Air Canada enfrenta crise: comissários rejeitam acordo e levam disputa para arbitragem
Comissários da Air Canada dizem não a proposta salarial e confronto vai parar na mediação
A greve dos comissários da Air Canada segue sem solução após a rejeição em massa do novo acordo salarial. Em votação expressiva, 99,1% da categoria disseram não à proposta apresentada pela companhia. Portanto, o impasse entre empresa e trabalhadores permanece, mesmo após semanas de negociações intensas. Além disso, o resultado reforça que a relação entre as partes atingiu um nível crítico de desgaste.
A votação que marcou a disputa salarial
A consulta registrou quase 100% de participação da categoria, o que reforça a legitimidade do resultado. No entanto, a proposta, apesar dos reajustes iniciais, não atendeu às necessidades mínimas. Dessa forma, os salários permaneceriam abaixo do mínimo federal canadense, fixado em 17,75 dólares por hora, equivalente a 2.840 dólares mensais em uma jornada de 40 horas.
Na prática, um comissário da Air Canada Rouge receberia cerca de 2.219 dólares mensais, enquanto os da operação principal chegariam a 2.522 dólares. Ainda assim, ambos continuariam abaixo do piso nacional, o que tornou a oferta insustentável para o sindicato.
O que a empresa ofereceu no novo acordo
A Air Canada apresentou aumentos de 12% no primeiro ano para profissionais da Rouge e para aqueles com até cinco anos de serviço. Já os que possuem mais de seis anos teriam reajuste de 8%. Para os três anos seguintes, a empresa previa aumentos graduais de 3%, 2,5% e 2,75%.
Além disso, o pacote incluía pagamento parcial por tarefas em solo, como embarque e desembarque, que antes não eram remuneradas. Apesar desse avanço, o sindicato considerou a proposta insuficiente. Segundo a entidade, a companhia apenas aguardava intervenção governamental, sem negociar de forma transparente.
Greve, mediação e perda do direito de paralisação
Em agosto, a categoria realizou uma greve de três dias que paralisou centenas de voos e afetou mais de meio milhão de passageiros. Entretanto, o governo federal interveio com ordem de retorno imediato ao trabalho e determinou arbitragem obrigatória.
Por conta desse acordo, os comissários não podem iniciar nova greve neste momento. Assim, mesmo diante da rejeição atual, as partes precisam resolver o impasse por mediação e, se necessário, arbitragem. Portanto, a pressão sindical ficou limitada, reduzindo o poder de barganha da categoria.
Impacto na aviação e próximos passos da disputa
Esse caso reacende um debate global sobre a remuneração justa dos comissários de bordo. Afinal, o tempo de trabalho em solo também exige reconhecimento financeiro. Nos Estados Unidos, sindicatos observam a mobilização canadense e pressionam por mudanças semelhantes.
Agora, com a rejeição massiva, a questão seguirá para mediação formal. Se não houver acordo, a decisão ficará a cargo da arbitragem. Apesar disso, a categoria espera alcançar um desfecho que finalmente garanta salários condizentes com sua responsabilidade essencial para a segurança dos voos.
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