Crise de jatinhos da FAB causa desconforto entre ministros do Governo Federal

Jota

14 de junho de 2025

Três aviões da Força Aérea Brasileira parados em hangar para manutenção, representando a crise na frota disponível

A denúncia de Cláudio Humberto sobre a crise de jatinhos da FAB

A crise de jatinhos da FAB virou motivo de tensão no alto escalão do governo Lula. Com apenas três das dez aeronaves disponíveis, ministros enfrentam dificuldades para manter seus luxuosos hábitos de deslocamento. A denúncia partiu do jornalista Cláudio Humberto, comentarista político da BAND e âncora do programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes.

Três aviões da Força Aérea Brasileira parados em hangar para manutenção, representando a crise na frota disponível
Três aviões da Força Aérea Brasileira parados em hangar para manutenção, representando a crise na frota disponível

Segundo ele, os ministros entraram em pânico diante da escassez de aeronaves da Força Aérea Brasileira, pois não estão acostumados a viajar em aviões comerciais. Ainda conforme Cláudio Humberto, a situação tem gerado desconforto, bate-boca e até carteiradas nos bastidores do Planalto.

Haddad lidera ranking de voos e supera até o presidente do STF

Os números revelam o tamanho da mordomia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já utilizou jatinhos da FAB 67 vezes apenas neste ano. Isso o coloca à frente do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que realizou 60 voos no mesmo período. Embora esses dados não constem nos canais oficiais da FAB, o jornalista afirma ter obtido as informações junto a fontes internas.

Ainda segundo Cláudio Humberto, Haddad é um dos que mais reclama da dificuldade para agendar voos, especialmente após a redução na frota de aeronaves disponível para o governo federal.

Passagens caras, companhias quebradas e o conforto garantido de poucos

Enquanto a população enfrenta valores de passagens aéreas estratosféricos, e companhias entram em recuperação judicial devido aos altos custos operacionais e à sanha arrecadatória do Governo Federal, os ministros resistem à ideia de abrir mão do conforto dos voos exclusivos. A insatisfação entre eles, segundo Cláudio Humberto, já se tornou evidente, mesmo quando os compromissos seriam perfeitamente viáveis com voos comerciais.

Viagens para lazer e uso pessoal aumentam a indignação

A crise de jatinhos da FAB, além dos compromissos oficiais, se estende a deslocamentos claramente pessoais. De acordo com documentos e registros da imprensa, ministros e autoridades utilizaram aeronaves da FAB para assistir a jogos de futebol, comparecer a eventos particulares e curtir shows musicais, frequentemente em cidades turísticas ou grandes capitais.

Por exemplo, em 2023, foram contabilizadas mais de 1.200 decolagens com autoridades a bordo — muitas delas, segundo as mesmas reportagens, ocorreram sem compromissos públicos divulgados. Dessa forma, o uso institucional se confunde com o privilégio, comprometendo o bom uso dos recursos públicos.

Chegamos ao ponto em que, diante da escassez de jatos, ministros do governo Lula passaram a solicitar helicópteros da FAB para deslocamentos curtos, apenas para não dividirem poltronas com o cidadão comum. A situação, além de constrangedora, escancara o abismo entre os discursos públicos e a prática dos bastidores.

Empréstimos disfarçados: driblando a lei para manter os privilégios

Além do uso exagerado, uma prática tem se tornado cada vez mais comum: o empréstimo informal de aeronaves da FAB para terceiros. Trata-se de uma tentativa escancarada de burlar a legislação vigente, permitindo que amigos, familiares e convidados de ministros embarquem sem qualquer respaldo funcional. Ministros do STF, inclusive, têm utilizado frequentemente esse artifício.

O termo “empréstimo” serve apenas para maquiar o desvio de finalidade, escondendo o verdadeiro problema: a transformação de um patrimônio estratégico das Forças Armadas em táxi VIP para autoridades e seus círculos pessoais. Essa manobra precisa ser exposta e, principalmente, enfrentada com responsabilidade.

FAB se mantém em silêncio diante da crise de jatinhos da FAB

Apesar das denúncias, a Força Aérea Brasileira permanece em silêncio. Até agora, não apresentou nenhuma justificativa sobre o motivo de apenas três aeronaves estarem disponíveis para autoridades do governo Lula. A omissão institucional diante da indignação pública apenas reforça a percepção de que algo grave está sendo ignorado — ou deliberadamente escondido.

Conclusão: crise de jatinhos da FAB é mais do que um problema logístico

A crise de jatinhos da FAB revela muito mais do que a simples escassez de aeronaves. Na verdade, ela escancara a resistência das elites do poder em renunciar a seus privilégios, mesmo diante de um país em instabilidade econômica. Além disso, não se trata apenas de transporte: trata-se de respeito, transparência e equidade no uso da máquina pública.

Por fim, o que se vê até agora é exatamente o oposto do que se espera de um governo comprometido com a austeridade e com o exemplo.

Jato executivo da Força Aérea Brasileira no pátio
Jato executivo da Força Aérea Brasileira no pátio

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