Segurança de voo em alerta com estudo da UFSC e ANAC sobre risco de fauna na aviação
Capivara aparece entre espécies perigosas no estudo da UFSC e ANAC sobre risco de fauna na aviação
O estudo da UFSC e ANAC sobre risco de fauna na aviação classificou 68 espécies com potencial de colisão com aeronaves. Essa pesquisa ganhou destaque porque o risco de fauna, também chamado de birdstrike, continua sendo um dos grandes desafios da aviação mundial. Além disso, o guia inovador reuniu dados de ocorrências e análises de DNA, oferecendo informações úteis para prevenir acidentes e melhorar o planejamento operacional.
Espécies mais perigosas para aeronaves no Brasil
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans), desenvolveu o guia em parceria com a Secretaria Nacional de Aviação Civil, vinculada à ANAC. O objetivo foi identificar espécies de maior risco para a aviação brasileira. Para isso, a equipe criou um índice de severidade que considera não apenas a frequência de colisões, mas também a gravidade dos danos e os efeitos causados durante o voo.
Como resultado, o estudo destacou 30 espécies em profundidade. Entre elas, 20 ocupam posições de maior severidade e outras 10 foram confirmadas por meio de análises de DNA. Dessa forma, os gestores de aeródromos passam a contar com um material técnico robusto para orientar medidas de mitigação e reforçar a segurança operacional.
Capivara surpreende como risco relevante em aeroportos
O levantamento apontou o urubu-de-cabeça-preta como a espécie de maior risco, responsável por mais de 600 colisões entre 2011 e 2024. Logo depois aparecem a seriema e a fragata, aves que pelo porte e comportamento oferecem risco elevado a aeronaves em aproximação ou decolagem.
A grande surpresa, no entanto, foi a capivara em quarto lugar. O animal, único não aviário entre os mais perigosos, pode pesar entre 27 e 91 quilos e provocar sérios danos estruturais. Desde 2019, a espécie esteve envolvida em 33 colisões, cinco delas com registros de danos às aeronaves. A fase de pouso concentrou 19 incidentes e quatro casos exigiram arremetidas. Além disso, os episódios aconteceram em 11 aeródromos, incluindo ocorrências em Santa Catarina.
Comparação entre frequência e severidade dos impactos
Outro ponto essencial do guia foi mostrar que a gravidade das colisões deve ser mais valorizada que a frequência. O quero-quero, por exemplo, liderou em número de registros, com 5.939 ocorrências, mas aparece apenas na posição 37. O motivo está no seu baixo peso, entre 277 e 426 gramas, o que limita o potencial de causar danos significativos.
Consequentemente, o estudo reforça que as autoridades não devem basear decisões apenas no número de colisões. É preciso observar os riscos reais de cada espécie, priorizando aquelas capazes de comprometer a integridade de aeronaves e tripulações. Esse raciocínio garante mais eficiência no planejamento das medidas de mitigação.
Medidas de prevenção para reduzir o risco de fauna
Com base nas análises, o guia recomenda práticas específicas de mitigação. Entre elas destacam-se o monitoramento das valas de drenagem, locais que atraem capivaras, e o cercamento de áreas de mata próximas às pistas. Além disso, os pesquisadores indicam que cada aeroporto deve realizar análises operacionais periódicas, adaptando os protocolos de segurança conforme a fauna presente.
Por outro lado, as autoridades já avançaram em iniciativas complementares. Em 2024, o Ministério de Portos e Aeroportos lançou a Base Nacional de Informações de Medidas de Mitigação do Risco de Fauna, desenvolvida em parceria com o LabTrans. A plataforma reúne mais de cinco mil medidas aplicáveis a 122 espécies e 216 grupos faunísticos, funcionando como um banco de dados de consulta para gestores aeroportuários.
Avanço da segurança de voo com pesquisa da UFSC e ANAC
O estudo da UFSC e ANAC sobre risco de fauna na aviação marca um avanço significativo para a segurança operacional brasileira. Ao detalhar espécies críticas e oferecer recomendações práticas, o guia amplia a capacidade de prevenção contra acidentes relacionados à fauna.
Portanto, mais do que um levantamento acadêmico, trata-se de um recurso de aplicação imediata para autoridades, companhias aéreas e operadores de aeroportos. A segurança de voo depende de planejamento integrado, e compreender o comportamento da fauna é um passo essencial nesse processo. Assim, o estudo fortalece o compromisso do país com uma aviação mais segura e eficiente.
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