Esquadrilha da Fumaça pode ter agenda suspensa por falta de verbas da FAB

Jota

30 de julho de 2025

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Chegamos ao dia 30 de julho sem nenhuma apresentação confirmada da Esquadrilha da Fumaça para o mês seguinte. A agenda oficial permanece vazia, e isso não é coincidência. Em 2025, a Força Aérea Brasileira atravessa uma crise orçamentária sem precedentes, e os efeitos já atingem diretamente a operação de diversas unidades da instituição.

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A falta de recursos já forçou a interrupção de voos em várias unidades. Ao todo, 40 aeronaves foram retiradas de operação por falta de manutenção. Além disso, 137 pilotos precisaram ser realocados para funções administrativas. Treinamentos, cursos e viagens também sofreram cancelamentos. Eventos tradicionais, como o Domingo Aéreo AFA 2025, foram adiados sem nova data definida.

Embora o Grupo de Transporte Especial GTE ainda transporte autoridades, suas operações enfrentam restrições cada vez maiores. Falta combustível, aviões disponíveis e condições técnicas mínimas para cumprir as missões. Um dos voos mais criticados foi o que levou o deputado federal pelo estado da Paraíba Hugo Motta a Lisboa para participar do evento particular “Gilmarpaloosa”, sem nenhuma agenda oficial relevante. A operação gerou revolta nas redes sociais e expôs o contraste entre prioridades funcionais e viagens a lazer.

A Esquadrilha da Fumaça surgiu em 1952, quando instrutores da antiga Escola de Aeronáutica realizaram acrobacias para inspirar os cadetes. A iniciativa cresceu, ganhou reconhecimento e passou a integrar a estrutura oficial da Força Aérea Brasileira. Desde então, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) leva a imagem da FAB para os céus do Brasil e do mundo, promovendo valores como disciplina, técnica e espírito de equipe.

Desde sua criação, a Esquadrilha já operou aeronaves como o T-6 Texan, o Fouga Magister, o T-25 Universal e o lendário T-27 Tucano. Atualmente, o EDA utiliza o A-29 Super Tucano, modelo da Embraer adotado em 2013. Agora em 2025, o A-29 Super Tucano completou 10 anos em uso nas demonstrações, com mais de 450 apresentações realizadas em diversas regiões do Brasil e em países vizinhos.

Além de encantar o público com suas manobras, a Esquadrilha cumpre um papel institucional importante. Suas apresentações promovem aproximação entre a FAB e a população, especialmente os jovens. A cada demonstração, o EDA inspira vocações, fortalece a imagem da Força Aérea e transmite valores que vão além da técnica. Portanto, sua eventual e não oficial paralisação afeta diretamente essa conexão com a sociedade.

Embora o Brasil enfrente outros problemas mais graves e preocupantes em várias áreas, o possível cancelamento das apresentações da Esquadrilha da Fumaça representa um sinal de alerta. Para quem ama a aviação, o silêncio dos céus indica que algo muito maior está fora do lugar. Se nem mesmo a principal vitrine da FAB consegue decolar, o impacto simbólico é inegável — e a crise institucional se torna ainda mais visível.

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