Gastos-com-iguarias-na-FAB
A situação da Força Aérea Brasileira (FAB) tem sido alvo de críticas constantes nos últimos meses. Denúncias envolvendo o uso indevido de aeronaves oficiais, desinteresse por cargos na instituição e investimentos considerados supérfluos em tempos de austeridade acentuam a sensação de desalinhamento entre comando e tropa.
Esses episódios geram uma crise de imagem preocupante para a instituição, cuja reputação esteve historicamente ligada à disciplina, à eficiência operacional e ao compromisso com o interesse público.
A Força Aérea Brasileira (FAB) publicou, em 22 de abril de 2025, uma licitação para adquirir alimentos destinados ao gabinete do comandante, Tenente-Brigadeiro Do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.
O edital, divulgado no Diário Oficial da União, prevê gastos de aproximadamente R$ 1,1 milhão em produtos como queijos importados, sorvetes especiais, castanhas nobres e azeites de alta qualidade.
Segundo informações da própria FAB, a aquisição atende tanto refeições diárias quanto eventos oficiais.
Entre as ocasiões previstas estão almoços com o presidente Lula e encontros com oficiais-generais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Entre alguns dos itens destacados no edital estão:
Além desses produtos principais, a lista inclui ainda queijos brie, gruyère, emmental, roquefort e provolone.
Somam-se também sorvetes gourmet em sabores variados, como cappuccino, limone e fragola.
Por outro lado, a licitação contempla alimentos de apoio para eventos, como arroz arbóreo, aspargos inteiros, amêndoas, mix de castanhas nobres e azeitonas recheadas com pasta de pimentão.
Esses itens reforçam o perfil sofisticado da lista de compras.
Essa não é a primeira vez que o gabinete do comandante promove aquisições de produtos considerados de luxo.
Em junho de 2024, por exemplo, outra licitação destinou aproximadamente R$ 744 mil para a compra de carnes nobres e embutidos.
Entre os itens adquiridos, estavam:
Além disso, o histórico de compras envolvendo alimentos premium acabou gerando críticas dentro e fora do meio militar.
Essas críticas, por sua vez, destacam o contraste entre os gastos do alto comando e as restrições orçamentárias enfrentadas pelas bases operacionais.
A divulgação da nova licitação, por sua vez, provocou forte repercussão nas redes sociais e em setores da imprensa.
De acordo com usuários e comentaristas, embora a aquisição dos itens seja legal, ela não transmite uma imagem de austeridade compatível com o momento vivido pela Força Aérea Brasileira.
Além disso, especialistas em gestão pública enfatizam que decisões administrativas, especialmente em instituições militares, devem considerar não apenas a legalidade, mas também o simbolismo transmitido à sociedade e a sua tropa.
Por fim, analistas alertam que, em tempos de contenção fiscal e cobrança por eficiência, o padrão de consumo do Cmte e de seu Alto Comando deve refletir o esforço coletivo vivenciado pelas tropas na base, do Soldado ao Coronel.
Historicamente, a reputação da FAB esteve associada a valores como disciplina, compromisso com o interesse público e eficiência operacional.
Entretanto, gestos administrativos percebidos como distantes da realidade vivida pela tropa podem, por consequência, enfraquecer a confiança tanto interna quanto externa.
Além disso, em contextos de crise econômica e forte pressão pública por responsabilidade fiscal, a simbologia dos atos administrativos se torna tão relevante quanto a execução orçamentária propriamente dita.
Embora os valores licitados representem apenas uma fração do orçamento da Força Aérea Brasileira, o impacto simbólico não deve ser ignorado. O consumo de itens de luxo, em meio a restrições enfrentadas pela tropa, gera desconforto e amplia o sentimento de distanciamento.
Essa percepção de desigualdade entre o comando e a base militar pode enfraquecer a coesão interna. Além disso, afeta diretamente a credibilidade da instituição perante a sociedade.
Por fim, especialistas em gestão pública e militares da reserva criticam os sinais enviados pelo alto escalão. Segundo eles, em tempos de crise, as ações da liderança devem refletir o esforço coletivo vivido nas unidades militares.
A íntegra da matéria original pode ser lida no portal Metrópoles, nos links abaixo:
https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/fab-usa-almocos-com-lula-para-justificar-compra-de-queijos-e-sorvetes
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/aviso-de-licitacao-625089855
https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/fab-vai-gastar-r-30-mil-em-bacalhau-para-gabinete-do-comandante
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