Aviação Naval: da criação em 1916 à Base Aero Naval de São Pedro da Aldeia
Marinha do Brasil comemora trajetória e conquistas da Aviação Naval
Em 23 de agosto de 1916, o presidente Venceslau Brás assinou o Decreto nº 12.167 e criou a Escola de Aviação Naval. A instituição foi instalada inicialmente no Arsenal da Marinha, na Ilha das Enxadas, na Baía de Guanabara, e ali começaram os primeiros cursos de formação de aviadores navais. Esse ato marcou o nascimento da Aviação Naval Brasileira e colocou a Marinha do Brasil na vanguarda da aviação militar nacional. O feito se tornou ainda mais significativo porque o país não contava com indústria aeronáutica estruturada naquela época.
Logo nos primeiros anos, a Marinha comprou três hidroaviões Curtiss F, adquiridos com recursos de uma campanha popular que originalmente arrecadava fundos para a corveta Riachuelo. Além disso, aviadores navais brasileiros seguiram para países como Estados Unidos, Itália e Reino Unido a fim de receber treinamento especializado em aviação militar e patrulha marítima.
Crescimento e consolidação
Entre 1923 e 1926, a Aviação Naval estruturou os primeiros esquadrões: bombardeio e patrulha com Curtiss F 5L, reconhecimento com SVA-10 e caça com Sopwith 7F-1 Spite. A Escola de Aviação Naval passou por diferentes locais até se fixar definitivamente na Ponta do Galeão, no Rio de Janeiro, em 1924.
Além disso, a Marinha também criou serviços pioneiros. Em 1919, iniciou o Correio Aéreo Naval, que se consolidou como ferramenta essencial para integrar comunicações no território nacional. Essa iniciativa comprovou que a aviação militar podia oferecer utilidade estratégica mesmo em tempos de paz.
Extinção e incorporação pela FAB
A trajetória, no entanto, mudou em 22 de maio de 1941. Naquela data, a criação da Força Aérea Brasileira (FAB), vinculada ao recém-fundado Ministério da Aeronáutica, extinguiu a Aviação Naval. Todos os aviões, pilotos e meios da Marinha passaram imediatamente para a nova Força Aérea. Portanto, a decisão refletiu a política de centralização da época e deixou a Marinha sem asas próprias.
Décadas mais tarde, em 1952, a Marinha reagiu e fundou a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM). Pouco depois, em 1954, nasceu a especialidade de observador naval. O marco seguinte aconteceu em 1956, quando a chegada do porta-aviões Minas Gerais abriu novas possibilidades de operações conjuntas.
O porta-aviões Minas Gerais e o papel da FAB
Apesar de o porta-aviões ser operado pela Marinha, quem comandava os aviões embarcados era a FAB. O 1º Grupo de Aviação Embarcada utilizava aeronaves Grumman S-2 Tracker (P-16 Albatroz) e helicópteros HSS-1N Seabat, ambos sob gestão da Força Aérea. Essa cooperação garantia a presença de aeronaves a bordo, mas, por outro lado, mantinha restrições à autonomia da Marinha.
A situação começou a mudar em 1965, quando um decreto autorizou a Marinha a operar helicópteros. Nesse sentido, a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), ativada em 1966, tornou-se a casa da Força Aeronaval. Ali nasceram esquadrões como HS-1, HU-1 e HA-1, além do CIAAN – Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira -, responsável pela formação dos aviadores navais.
A volta da aviação de asa fixa
Somente em 1998 a Marinha recuperou o direito de voar com aviões de asa fixa. Isso ocorreu com a criação do 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1), conhecido como Esquadrão Falcão. A unidade recebeu aeronaves A-4 Skyhawk, modernizadas para o padrão AF-1.
Mesmo após a desativação do porta-aviões São Paulo (A-12) em 2017, o VF-1 continuou a operar a partir de bases terrestres. Assim, seus pilotos participam de treinamentos intensivos, realizam missões de patrulha e tomam parte em exercícios conjuntos com a FAB e forças internacionais.
Estrutura atual e homenagem
Atualmente, a Aviação Naval brasileira conta principalmente com helicópteros de múltiplas funções: instrução, ataque, emprego geral e guerra anti-submarino. Além disso, a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia segue como sede do Comando da Força Aeronaval e como espaço de formação pelo CIAAN.
O complexo também abriga o Museu da Aviação Naval, inaugurado em 2000 e reformado em 2019. Desse modo, o espaço preserva aeronaves, documentos e objetos históricos, mantendo viva a memória dessa trajetória centenária.
Neste Dia da Aviação Naval, celebramos o pioneirismo da Marinha do Brasil e honramos todos os aviadores navais. A história mostra que a Marinha nunca deixou de buscar seu espaço no céu, mesmo diante das restrições impostas ao longo das décadas. Portanto, a data reforça a importância de reconhecer esse legado.
Parabéns à Aviação Naval Brasileira — longa vida aos homens e mulheres do mar que voam!
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