Gasto da FAB para buscar Nadine Heredia é detalhado e provoca reação no Congresso
Governo confirma gasto da FAB para buscar Nadine Heredia e gera debate sobre asilo
O gasto da FAB para buscar Nadine Heredia foi divulgado pela Força Aérea Brasileira (FAB), que destinou R$ 345.013,56 à missão que trouxe ao Brasil a ex-primeira-dama do Peru. A operação ocorreu após o pedido de asilo político apresentado por ela em 15 de abril deste ano. A informação aparece no Requerimento de Informação nº 5716/2025, apresentado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS). Segundo o documento, o pedido da operação partiu diretamente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Ministério das Relações Exteriores. Além disso, o ministério coordenou todas as tratativas diplomáticas relacionadas à saída da ex-primeira-dama de Lima.
Detalhes operacionais da missão da FAB
A missão utilizou o jato militar VC-99C, de matrícula FAB 2560, pertencente ao Grupo de Transporte Especial. A aeronave partiu de Brasília rumo a Lima, com uma escala técnica em Cuiabá. Durante o deslocamento, o trajeto ocorreu entre os dias 15 e 16 de abril. A tripulação incluía seis militares, sendo três pilotos, um mecânico e dois comissários de voo. Segundo a FAB, o valor total da operação reuniu custos logísticos, diárias e taxas aeroportuárias. Desse modo, esses elementos estruturaram toda a execução da missão.
Composição dos custos apresentados pela FAB
A FAB divulgou a composição dos gastos, que totalizou R$ 345.013,56. No detalhamento, foram registrados R$ 318.009,20 em custos logísticos, incluindo combustível, manutenção, depreciação e horas de voo. Além disso, houve R$ 7.547,62 destinados às diárias da tripulação. Por fim, o relatório mencionou R$ 19.456,74 em taxas aeroportuárias e serviços de handling. Assim, a Força Aérea apresentou a lista completa dos valores empregados na missão.
Críticas e repercussão política
A confirmação dos valores gerou críticas no Congresso Nacional. Marcel van Hattem afirmou que o governo utilizou uma aeronave da FAB “como Uber” para transportar alguém que considerou “corrupta” condenada no Peru. Segundo ele, esse gesto demonstrou que “o Brasil virou abrigo de corruptos”. A oposição, além disso, acusou o governo de transformar o país em refúgio para pessoas condenadas por corrupção. Parlamentares também apontaram que o governo concedeu asilo político “à mulher de um ex-presidente condenado no Peru”. Com isso, os debates sobre o uso da estrutura militar ganharam intensidade.
Consequência diplomática e alegação de interferência
Na época da operação, o acolhimento de Nadine Heredia pelo Brasil provocou acusações de interferência na soberania peruana. Entretanto, fontes políticas afirmaram que a concessão de asilo somada ao uso de uma aeronave militar para realizar o transporte evidenciou que o tratamento não se baseou em perseguição política ou ideológica. Por outro lado, os críticos destacaram que o caso envolveu desvio de recursos, inclusive de empresas que também corromperam no Brasil durante o governo Lula.
Além disso, organizações dedicadas à integridade pública manifestaram preocupação com a decisão, alegando que o gesto poderia comprometer o combate à impunidade na América Latina. Enquanto isso, a imprensa peruana destacou que a saída de Heredia ocorreu com salvo-conduto concedido pelo governo brasileiro.
Contexto do pedido de asilo e da situação judicial de Nadine Heredia
Nadine Heredia recebeu condenação da Justiça peruana a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. As acusações afirmam que ela e seu marido, Ollanta Humala, receberam cerca de US$ 3 milhões da Odebrecht (atual Novonor) e do governo venezuelano para financiar as campanhas de 2006 e 2011.
Depois da condenação, ela pediu asilo diplomático ao Brasil, entrou na embaixada brasileira em Lima e permaneceu no local até receber autorização para deixar o país. Por fim, ela saiu do Peru e embarcou no jato militar da FAB que realizou a missão de trazê-la ao Brasil.
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