Em 1º. de Fevereiro de 1974, uma sexta feira, tocou o telefone no Quartel General dos Bombeiros na cidade de São Paulo e ao mesmo tempo em todas posições do COPOM – Comando de Operações da Polícia Militar do Estado de São Paulo, informando sobre um grande incêndio que acontecia em um edifício no centro da Cidade de São Paulo. Começava nesse momento o drama de centenas de pessoas e a maior operação aérea civil e militar do Mundo, dentro de uma área urbana.
O Edifício Joelma ardia em chamas, na Praça das Bandeiras, no centro da cidade de São Paulo. O COE – Comando de Operações Especiais – em operação conjunta com helicópteros da FAB, realizaram a primeira operação helitransportada da América do Sul, em incêndio em edifício, quando do resgate das vítimas que estavam inacessíveis no telhado do Edifício Joelma.
Esforços de várias frentes foram somados para diminuir o número de vítimas, diversas unidades militares e civis participaram dos trabalhos de resgate e salvamento das vítimas, como COE (Comando de Operações Especiais), ROTA (Ronda Ostentiva Tobias de Aguiar), Corpo de Bombeiros, Batalhões de área do centro da cidade de São Paulo, IV COMAR (4º Comando Aéreo Regional) e empresas civis. Nosso total respeito aos que se foram neste trágico evento e a todos os heróis que arriscaram suas vidas e escreveram história naquele dia desbravando áreas de conhecimento operacional através de métodos nunca antes realizados na história do Brasil.
Ocorreu que as 08:54h do dia 1° de fevereiro de 1974 o ar condicionado do 12° andar do Edifício Joelma apresentou problemas técnicos e entrou em curto circuito, iniciando o incêndio. As chamas espalharam-se rapidamente pelos demais pavimentos em razão da grande quantidade de materiais inflamáveis e da falta de regramentos preventivos ligados a incêndios que não eram obrigatórios à época como escadas de emergência, brigadas de incêndio ou plano de evacuação. No início do sinistro, muitos conseguiram fugir pelos elevadores, até que estes pararam de funcionar e também provocaram várias mortes, a escada foi rapidamente tomada pela densa fumaça, impedindo a fuga dos ocupantes, que ao invés de descerem, começaram a subir, na esperança de serem resgatados no topo do prédio, crendo na existência de um heliponto, porém, encontraram apenas uma laje com telhado feito de amianto.
Aí então começou a atuação heróica de nossos Policiais Militares, no momento em que todas as esperanças desaparecem e os riscos são extremos, destacam-se os fortes de caráter, os destemidos, e os corajosos, que conhecem o perigo e mesmo assim não deixam de atuar e avançar!
O primeiro guerreiro a saltar de um helicóptero civil sobre o edifício em chamas foi o Sgt PM CASSANIGA do COE (segundo relatos foi do helicóptero do DERSA, pilotado por Silvio Monteiro). Ele saltou da aeronave a uma altura de cerca de 4 metros e quando tocou o teto fraturou seu tornozelo, mesmo assim, esqueceu a dor e organizou o salvamento.
O único helicóptero que teve atuação efetiva na retirada de pessoas do teto do Joelma foi o helicóptero militar UH-1H do 4º EMRA (4º Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque – Operações Aéreas Especiais), da FAB pilotado pelo Maj Av Pradatzki, Ten Av Taketani e tripulado pelos seguintes militares: Sgt Silva, mecânico da aeronave, o então Ten PM Nakaharada (COE), Sd PM Juvenal (COE), Sd PM Cid Monteiro (COE) e o médico civil Dr Wanderley. Essa foi a segunda equipe a desembarcar no telhado do Joelma que nesse ponto alcançava temperatura superior a 100° Celsius, com o detalhe de que nenhum deles dispunham de equipamentos apropriados para o resgate, como roupas, máscaras, ancoragem, etc.
Como o helicóptero militar não conseguia pousar no teto do edifício, as pessoas se agarravam nos esquis do UH-1H do 4º EMRA da FAB e, com ajuda da tripulação, eram colocadas para dentro do helicóptero. Foi uma operação arriscada de embarque a baixa altura, mas que funcionou, sendo a pioneira na América do Sul, nunca antes realizada.
O helicóptero UH-1H fazia pairado sobre o edifício e conseguia retirar as pessoas. Os feridos eram levados por ele ao heliponto do prédio da Câmara Municipal, onde ficaram pousados os demais helicópteros e seus pilotos civis (aeronaves civis da Pirelli, Papel Simão, DERSA, etc) auxiliando as operações de salvamento e também transportando-as aos hospitais.
Enquanto isso, o Comandante Carlos Alberto, primeiro piloto de helicóptero do Brasil, com a ajuda do Eng. Carlo de Bellegarde de Saint Lary, pousou o helicóptero da empresa Pirelli sobre uma pequena laje de um prédio vizinho. Ali, os bombeiros passaram cordas, ligando os dois prédios e tentavam retirar as pessoas, sendo que atravessaram os prédios, utilizando-se da técnica “comando craw”, os então Cap PM Hélio Caldas do Bombeiro, o Ten PM Lisias (COE), o Sd PM Antônio Benedito Santos (COE) e o Sd PM Osmar Lachelli (COE). Além desses, participaram do salvamento no edifício, o Cap PM Idalécio, Sgt PM Newton, Sd PM Fucile e Sd PM Santos. Certamente existem outros profissionais que atuaram nesse incêndio.
Às 13h30, todos os sobreviventes haviam sido resgatados. Dos aproximadamente 756 ocupantes do edifício, 191 morreram e mais de 300 ficaram feridos. Essa infelizmente poderia ser uma data a ser esquecida, só que temos que lembrar das vítimas e seus familiares assim como das centenas e centenas de profissionais de diversas áreas envolvidas nesse salvamento que ficaria para a história como um dos mais trágicos do Brasil e seria muito pior se homens ou mulheres heroicos não tivessem medidos esforços para salvar todas aquelas pessoas durante e depois do incêndio. Profissionais de apoio foram muito importante na ajuda das pessoas e equipes envolvidas no salvamento: Eletropaulo (energia elétrica), SABESP (água), CET (Trânsito), Ambulâncias do governo e particulares (centenas delas), equipe médica das mais diversas especialidades (centenas de profissionais), Hospitais da cidade e grande São Paulo (dezenas deles), Policiais Militares (centenas), Bombeiros Militares (centenas), Voluntários em apoio geral (centenas), Crédito:
Colaboração: Cabo Anselmo – Força Aérea Brasileira. Base Aérea de São Paulo.
Texto e fotos extraídos da Internet.
Fonte de Pesquisa:
– São Paulo Antiga
– Revista Pirelli, Ano XXIII, N 118, de dezembro de 1978, pg 24, 10 anos no Ar;
– Fotos da Agência Estado, dos Jornais e do acervo pessoal do Comandante Finatti;
– Relato do Cap Ref PM Newton Ferreira da Silva.
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