Aliados reavaliam aquisição do F-35 após falhas em missões britânicas
Pressão cresce sobre o F-35 em meio a críticas e recuos estratégicos
Desistências de compra do caça F-35 atingem a reputação do programa em um momento de intensas tensões geopolíticas. A Espanha desistiu da compra de 50 aeronaves, fabricadas pela americana Lockheed Martin, optando por priorizar o desenvolvimento e a aquisição de aeronaves europeias, como o Eurofighter Typhoon e o projeto FCAS (Future Combat Air System).
Além disso, a justificativa oficial envolve a busca por maior autonomia tecnológica e a redução da dependência de sistemas militares norte-americanos, em um contexto de tensões comerciais e estratégicas. Como resultado, a medida impacta diretamente a substituição dos atuais Harrier AV-8B, operados no porta-aviões Juan Carlos I, exigindo adaptações futuras na capacidade naval do país.
Aliados reavaliam contratos e aquisições do F-35
O movimento espanhol não é isolado. Países como Canadá, Suíça, Índia e Portugal também revisam ou adiam suas aquisições do F-35, citando custos elevados, dependência logística e preocupações com a confiabilidade da frota. No caso do Canadá, negociações sobre tarifas e transferência de tecnologia ganharam peso. Já na Suíça, debates parlamentares questionaram a vantagem operacional frente a modelos concorrentes. Enquanto isso, a Índia, que mantém acordos de defesa diversificados, analisa alternativas mais alinhadas às suas necessidades regionais. Consequentemente, esse conjunto de decisões acende um alerta para a Lockheed Martin e para o Departamento de Defesa dos EUA, que precisam sustentar a atratividade do programa diante da concorrência global.
Incidentes operacionais no Reino Unido aumentam pressão
Paralelamente às desistências de compra do caça F-35, o Reino Unido enfrenta incidentes que afetam a percepção do modelo. Durante a Operação Highmast, no Indo-Pacífico, um F-35B embarcado no porta-aviões HMS Prince of Wales realizou pouso de emergência no aeroporto de Kagoshima, no Japão, em 10 de agosto de 2025. A falha técnica fechou a pista por cerca de 20 minutos, atrasando voos comerciais e chamando atenção internacional. No entanto, este foi o segundo problema em menos de três meses. Em junho, outro F-35B precisou pousar na cidade indiana de Thiruvananthapuram e ficou imobilizado por mais de cinco semanas até receber reparos. Assim, mesmo sem vítimas, os episódios geraram constrangimento diplomático e operacional.
Mídia adversária explora falhas para narrativas políticas
As ocorrências com o F-35B foram amplamente exploradas por meios de comunicação ligados à China e à Rússia. Esses veículos, por sua vez, destacaram supostas fragilidades do projeto e questionaram sua capacidade de operar de forma confiável em cenários de combate prolongado. Embora especialistas ocidentais ressaltem que falhas técnicas são comuns em aeronaves complexas, a repercussão negativa influencia percepções políticas e de mercado. Ao mesmo tempo, a disputa pela narrativa se intensifica no Indo-Pacífico, região onde o Reino Unido tenta ampliar sua presença estratégica. Para rivais geopolíticos, cada incidente serve como argumento contra a hegemonia tecnológica norte-americana no setor de defesa.
Reino Unido discute expansão de frota e aumento da resiliência
No Reino Unido, o debate interno ganhou força após os incidentes. Segundo analistas, a questão central não é a validade do F-35 como ferramenta de combate, mas a vulnerabilidade causada pela frota reduzida. Perder temporariamente um único caça representa cerca de 6% da capacidade aérea embarcada. Por isso, essa limitação reforça críticas à política de priorizar pequenas quantidades de equipamentos altamente sofisticados em detrimento de maior volume operacional. Por fim, a recomendação é ampliar não apenas o número de aeronaves, mas também de navios, tripulações e recursos logísticos, para garantir resiliência frente a falhas inevitáveis em sistemas complexos.
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