FAB passa por dificuldades, mas busca caribenhos em seus países para reunião com Lula

Jota

2 de julho de 2025

Avião da FAB busca delegação no Caribe_Imagem Ilustrativa

FAB busca caribenhos para reunião com Lula

Poucos dias antes do acidente que deixou a brasileira Juliana Marins ferida em uma trilha na Indonésia, o governo Lula ordenou que a Força Aérea Brasileira (FAB) transportasse autoridades caribenhas até Brasília. A operação, revelada pela Folha de S.Paulo, incluiu escalas em Nassau, Porto de Espanha e Georgetown. Apesar da complexidade logística, o governo não divulgou os custos da missão e também evitou explicar os critérios da decisão.

Avião da FAB busca delegação no Caribe_Imagem Ilustrativa
Avião da FAB busca delegação no Caribe_Imagem Ilustrativa

Crise na FAB contrasta com prioridade diplomática

Mesmo enfrentando cortes orçamentários, a FAB executou o transporte de 13 delegações estrangeiras. O objetivo do governo era garantir a presença dos chefes de Estado na Cúpula Brasil-Caribe, realizada em 13 de junho. Além disso, o Itamaraty ofereceu hospedagem em suítes executivas, com todas as despesas custeadas com dinheiro público. Enquanto isso, várias unidades da FAB relatam falta de peças, combustível e voos cancelados por questões técnicas.

Juliana caiu de um penhasco — e não houve avião da FAB para socorrê-la

Na mesma semana, Juliana Marins, de 26 anos, sofreu uma queda grave durante uma trilha no Monte Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia. Ela sobreviveu, mas só conseguiu ser resgatada após a mobilização de sua família e o apoio improvisado de guias locais. O governo brasileiro, no entanto, não ofereceu nenhuma aeronave para o resgate. Esse contraste escancara uma escolha clara de prioridades: enquanto estrangeiros voavam com conforto, cidadãos brasileiros permaneciam desamparados.

Não é a primeira vez — mas o cenário atual é crítico

O Itamaraty afirma que missões semelhantes aconteceram em governos anteriores, como em 2010. No entanto, a realidade atual da FAB é muito mais grave. Em 2025, a Força Aérea opera com restrições severas. Diversos esquadrões suspenderam voos de instrução por falta de combustível. Além disso, várias aeronaves aguardam manutenção sem previsão de retorno. Mesmo assim, a agenda diplomática do presidente recebeu prioridade absoluta.

FAB busca caribenhos com possível uso do jato VC‑99

Até o momento, o governo não revelou qual avião foi utilizado na missão. No entanto, fontes do setor indicam que a FAB pode ter usado o VC‑99, versão militar do Embraer ERJ‑145. O jato tem alcance de 2.800 km e capacidade para cerca de 45 passageiros, sendo frequentemente usado em missões diplomáticas e transporte de autoridades. O trajeto realizado pela aeronave é compatível com as características do VC‑99. Apesar disso, nem o Itamaraty nem a FAB confirmaram oficialmente o modelo.

Aviação comercial era alternativa mais econômica — por que não foi usada?

O episódio em que a FAB busca caribenhos para reunião com Lula levanta outra pergunta relevante: por que essas autoridades estrangeiras não utilizaram voos comerciais? Vários dos países atendidos pela missão possuem conexões aéreas regulares com o Brasil, inclusive com companhias de bandeira nacional e rotas regionais. Ainda assim, o governo federal preferiu deslocar uma aeronave militar — provavelmente vazia no trajeto de ida — para buscar as delegações. Depois, o avião retornou igualmente sem passageiros. A escolha custou caro aos cofres públicos e não foi acompanhada de qualquer justificativa técnica ou diplomática convincente. Para muitos, trata-se de um gesto político disfarçado de logística oficial, com prejuízo direto ao contribuinte.

Contradição exposta: FAB busca caribenhos enquanto enfrenta cortes

A operação em que a FAB busca caribenhos para reunião com Lula, revelada pela Folha de S.Paulo, revela uma contradição grave entre discurso institucional e prática governamental. Em um momento de profunda crise nas Forças Armadas, o governo priorizou um evento internacional e deixou de lado as necessidades internas. O episódio reforça a percepção de que o interesse diplomático, muitas vezes, ignora os reais desafios enfrentados pelos próprios brasileiros.

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