Europa se prepara para futuro confronto militar com Rússia e China

Jota

13 de setembro de 2025

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Europa se prepara para futuro confronto militar com Rússia e China, em um cenário que remete a períodos de alta tensão global. Diferente da Segunda Guerra Mundial, o temor atual é de um conflito tecnológico. Assim, cresce a expectativa de uma guerra marcada por sabotagens de cabos submarinos de internet e comunicação, ataques cibernéticos a sistemas de comunicação, uso intensivo de drones e invasões digitais.

Segundo a OTAN, liderada pelo holandês Mark Rutte, Rússia e China representam ameaças crescentes. Moscou mantém sua ofensiva contra a Ucrânia e intensifica exercícios militares próximos a aliados. Além disso, Pequim amplia sua influência estratégica. Nesse cenário, países europeus reforçam investimentos em defesa, aumentam a prontidão de tropas e alertam a população para a necessidade de preparação civil.

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A aviação terá papel central nesse novo paradigma de guerra. Com a possibilidade de ataques rápidos com drones e aeronaves modernas, governos estão adquirindo caças, helicópteros de ataque e viaturas militares. Paralelamente, investem em blindados, sistemas antiaéreos e infraestrutura logística.

Contudo, a prioridade não se limita a equipamentos. A estratégia também envolve ciberdefesa e proteção de infraestruturas críticas. Desse modo, a meta é dissuadir adversários, reduzir vulnerabilidades e garantir resposta imediata em caso de agressão.

Os conflitos espalhados pelo planeta reforçam o clima de incerteza internacional. Na Ucrânia, a invasão russa segue ativa e já alcança fronteiras da OTAN. Nesta semana, drones russos violaram o espaço aéreo da Polônia, sendo abatidos por caças aliados. Em resposta, a OTAN lançou a operação Eastern Sentry – em português, Sentinela Oriental – para reforçar o flanco leste da Europa e sinalizar disposição de reação diante de Moscou.

No Oriente Médio, a situação é ainda mais explosiva. O ataque surpresa do Hamas contra Israel deflagrou uma guerra de grande intensidade em Gaza. Poucos meses depois, o Irã lançou centenas de drones e mísseis contra Israel, em um episódio classificado como o maior ataque já realizado pelo regime persa. Além disso, grupos armados do Iêmen também dispararam mísseis contra território israelense, ampliando o cerco regional.

Israel reagiu de forma dura, atingindo posições militares no Irã, e no Iêmen e em áreas controladas pelo Hamas. Como consequência, países árabes anunciaram que poderão organizar uma resposta conjunta contra Tel Aviv. Para aumentar as tensões, forças israelenses também executaram ataques cirúrgicos contra lideranças do Hamas em Doha, no Catar, elevando o desgaste diplomático na região.

O quadro agravou-se ainda mais quando os Estados Unidos realizaram bombardeios contra instalações nucleares iranianas, provocando ameaças diretas de retaliação de Teerã. Assim, o risco de um confronto regional em larga escala cresceu de maneira significativa.

Diante desse mosaico de crises, a Europa e a OTAN entendem que não podem permanecer apenas observando. Portanto, intensificam seus preparativos militares e civis, antecipando um possível ataque de Rússia e China, em um cenário global que lembra a instabilidade das grandes guerras do século XX, mas agora com armas tecnológicas e cibernéticas.

Alemanha amplia forças e reforça proteção civil

O comandante do Exército alemão afirmou que o país precisa mais do que dobrar suas forças ativas para atender às metas da OTAN. O plano prevê 100 mil soldados adicionais até 2029, com metas até 2035

Além disso, o governo anunciou investimento de 10 bilhões de euros em proteção civil até 2029. Os recursos financiarão sistemas de alerta, abrigos, veículos de emergência e unidades móveis de comando. Como detalhe curioso, foi sugerida a criação de estoques de refeições prontas enlatadas, como o ravioli em lata, para emergências

União Europeia pede auto-preparação da população

A Comissão Europeia lançou a estratégia EU Preparedness Union, que orienta cidadãos a manter suprimentos básicos para 72 horas: água, alimentos, remédios, documentos e lanternas (Reuters). Em paralelo, o plano prevê coordenação entre países para crises, fortalecimento de sistemas de alerta e proteção de serviços essenciais em caso de ataques híbridos

França orienta hospitais a se preparar para guerra

O Ministério da Saúde francês enviou carta a agências regionais pedindo que hospitais estejam prontos para um “grande engajamento militar” a partir de março de 2026. As unidades devem ser capazes de receber 10 mil a 50 mil militares hospitalizados em períodos de 10 a 180 dias. Dessa forma, a medida sugere que Paris considera cenários de conflito de alta intensidade, e não apenas crises pontuais

Lei de mobilização militar na Alemanha

No Parlamento alemão tramita um projeto que prevê a reinstauração parcial do serviço militar obrigatório, caso o recrutamento voluntário não seja suficiente. Por outro lado, o texto cita explicitamente a Rússia como risco central à segurança europeia.

Suécia retoma panfletos de guerra

A Suécia distribui o panfleto In Case of Crisis or War (Om krisen eller kriget kommer), que traz instruções de sobrevivência em caso de guerra. Além disso, esta é a quinta versão do documento, já publicado em décadas anteriores, inclusive durante a Guerra.

Embora não haja declaração de que a guerra seja iminente, a soma das medidas revela que a Europa leva a sério um futuro confronto. Em consequência, o esforço vai além da mobilização militar: busca preparar sociedades para resistirem a choques prolongados.

A mensagem é clara: se o conflito contra Rússia e China se concretizar, ele não seguirá os roteiros do passado. Será veloz, tecnológico e exigirá coordenação total entre governos, forças armadas e cidadãos.

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