EUA cancelam conferência com a FAB em Brasília

Jota

21 de agosto de 2025

EUA cancelam evento com a FAB_Imagem Ilustrativa

EUA cancelam conferência com a FAB que ocorreria em Brasília entre 29 e 31 de julho de 2025. A Força Aérea Brasileira confirmou em nota oficial, no dia 23 de julho, que os norte-americanos tomaram a decisão poucos dias antes do evento. O cancelamento surpreendeu os militares brasileiros. A conferência já estava em fase final de preparação e reuniria delegações de diversos países aliados. Além disso, a reunião serviria para aprofundar a cooperação tecnológica no espaço e reforçar o protagonismo regional do Brasil.

O Ministério da Defesa reagiu com preocupação e destacou os possíveis impactos na cooperação estratégica entre os dois países. Militares brasileiros afirmam que a medida simboliza o desgaste crescente entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva. Dessa forma, os atritos políticos passaram a influenciar também o relacionamento militar e de defesa.

EUA cancelam evento com a FAB_Imagem Ilustrativa
EUA cancelam evento com a FAB_Imagem Ilustrativa

A conferência reuniria representantes de várias nações e marcaria um avanço na integração aeroespacial regional. Portanto, o cancelamento elevou a tensão e trouxe sinais de distanciamento. Além disso, a decisão norte-americana ocorreu em meio a sanções, tarifas e medidas diplomáticas que já vinham fragilizando a relação bilateral. A reação do Ministério da Defesa buscou blindar os canais militares desse contexto, mas a incerteza se intensificou.

No entanto, especialistas afirmam que os sinais políticos pesam cada vez mais nas relações militares. Dessa forma, as ações de cooperação passam a conviver com dúvidas sobre sua continuidade.

A Conferência Espacial das Américas (SCA) surgiu no início dos anos 2000 como fórum internacional para fortalecer a cooperação aeroespacial no continente. O objetivo principal é compartilhar informações sobre comunicações via satélite, monitoramento climático, defesa aeroespacial e segurança cibernética. Além disso, o evento busca definir padrões comuns de interoperabilidade, essenciais para operações conjuntas e missões humanitárias. Ao longo dos anos, a conferência reuniu representantes civis e militares de países como Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, Colômbia e Brasil.

Edições anteriores ocorreram em cidades de destaque. Em 2024, por exemplo, Miami recebeu a conferência. No México e no Canadá, encontros anteriores também reuniram delegações estratégicas. O Brasil sempre participou como convidado, mas nunca havia sediado o evento. Em 2025, teria a primeira oportunidade de organizar o fórum, mostrando liderança regional e ampliando sua projeção diplomática. Vale lembrar que, além da parte técnica, a conferência funciona também como vitrine política. Para o Brasil, sediar a edição de 2025 significaria discutir avanços tecnológicos, mas também assumir papel de liderança em um setor que une diplomacia, ciência e defesa.

Mesmo com o cancelamento da conferência, a cooperação prática continuou, por enquanto. Entre julho e agosto, a Base Aérea de Campo Grande–MS sediou o Exercício Conjunto Tápio 2025, envolvendo FAB, Exército, Marinha e militares dos Estados Unidos. Os americanos enviaram dois cargueiros C-17 Globemaster III, que transportaram helicópteros, tropas, viaturas e equipamentos pesados. Durante o exercício, militares realizaram missões de guerra irregular, lançamentos de paraquedistas, evacuação aeromédica, resgates e infiltrações aéreas.

Esse treinamento comprovou, que por enquanto, no campo tático e logístico, a parceria segue ativa. O C-17 teve papel central ao garantir transporte rápido de cargas volumosas e helicópteros. Portanto, a presença norte-americana reforçou a prontidão conjunta e destacou a importância da interoperabilidade.

A combinação entre cancelamentos e tensões políticas levanta dúvidas sobre o futuro das cooperações. Além da conferência, os Estados Unidos também anunciaram que não participarão da Operação Formosa, maior exercício anfíbio da Marinha realizado em Goiás. Pela primeira vez em anos, os Marines não confirmaram presença. A China também comunicou que ficará de fora. Portanto, a edição de 2025 pode perder parte de sua relevância global. Esse movimento pressiona o governo brasileiro a proteger os canais técnicos de defesa do ruído político.

Especialistas avaliam que, se a ausência dos EUA em Formosa se confirmar, outras agendas também podem ser afetadas, como a operação militar conjunta CRUZEX. Dessa forma, o Brasil terá de intensificar sua diplomacia militar para evitar enfraquecimento da agenda. Em resumo, EUA cancelam conferência com a FAB, mas ainda mantêm por enquanto a cooperação em exercícios como o Tápio. O desafio será blindar os avanços técnicos da política, garantindo que a integração operacional continue relevante.

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