FAB ficando para trás entre as Forças Aéreas da América do Sul

Jota

1 de setembro de 2025

FAB está ficando para trás na modernização da sua frota_Imagem Ilustrativa

A Força Aérea Brasileira enfrenta cortes orçamentários que afetam diretamente a modernização de sua frota. Com aeronaves paradas por falta de manutenção e combustível, a FAB ficando para trás entre as Forças Aéreas da América do Sul é uma constatação cada vez mais evidente. Enquanto países vizinhos avançam com aquisições e acordos internacionais, o Brasil convive com atrasos, desativações e incertezas, o que acende um alerta estratégico sobre o futuro da aviação de caça nacional.

FAB está ficando para trás na modernização da sua frota_Imagem Ilustrativa
FAB está ficando para trás na modernização da sua frota_Imagem Ilustrativa

O caso dos caças AMX A-1M é emblemático. Em dezembro de 2024, o Esquadrão Centauro encerrou operações após 27 anos de atividade, transferindo suas aeronaves para o Esquadrão Poker, que deve desativá-las até o final de 2025. Esse movimento representa a retirada de um vetor importante de ataque, usado historicamente em missões de interdição e apoio aéreo.

Paralelamente, os veteranos F-5EM, que já haviam sido modernizados no início dos anos 2000, chegam ao limite de sua vida útil. Unidades mais antigas já foram desativadas, e outras seguem o mesmo caminho sem reposição imediata. A saída desses caças deixa uma lacuna perigosa, já que ainda desempenham papel relevante na defesa aérea.

Outro ponto crítico está no programa de modernização dos A-29 Super Tucano. A FAB anunciou a atualização de 68 unidades a partir de 2025, mas dezenas continuam paradas. A falta de combustível e manutenção revela que, além de novas aquisições, o país enfrenta dificuldades até para manter sua frota leve operacional.

O Gripen F-39E foi escolhido para ser a espinha dorsal da aviação de caça brasileira, substituindo gradualmente AMX e F-5. Até junho de 2025, nove aeronaves foram entregues, e o primeiro Gripen totalmente produzido no Brasil deve chegar em novembro. Apesar disso, o programa enfrenta atrasos e incertezas sobre os pagamentos, que colocam em dúvida o volume de entregas até 2026.

Mesmo com tecnologia avançada, o Gripen sozinho não consegue suprir as lacunas deixadas pelos modelos desativados. Sem quantidade suficiente, a promessa de superioridade aérea se transforma em um risco de operar com números simbólicos, incapazes de garantir a cobertura integral do território nacional.

Enquanto a Força Aérea Brasileira está ficando para trás, entre as Forças Aéreas da América do Sul, se confirma que países vizinhos ampliam suas capacidades aéreas. O Peru oficializou em julho de 2025 a compra de 24 caças Gripen F-39 E/F, que substituirão uma frota de MiG-29 e Mirage 2000. A decisão representa um salto tecnológico e consolida a parceria estratégica com a Saab.

O Chile mantém em operação mais de 40 caças F-16, muitos já modernizados no padrão MLU (Mid-Life Update). Essas aeronaves são superiores aos F-5EM brasileiros em alcance, armamento e aviônicos, garantindo ao país uma vantagem já consolidada em termos regionais.

Na Argentina, o governo aprovou em abril de 2024 a compra de 24 F-16 da Dinamarca, com aval dos EUA, no valor de US$ 301,2 milhões. O contrato, apoiado pelos Estados Unidos, será pago em cinco parcelas e marca a reaproximação estratégica com Washington. A medida permite que a Força Aérea Argentina supere anos de obsolescência, deixando para trás os A-4AR Fightinghawk.

A Colômbia também se destaca, mantendo F-16 na linha de frente e avaliando novas modernizações. Com isso, o país consolida sua posição como força aérea relevante na América do Sul, capaz de operar em padrões próximos aos de aliados da OTAN.

A disparidade é evidente. Enquanto vizinhos garantem caças de quarta e quinta geração, a FAB enfrenta cortes, adiamentos e dependência de poucos vetores modernos. Esse atraso compromete não apenas a capacidade de dissuasão, mas também a interoperabilidade em operações conjuntas com aliados regionais.

A falta de investimentos consistentes ameaça reduzir o protagonismo do Brasil, que historicamente liderou a aviação militar na região. Hoje, países que até poucos anos operavam aeronaves obsoletas já planejam ou concretizam saltos tecnológicos significativos.

O panorama é claro: a FAB ficando para trás entre as Forças Aéreas da América do Sul não é apenas uma hipótese, mas um risco real e imediato. A desativação do AMX A-1M, o fim dos F-5EM e os atrasos no Gripen expõem uma aviação de caça em xeque. Enquanto Peru, Chile, Argentina e Colômbia fortalecem suas frotas, o Brasil precisa escolher entre manter a estagnação ou retomar investimentos que garantam liderança e segurança estratégica no continente.

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