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Ficção científica falha. (Cmte. José Passarelli)

Os fatos inconsistentes entre roteiro artístico e os estudos da física nos filmes de Jornada nas estrelas.

“A física que nos separa”

‘Ficção científica falha’

Erros são evidentes na programação de ficção científica na TV. ‘Jornada nas Estrelas’, por exemplo, apesar de seu charme e da forte perspectiva internacional e interespécies, ignora frequentemente os fatos científicos mais elementares. A ideia de que o senhor Spock seria o cruzamento entre um ser humano e uma forma de vida que evoluiu independentemente no planeta Vulcano é muito menos provável em termos genéticos do que um cruzamento bem-sucedido entre um homem e uma couve-flor.

Entretanto, a ideia abre um precedente na cultura popular para os híbridos extra-terrestres/humanos que mais tarde se tornaram o elemento central nas histórias de sequestros por ETs. Deve haver dezenas de espécies alienígenas nos vários filmes e episódios da série de televisão ‘Jornada nas Estrelas’. Quase todos que tomam algum tempo de nossa atenção são variantes secundárias de humanos. Isso é causado por uma necessidade econômica, pois o custo é apenas de um autor e uma máscara de látex, mas vai contra a natureza estocástica do processo evolutivo. Se houver alienígenas, acho que quase todos eles vão parecer muitíssimo menos humanos do que os Klingons e os Romulanos e estarão num nível de tecnologia extremamente distintos. ‘Jornada nas Estrelas’ não enfrenta os fatos da evolução.

Em muitos programas e filmes de TV, até a ciência casual- as variantes descartáveis, que são essenciais para uma trama já desprovida de ciência – é feita incompetentemente. Custa muito pouco contratar um estudante de pós-graduação em física pra ler o roteiro e garantir a precisão científica. Mas, que eu saiba, isso jamais é feito. O resultado é que temos disparates como o ‘parsec’ ser mencionado como uma unidade de velocidade, e não de distância, no filme ‘Guerra nas Estrelas’- sob muitos outros aspectos, exemplar. Se essas coisas fossem feitas com um pouco mais de cuidado, poderiam até melhorar a trama; sem dúvida, ajudariam a transmitir um pouco de ciência ao grande público.

Coluna de JPassarelli     

Cmte. José Passarelli  

Engenheiro Cívil
Professor Universitário
Instrutor de Navegação Aérea
Teoria de Voo
Aerodinâmica em Voo em Escolas  de Aviação Civil
Escreve voluntariamente para o site AeroJota  

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