Greve dos comissários da Air Canada já afeta meio milhão de passageiros e desafia ordem judicial

Jota

18 de agosto de 2025

Greve dos Comissários da Air Canadá_Foto Digulcação

A greve dos comissários da Air Canada começou em 16 de agosto de 2025, envolvendo cerca de 10 mil tripulantes representados pelo sindicato CUPE – Canadian Union of Public Employees, em português Sindicato Canadense dos Empregados Públicos -. Desde então, todos os voos da Air Canada e Air Canada Rouge estão suspensos, gerando impacto em meio milhão de passageiros em apenas quatro dias. Estima-se que 130 mil pessoas sejam afetadas por dia, cenário que já marca um dos maiores colapsos da aviação canadense em décadas.

Aviao-da-Air-Canada_Imagem-divulgacao
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O Conselho Canadense de Relações Industriais (CIRB) considerou a greve ilegal e determinou o retorno imediato ao trabalho, mas o sindicato recusou a ordem judicial. A entidade alega que a decisão é inconstitucional e mantém a paralisação. O presidente nacional do CUPE, Mark Hancock, declarou que está disposto até a ser preso para defender os direitos dos trabalhadores, aumentando a tensão com o governo.

A crise já afeta diretamente o setor financeiro. A Air Canada suspendeu suas projeções de lucro para o terceiro trimestre e para todo o ano de 2025. O CEO Mike Rousseau afirmou estar “surpreso e desapontado” com a decisão do sindicato de manter a greve, classificando o movimento como ilegal. Sem previsão de acordo, os prejuízos crescem a cada dia, comprometendo não apenas as receitas, mas também a imagem da companhia no cenário global.

Enquanto o impasse continua, passageiros em diferentes partes do mundo vivem a incerteza de não saber quando conseguirão embarcar. Os voos para o Brasil permanecem cancelados até, pelo menos, 19 de agosto. A empresa orienta que apenas clientes com novas reservas confirmadas se dirijam aos aeroportos. Como compensação, oferece reembolso integral, crédito para futuras viagens ou remarcação em outra companhia aérea.

A origem da greve está ligada à rejeição do novo acordo coletivo. A companhia ofereceu 38% de aumento salarial em quatro anos, mas o sindicato alegou que o valor está abaixo da inflação e não contempla o chamado “ground pay” — pagamento por horas de trabalho em solo, que somam cerca de 35 horas mensais não remuneradas. Esse ponto é central para os tripulantes, que afirmam não aceitar continuar sem essa compensação.

O conflito ocorre em plena alta temporada de verão no hemisfério norte, quando a demanda por voos atinge seu auge. O prolongamento da crise não apenas afeta passageiros e a economia, mas também gera forte pressão sobre o governo canadense, que já estuda ações legais ou legislações emergenciais para garantir a retomada dos serviços. A greve dos comissários da Air Canada segue, portanto, como um impasse que pode evoluir de disputa trabalhista para tema político de alcance nacional

A greve dos comissários da Air Canada continua sem prazo definido para terminar, desafiando ordens judiciais e ampliando os impactos sobre passageiros, economia e o setor aéreo internacional.

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