Argentina negocia com os EUA para recuperar capacidade de transporte aéreo militar
Força Aérea Argentina pode voltar a operar Chinook com apoio dos Estados Unidos
EUA ajudam Argentina a modernizar sua Força Aérea em uma negociação que busca recuperar a capacidade de transporte pesado, perdida há mais de duas décadas. O país já operou helicópteros CH-47C Chinook durante a Guerra das Malvinas, mas aposentou os últimos exemplares no início dos anos 2000. Desde então, depende apenas de aeronaves médias como os Bell 212 e 412, que se mostram insuficientes para grandes missões. Além disso, os Mi-171 russos continuam inativos por falta de peças, o que reforça a urgência dessa renovação.
O comandante da FAA, Brigadeiro Gustavo Valverde, declarou em entrevista ao podcast Letra Chica que as negociações para trazer de volta o Chinook avançam. Ele explicou que o plano inicial prevê a compra de duas a três unidades usadas, provavelmente vindas dos estoques dos Estados Unidos. Embora o assunto fosse discutido desde 2023, agora existe uma movimentação concreta para o retorno do helicóptero pesado ao inventário argentino.
Apoio dos EUA é peça-chave para viabilizar a operação
A retomada dessa capacidade depende diretamente da parceria estratégica com os Estados Unidos. Valverde ressaltou que Washington ainda não ofereceu oficialmente aeronaves, mas os contatos se intensificaram nos últimos meses. A Argentina já iniciou processos dentro do programa Foreign Military Sales (FMS), que inclui não apenas aeronaves, mas também pacotes de treinamento e suporte logístico.
Hoje, os EUA retiram de operação diversos CH-47D, destinados principalmente ao mercado civil, em especial para missões de combate a incêndios e transporte de cargas externas. Contudo, a versão mais moderna, o CH-47F, permanece em produção e pode ser oferecida à Argentina, ainda que a custos muito mais altos.
Alternativas no radar: Alemanha e o CH-53 Stallion
Embora o Chinook apareça como prioridade, a Argentina também avalia alternativas. Uma delas envolve a aquisição de helicópteros CH-53G Stallion, desativados pela Força Aérea Alemã e substituídos pelo CH-47F. Esses modelos, produzidos sob licença da Sikorsky pela Fokker na década de 1970, poderiam ser adquiridos por valores menores. No entanto, apresentam custos por hora de voo elevados em razão da idade avançada da frota.
Essa análise leva em conta não apenas o preço de aquisição, mas também a sustentabilidade da operação. Dessa forma, mesmo que o Stallion ofereça economia inicial, ele exigiria gastos significativos de manutenção, o que comprometeria o orçamento de longo prazo da defesa argentina.
Impacto estratégico para a Força Aérea Argentina
Se a compra se concretizar, a FAA voltará a contar com o maior helicóptero militar em operação na América Latina. O CH-47F transporta até 55 soldados ou dez toneladas de carga, incluindo peças de artilharia, veículos leves e suprimentos essenciais.
Essas capacidades oferecem vantagem em missões de apoio ao Grupo de Operaciones Especiales (GOE), além de operações de transporte rápido de tropas e ajuda humanitária em emergências. Portanto, em um país de dimensões continentais e infraestrutura desigual, helicópteros pesados representam um salto estratégico para a Força Aérea Argentina.
Desafios financeiros e próximos passos
Apesar do entusiasmo da cúpula militar, a negociação enfrenta barreiras financeiras. A crise econômica limita investimentos em Defesa, e a viabilidade dependerá das condições de pagamento oferecidas pelos EUA. Dessa forma, um acordo pode avançar rapidamente ou ficar estagnado por anos, como ocorreu em tentativas anteriores.
“Mesmo com os obstáculos, a possível chegada dos Chinook marca um avanço no processo de reaproximação militar entre Argentina e Estados Unidos. Além dos helicópteros, a Argentina negocia blindados Stryker 8×8 e caças F-16 Fighting Falcon. Assim, fica evidente como os EUA ajudam Argentina a modernizar sua Força Aérea, ampliando capacidades estratégicas no cenário regional.”
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