Viagem de luxo com jato da FAB, carros blindados, hotel 5 estrelas e jantares sofisticados escancara os privilégios da classe política
FAB gastou 60 mil com Hugo Motta em missão para o Gilmarpalooza, com sigilo, mordomias e nenhum retorno para o país
A Força Aérea Brasileira (FAB) gastou R$ 60,9 mil apenas em diárias da tripulação que transportou Hugo Motta (Republicanos-PB) até Lisboa, em julho, para participar do polêmico Fórum Jurídico — apelidado de Gilmarpalooza. A informação foi revelada pelo jornalista Cláudio Dantas, com base em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação. Enquanto a FAB enfrenta cortes e dificuldades operacionais, o deputado utilizou a estrutura militar para um compromisso informal no exterior.
A aeronave utilizada foi um VC-99B FAB 2585 (Embraer Legacy 600), com capacidade para 12 passageiros. De acordo com a FAB, sete pessoas embarcaram na missão. No entanto, a Força Aérea Brasileira e a Câmara dos Deputados se recusaram a divulgar os nomes. O motivo alegado foi “segurança institucional”. Como consequência, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para investigar a legalidade da operação e a ausência de transparência.
Viagem semelhante na iniciativa privada custaria até R$ 870 mil
Embora a FAB tenha omitido os custos com combustível e manutenção, empresas especializadas em aviação executiva apontam que um voo de ida e volta entre Brasília e Lisboa, em jato semelhante, poderia custar entre R$ 650 mil e R$ 870 mil. Ou seja, qualquer cidadão comum desembolsaria esse valor para realizar a mesma viagem. No entanto, no caso de Hugo Motta, todo o custo recaiu sobre o contribuinte, sem qualquer prestação de contas.
Carros blindados, hotéis de luxo e despesas encobertas pelo sigilo
Durante a estadia, a comitiva contou com carros blindados, segurança, motoristas particulares, hospedagem cinco estrelas e refeições em renomados restaurantes europeus. No entanto, nenhum desses gastos foi detalhado ao público. Tanto o gabinete do parlamentar quanto a FAB preferiram manter sigilo, sob a justificativa de proteger a integridade dos envolvidos. Como resultado, o cidadão comum permanece sem acesso às informações, o que dificulta qualquer forma de controle social sobre o uso do dinheiro público.
Enquanto isso, a própria FAB revelou que perdeu R$ 812,2 milhões de orçamento em 2025. Missões de socorro, transporte de órgãos e voos estratégicos enfrentam atrasos por falta de verba e peças. Mesmo assim, o Estado continua priorizando o conforto da elite política em detrimento do interesse público.
Gilmarpalooza virou vitrine do abuso institucionalizado
O Fórum de Lisboa já não esconde sua função simbólica. Lá, políticos e magistrados aproveitam a estrutura pública para encontros informais regados a jantares e discursos vazios. Não há propostas concretas, tampouco resultados que justifiquem o investimento. O que existe é a manutenção de uma bolha institucional cada vez mais distante da realidade brasileira.
Essa prática se repete em outros destinos. Nova York, Paris, Boston e Washington também servem de palco para “eventos oficiais” que ocorrem à margem do controle público. Autoridades tratam assuntos internos em reuniões internacionais pagas com verbas da União. E tudo segue sem consequências.
Em 2023, Motta usou jato executivo para festa privada
No ano anterior, Hugo Motta protagonizou outro episódio polêmico. Como revelou o AeroJota, o deputado alugou um jato executivo por mais de R$ 110 mil para comparecer à festa de aniversário de um amigo. A Câmara dos Deputados cobriu a despesa com verba pública. Nenhuma punição foi aplicada. O caso reflete o padrão de impunidade que domina a elite política brasileira.
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