Senado expõe a fragilidade da Força Aérea Brasileira

Jota

16 de setembro de 2025

FAB não esta conseguindo repor aeronaves por falta de recursos

Em audiência pública realizada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), no Senado Federal, a Força Aérea Brasileira (FAB) voltou ao centro do debate sobre a fragilidade da defesa nacional. Enquanto o governo federal corta recursos essenciais para modernização e manutenção da frota, continua priorizando o uso de aeronaves executivas da FAB para transporte de autoridades. Esse contraste evidencia a falta de prioridade com a defesa aérea e escancara um processo de enfraquecimento institucional.

Representantes das Forças Armadas e da indústria de defesa destacaram a urgência de mais recursos e previsibilidade orçamentária, pois sem planejamento contínuo não há como recuperar a capacidade aérea. Além disso, a demora em aprovar medidas compromete ainda mais o desempenho da instituição.

FAB não esta conseguindo repor aeronaves por falta de recursos
FAB não esta conseguindo repor aeronaves por falta de recursos

Nos últimos dez anos, a FAB viu sua frota cair de 526 para apenas 319 aeronaves em condições de operação, uma redução de 40%. O próprio chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araújo, reconheceu que o corte é consequência direta de investimentos insuficientes. Dessa forma, a falta de reposição na mesma velocidade aprofunda a defasagem e compromete setores estratégicos, sobretudo transporte, defesa aérea e patrulha.

A redução da frota impactou também o esforço aéreo. As horas de voo anuais caíram pela metade, o que reduziu a proficiência das tripulações. Desse modo, aeronaves estão em piores condições e os pilotos treinam menos do que o necessário para manter a prontidão. Além disso, o próprio comando admite que essa limitação coloca em risco a doutrina operacional e o preparo para emergências.

O cenário restritivo levou à evasão de pilotos. Muitos oficiais migraram para a aviação comercial, onde encontram melhores condições de trabalho e salários mais atrativos. Com isso, a FAB perde profissionais experientes e de difícil substituição. Logo, o quadro se agrava, pois a saída de militares gera ainda mais pressão sobre os que permanecem em serviço.

O comando da Aeronáutica ressaltou que a FAB precisa investir urgentemente em armamentos modernos, como mísseis e drones armados. Além disso, também são necessários recursos para projetos espaciais, satélites de monitoramento e novas aeronaves de caça e transporte. Nesse sentido, especialistas afirmam que, sem modernização, o Brasil ficará cada vez mais distante de outras forças aéreas que já operam tecnologias de ponta.

Nesse contexto, parlamentares defenderam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2023. O texto prevê destinar, anualmente, ao menos 2% do PIB ao Ministério da Defesa, com 35% aplicados em projetos estratégicos. Segundo especialistas, a medida é emergencial e poderia garantir previsibilidade orçamentária. Dessa forma, haveria condições mínimas para recuperar a frota, modernizar a aviação de combate e assegurar a permanência de pilotos qualificados.

O relatório da audiência seguirá para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob relatoria do senador da extrema-esquerda Randolfe Rodrigues (PT-AP), aliado do Governo Federal. Entretanto, até que haja aprovação e execução real dos recursos, a FAB continuará enfrentando limitações severas. Em contrapartida, outros países da região investem em modernização e ampliam suas capacidades. Assim sendo, o Brasil corre o risco de comprometer sua soberania e sua capacidade de resposta em crises regionais.

Quer levar um pedacinho da história da aviação para casa? Confira o Classificados Aeronáutico AEROJOTA com souvenirs, colecionáveis e decorativos exclusivos. Acesse agora: www.aerojota.com.br e descubra raridades que fazem qualquer apaixonado por aviação decolar de emoção!