAC. Entre eles estão:

  • 15 Gripen E e 2 Gripen F;
  • armamentos ar-ar e ar-solo;
  • simuladores e centros de treinamento;
  • equipamentos de apoio em solo;
  • capacitação de pilotos e mecânicos;
  • transferência de tecnologia e contrapartidas econômicas.

Além disso, o primeiro pagamento está previsto para 2026, no valor aproximado de USD 26 milhões. A partir desse marco, os repasses ocorrerão ao longo da década, seguindo o cronograma industrial da Saab e a disponibilidade orçamentária da Colômbia.

Embora o foco esteja na Colômbia, a comparação com o Brasil é inevitável. O Brasil assinou seu contrato em 2014, prevendo 36 aeronaves Gripen. Na época, o valor informado era de US$ 4,05 bilhões. Entretanto, com a correção monetária até 2025 e o acréscimo de 12% pelo alongamento do financiamento, o custo estimado alcança US$ 6,2 bilhões, ou cerca de US$ 172 milhões por aeronave.

A Colômbia, por sua vez, pagará aproximadamente US$ 250 milhões por aeronave. Esse valor mais elevado se explica por diversos fatores. Entre eles estão a escala menor do pedido, os custos atualizados do setor de defesa, a amplitude dos offsets e a inclusão de capacidades industriais específicas. Assim, embora os números chamem atenção, eles permanecem coerentes com o mercado global de caças de quarta-e-meia geração.

A entrada do Gripen permitirá a retirada progressiva dos IAI Kfir, aeronaves que já ultrapassaram a vida útil ideal. Além disso, o custo elevado de manutenção, a demanda por peças cada vez mais raras e a limitação operacional tornaram urgente a substituição da frota.

Como as entregas ocorrerão entre 2026 e 2032, a FAC seguirá operando os Kfir por mais alguns anos. Entretanto, essa transição será planejada para evitar lacunas na defesa aérea. Dessa forma, a chegada dos primeiros Gripen E permitirá ajustar doutrinas, treinar pilotos e adaptar a estrutura logística ainda durante a fase inicial do programa.

A decisão colombiana foi influenciada por fatores técnicos, operacionais e industriais. Entre os principais estão:

  • radar AESA de última geração;
  • sistemas de guerra eletrônica avançados;
  • capacidade de operar com baixo custo por hora de voo;
  • desempenho em pistas curtas;
  • estrutura modular para manutenção;
  • possibilidade de cooperação com o Brasil, já operador do modelo.

Além disso, o pacote industrial oferecido pela Saab, segundo análise de fontes internacionais, foi considerado decisivo. A Colômbia busca modernizar sua indústria tecnológica e diversificar seus parceiros estratégicos, o que reforçou a preferência pela solução sueca.

A aquisição dos 17 Gripen produz efeitos significativos na aviação militar sul-americana. Primeiramente, a Saab fortalece sua presença regional com dois operadores estratégicos — Brasil e Colômbia. Isso amplia a possibilidade de cooperação binacional, exercícios conjuntos e compartilhamento de doutrinas.

Além disso, a decisão pode influenciar países como Peru e Chile, que também analisam substituições de frota para a próxima década. A escolha colombiana mostra que a região busca aeronaves modernas, com custos operacionais razoáveis e pacotes industriais robustos. Dessa forma, o Gripen se consolida como uma das soluções mais competitivas no continente.

Com o contrato assinado, a Colômbia inicia a fase mais complexa do programa. A partir de 2026, pilotos e mecânicos iniciarão treinamentos, enquanto instalações e simuladores serão estruturados no país. Em seguida, a FAC definirá a doutrina operacional para o Gripen, incluindo emprego tático, integração de armamentos e missões de defesa aérea.

Embora exista um caminho longo até 2032, o país dará um salto operacional expressivo. Consequentemente, a Colômbia ingressará em um novo patamar tecnológico, alinhado ao de forças aéreas que operam aeronaves de última geração.

A compra dos 17 caças Gripen representa um marco para a defesa colombiana. Além de modernizar a frota, o país reforça sua indústria, amplia parcerias internacionais e estabelece bases para uma aviação de combate mais eficiente e sustentável. Portanto, o contrato não simboliza apenas uma renovação de equipamentos, mas sim uma mudança estrutural que influenciará toda a estratégia nacional de defesa nas próximas décadas.

A compra de 17 caças Gripen pela Colômbia representa mais que uma renovação de frota; simboliza um realinhamento estratégico e tecnológico para a próxima década.

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