EUA interceptam 4 aviões russos no Alasca

Jota

29 de setembro de 2025

EUA interceptam 4 aviões no ALASCA_Imagem meramente ilustrativa

O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) anunciou, em 24 de setembro de 2025, a interceptação de quatro aeronaves militares russas na Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca. A operação mobilizou grande aparato da Força Aérea dos Estados Unidos e ocorreu em um momento de tensão internacional. Dessa vez, os militares identificaram dois bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-95 e dois caças Su-35.

EUA interceptam 4 aviões no ALASCA_Imagem meramente ilustrativa
EUA interceptam 4 aviões no ALASCA_Imagem meramente ilustrativa

Para responder ao movimento, o NORAD deslocou nove aeronaves americanas. O grupo incluía um E-3 Sentry, usado para comando e alerta antecipado, quatro caças F-16 para a interceptação direta e quatro aviões-tanque KC-135 para o reabastecimento em voo. As imagens divulgadas mostraram os F-16 voando lado a lado com os bombardeiros russos sobre o mar de Bering. A missão durou 53 minutos e a menor distância registrada foi de 30 milhas náuticas (aprox. 48 km), da Ilha St. Lawrence, no extremo oeste do Alasca.

Embora autoridades tratem o episódio como uma prática recorrente, o contexto atual lhe confere maior peso. Em 2025, já ocorreram nove interceptações no Alasca, três delas apenas nas últimas semanas. Normalmente, tais surtidas servem para testar o tempo de resposta dos EUA e aliados. Entretanto, a frequência crescente se soma às violações aéreas na Europa e gera apreensão em governos ocidentais.

É importante destacar que a Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca não corresponde ao espaço aéreo soberano americano. No entanto, ela funciona como linha avançada de alerta. Sempre que aeronaves militares cruzam essa área, caças americanos decolam para escoltar, registrar e, se necessário, afastar a presença estrangeira. Dessa forma, os EUA evitam que um possível ataque ocorra sem reação imediata.

Enquanto aviões americanos escoltavam aeronaves russas no Alasca, o presidente Donald Trump elevava o tom em Nova York. Durante a Assembleia-Geral da ONU, ele defendeu que a OTAN adote postura muito mais firme contra violações aéreas. De acordo com Trump, qualquer aeronave russa que ultrapasse os limites do espaço aéreo aliado deve ser derrubada imediatamente.

Apesar da fala dura, Trump destacou que a responsabilidade por agir cabe principalmente aos países europeus da aliança. Segundo ele, não se trata de obrigação exclusiva dos Estados Unidos. O posicionamento funcionou como sinal político de firmeza, sobretudo porque foi apresentado logo após encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, respondeu em tom moderado. Ele afirmou que os aliados podem usar força contra aeronaves russas, mas ressaltou que cada decisão depende de análise criteriosa. Para ele, é necessário observar a inteligência disponível, a presença de armamentos a bordo, os riscos para civis e o impacto sobre a infraestrutura da região.

O Kremlin reagiu com veemência. Moscou acusou os líderes ocidentais de irresponsabilidade e alertou para o risco de escalada. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que derrubar aviões russos significaria um erro de cálculo grave, com consequências imprevisíveis para a segurança internacional.

O debate cresce porque vários países da OTAN relatam violações em seu espaço aéreo. A Estônia registrou quatro incursões russas somente em 2025, sendo a mais recente com três jatos militares que entraram sem autorização. Já a Polônia detectou drones cruzando sua fronteira, fato que levou ao fechamento temporário de quatro aeroportos, incluindo o de Varsóvia. Nesse episódio, a defesa antiaérea foi acionada em alerta máximo e a população recebeu ordens de permanecer em casa.

Essas ações compõem, segundo a OTAN, um padrão de comportamento agressivo e irresponsável por parte da Rússia. Para a aliança, os movimentos de Moscou aumentam os riscos de incidentes graves. Em resposta, os aliados reafirmaram que continuarão a empregar todos os instrumentos disponíveis, militares ou não, para garantir sua segurança coletiva.

Especialistas afirmam que a interceptação no Alasca, isoladamente, não representa ameaça direta aos Estados Unidos. Contudo, analisada em conjunto com as violações na Europa, ela revela a estratégia russa de testar constantemente os limites da defesa ocidental. Além disso, o discurso de Trump fortalece a dissuasão, mas também amplia as chances de um confronto.

Os próximos passos da OTAN podem incluir regras de engajamento mais duras, permitindo ações imediatas em casos de novas violações. Ao mesmo tempo, a Rússia tende a manter esse padrão de pressão, colocando a segurança internacional em um dos períodos mais delicados desde a Guerra Fria.

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