EUA enviam 2 caças Harrier para museus

Jota

15 de setembro de 2025

Aviao-Harrier-AV-8B_Imagem-Divulgacao

EUA enviam 2 caças Harrier para museus, reforçando a preservação da história de sua aviação militar. Em julho e agosto de 2025, os exemplares BuNo 165002 e BuNo 165579 deixaram as operações militares e foram recebidos pelo Castle Air Museum, na Califórnia, e pelo Tillamook Air Museum, em Oregon. Dessa forma, os aviões passaram de máquinas de combate a peças históricas, permitindo que o público conheça de perto o legado de um dos projetos mais ousados da indústria aeronáutica.

Avião Harrier AV-8B_Imagem Divulgação
Avião Harrier AV-8B_Imagem Divulgação

O conceito revolucionário do Harrier

O Harrier nasceu no Reino Unido durante os anos 1960 pelas mãos da Hawker Siddeley. Diferentemente de outros caças, ele apresentou uma capacidade inédita: decolar e pousar verticalmente ou em pistas extremamente curtas. Essa característica, conhecida como V/STOL – Vertical/Short Take-Off and Landing – em português: Decolagem e Pouso Verticais ou Curtos -, transformou o modelo em uma ferramenta estratégica sem precedentes. Além disso, permitiu que a aeronave operasse em locais onde jatos convencionais jamais conseguiriam atuar. Mais tarde, a McDonnell Douglas desenvolveu a versão AV-8B, que incorporou asas maiores e aviônicos modernos. Dessa forma, os Fuzileiros Navais dos Estados Unidos passaram a contar com um avião ainda mais versátil para apoiar operações anfíbias em qualquer parte do mundo.

Histórias de combate ao redor do mundo

Durante décadas, o Harrier participou de combates que ajudaram a moldar sua reputação mundial. No Reino Unido, sua consagração ocorreu na Guerra das Malvinas, em 1982. Naquele conflito, os Sea Harrier e Harrier GR3 abateram 23 aeronaves argentinas sem sofrer perdas em duelos aéreos. Portanto, o desempenho consagrou o modelo como um dos caças navais mais eficazes já produzidos. Já os Estados Unidos utilizaram os AV-8B em diferentes cenários. Eles atuaram no Iraque e na Síria, operaram embarcados em porta-aviões e, mais recentemente, integraram missões no Caribe. Nessas operações, caças Harrier combateram cartéis de drogas, demonstrando novamente sua versatilidade. Assim, o avião provou ser útil tanto em guerras convencionais quanto em cenários assimétricos.

Em julho e agosto de 2025, dois aviões AV-8B Harrier II+ foram entregues a museus da Costa Oeste. O primeiro, BuNo 165579, pousou em Atwater, Califórnia, antes de ser levado ao Castle Air Museum. Com 791 horas de combate registradas, o caça também havia servido como plataforma de ensaios na base de armas de China Lake. O segundo, BuNo 165002, chegou ao Tillamook Air Museum, em Oregon, trazendo em sua história mais de 5.500 horas de voo, das quais 631 em operações de guerra. Ambos foram desmilitarizados e preparados pelo esquadrão de testes VX-31, garantindo que pudessem integrar os acervos de forma segura e definitiva.

Para os curadores, receber exemplares com tanto histórico representa a chance de contar, de maneira concreta, a evolução da aviação militar. Os visitantes podem observar de perto detalhes técnicos que transformaram o Harrier em um ícone, desde as entradas de ar até os bicos direcionáveis que possibilitam o voo vertical. Mais que peças estáticas, essas aeronaves carregam consigo memórias de pilotos, engenheiros e mecânicos que, por décadas, desafiaram os limites da tecnologia.

A aposentadoria progressiva de unidades veteranas acompanha, portanto, a chegada do moderno F-35B Lightning II. Esse caça não apenas mantém a versatilidade de decolagem curta e pouso vertical, como também acrescenta recursos de quinta geração. Além disso, a aeronave incorpora tecnologia furtiva, sensores avançados e integração digital completa. Assim, a substituição do Harrier pelo F-35B não representa apenas uma troca de modelos, mas simboliza o fim de uma era baseada em soluções mecânicas e o início de uma nova etapa centrada na guerra aérea em rede.

O envio dos dois exemplares para museus norte-americanos encerra oficialmente um capítulo, mas abre espaço para reflexão. Para o público, trata-se de uma oportunidade de revisitar conquistas e compreender a importância de um projeto que desafiou convenções. Para os entusiastas e historiadores da aviação, é um lembrete de que cada aeronave conta uma história única, feita de números, batalhas e pessoas.

Um legado que atravessa fronteiras

O Harrier permanece como símbolo de cooperação internacional. Concebido no Reino Unido, adaptado nos Estados Unidos e operado em diferentes países, tornou-se um marco de como a engenharia e a estratégia podem se encontrar. Sua presença em museus garante que futuras gerações conheçam não apenas a máquina, mas também o espírito de inovação que impulsionou sua criação.

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