Crise no cronograma: Brasil paga mais por caças Gripen que não receberá

Jota

26 de setembro de 2025

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O contrato bilionário para a compra dos caças Gripen F-39E/F pela Força Aérea Brasileira (FAB) voltou ao centro do debate em Brasília. O programa, firmado em 2015 após anos de negociações, previa 36 aeronaves entregues até 2025. Entretanto, já acumula 12 aditivos contratuais e foi empurrado para 2032, quase uma década além do plano inicial.

Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, o tenente-brigadeiro Walcyr Josué de Castilho Araújo, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, confirmou o atraso e detalhou o novo cronograma. A FAB reconhece que a falta de previsibilidade orçamentária comprometeu a execução. “Só o valor adicional já representaria seis aeronaves a mais das 36 contratadas”, afirmou o oficial.

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Além do atraso, há um problema financeiro grave. A FAB já gasta 13% a mais no contrato, o que equivale ao preço de seis caças adicionais que não serão entregues. Na prática, o Brasil pagará como se fossem 42 aeronaves, mas receberá apenas 36.

Essa distorção gera duplo prejuízo. De um lado, a FAB desembolsa mais sem aumentar sua frota. De outro, precisa manter os veteranos F-5EM/FM em operação por mais tempo. Embora tenham recebido modernizações, esses caças já ultrapassaram 50 anos de serviço e enfrentam limites técnicos cada vez mais evidentes.

A nova programação confirma a lentidão das entregas. Apenas um caça chegará em 2026, contrastando com o plano original que previa 10 caças em 2024. O calendário atualizado segue o seguinte ritmo:

AnoQuantidade de caças GripenObservações
20261 unidadePrimeira entrega do novo ciclo
20274 unidadesEntregas parciais
20285 unidadesRitmo crescente
20292 unidadesBaixo volume
20303 unidadesContinuidade limitada
20315 unidadesRitmo retomado
20325 unidadesÚltimo lote previsto
Total (2026–2032)25 unidadesSomadas às entregas anteriores completam 36 caças

Esse novo cronograma representa um atraso de sete anos em relação ao contrato original e obriga a FAB a administrar um período prolongado de vulnerabilidade operacional.

Enquanto as entregas se arrastam, a FAB avalia alternativas no mercado internacional. Entre elas, está a compra de caças Gripen C/D usados da Suécia, além da possibilidade de aquisição de F-16 de segunda mão dos Estados Unidos. Essas medidas paliativas visam evitar um apagão de defesa aérea até a chegada de todos os F-39E/F.

Os engenheiros ainda prolongam a vida útil dos F-5, mas a frota já dá sinais de exaustão. Assim, a dependência de soluções emergenciais se torna inevitável.

Os atrasos no programa Gripen não afetam apenas o orçamento, mas também a credibilidade internacional do Brasil em contratos de defesa. Países parceiros observam a dificuldade nacional em manter previsibilidade financeira, o que pode comprometer futuras negociações de tecnologia sensível.

Além disso, o prolongamento da entrega dos caças abre uma janela de vulnerabilidade no espaço aéreo brasileiro. O país precisará administrar um período de pelo menos sete anos em que sua frota principal de combate continuará dependendo de aeronaves antigas, sem a cobertura integral prevista pelo programa FX-2.

Crise no cronograma dos caças Gripen e impacto estratégico

Os atrasos no programa Gripen não afetam apenas o orçamento, mas também a credibilidade internacional do Brasil em contratos de defesa. Países parceiros observam a dificuldade nacional em manter previsibilidade financeira, o que pode comprometer futuras negociações de tecnologia sensível.

Além disso, o prolongamento da entrega dos caças abre uma janela de vulnerabilidade no espaço aéreo brasileiro. O país precisará administrar um período de pelo menos sete anos em que sua frota principal de combate continuará dependendo de aeronaves antigas, sem a cobertura integral prevista pelo programa FX-2.
Crise no cronograma dos caças Gripen e impacto estratégico Os atrasos no programa Gripen não afetam apenas o orçamento, mas também a credibilidade internacional do Brasil em contratos de defesa. Países parceiros observam a dificuldade nacional em manter previsibilidade financeira, o que pode comprometer futuras negociações de tecnologia sensível. Além disso, o prolongamento da entrega dos caças abre uma janela de vulnerabilidade no espaço aéreo brasileiro. O país precisará administrar um período de pelo menos sete anos em que sua frota principal de combate continuará dependendo de aeronaves antigas, sem a cobertura integral prevista pelo programa FX-2.

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