Licitação do helicóptero Black Hawk para a PM do Rio chega à fase final com lance de R$ 70,3 milhões
Rio de Janeiro pode operar seu primeiro helicóptero Black Hawk fora das Forças Armadas no Brasil
O Governo do Estado do Rio de Janeiro avançou na compra de um helicóptero Sikorsky UH 60 Black Hawk para a Polícia Militar. A licitação terminou com lance de R$ 70,3 milhões e colocou a empresa Bluer Air Táxi Aéreo na primeira posição.
Quem é a Bluer Air Táxi Aéreo, vencedora da licitação
A Bluer Air Táxi Aéreo é uma empresa brasileira de aviação executiva e serviços aéreos, homologada pela ANAC para operações de táxi aéreo e contratos especiais. Além disso, a companhia atua com gestão de aeronaves, fretamentos e projetos sob demanda. Não possui site ativo na Web.
No entanto, a empresa também possui experiência em processos de aquisição e importação de aeronaves, incluindo a coordenação de trâmites regulatórios, certificação e entrega técnica no Brasil. Esse perfil atende diretamente ao modelo adotado pelo Estado do Rio de Janeiro na licitação.
Por isso, no certame do Black Hawk, a Bluer Air apresentou a proposta mais competitiva dentro do formato de “leilão invertido”, além de assumir a responsabilidade integral pela compra no exterior, importação, certificação provisória, treinamento de pilotos e mecânicos.
Assim, a escolha da empresa reflete não apenas o menor valor final, mas também a capacidade de entregar um pacote completo, alinhado às exigências operacionais e administrativas do edital.
Quando o Rio começou a tratar do Black Hawk
O tema ganhou tração pública em maio de 2025, quando o governo do estado sinalizou a chegada de um Black Hawk blindado para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ. Depois disso, o processo evoluiu para documentos técnicos e uma licitação internacional.
Além disso, o Termo de Referência da Secretária de Estado de Polícia Militar – SEPM – detalhou o cenário operacional e citou aumento relevante de avarias por tiros em helicópteros do Grupamento Aeromóvel – GAM -. Com esse contexto, o estado reforçou a necessidade de uma aeronave mais protegida e com maior capacidade.
Por que o Black Hawk entrou como opção
O edital buscou um helicóptero bimotor blindado para missões de apoio tático, transporte seguro de tropas e evacuação médica em ambiente hostil. Ao mesmo tempo, o documento descreveu o risco crescente em operações, o que puxou a exigência de proteção balística.
Na prática, os requisitos técnicos miraram um patamar acima do que a frota atual costuma entregar, como levar até 12 operadores equipados e operar também por instrumentos, de dia e de noite. Além disso, o texto citou blindagem resistente a disparos 7.62x51mm, entre outros parâmetros.
Como foi a licitação e quem ficou na frente
Em julho, o estado tentou comprar o helicóptero, porém a licitação não atraiu interessados e acabou sem propostas. Depois, o Rio relançou o processo e recebeu ofertas das empresas especializadas, Aeromot, Bluer Air Táxi Aéreo, Helisul Táxi Aéreo e GB Motor.
Na disputa por menor preço, a Helisul reduziu R$ 20 mil, mas a Bluer Air superou o lance com desconto maior e fechou em R$ 70,3 milhões. Agora, a empresa segue para a etapa final de habilitação e entrega de documentos.
Por que o Estado do RJ não comprou direto, como fazem as Forças Armadas
O processo do Rio de Janeiro seguiu como pregão eletrônico internacional, dentro do rito de compras públicas. Por isso, o estado estruturou a contratação para que a vencedora entregue o pacote completo, incluindo entrega no destino e documentação.
Além disso, a operação policial entra no ambiente civil, então ela precisa lidar com importação, tributos e trâmites de recebimento, aceitação e treinamento previstos no contrato. O próprio Termo de Referência detalha prazos ligados a licenças de importação e exportação, modelo de entrega no local e itens como treinamento de pilotos e mecânicos.
Enquanto isso, as Forças Armadas costumam usar caminhos de aquisição e acordos específicos de defesa, com estruturas próprias para logística e recebimento militar. Já um governo estadual, em regra, precisa contratar via licitação e amarrar no edital a importação e a entrega “chave na mão” com uma empresa responsável.
Expectativa de chegada e operação inédita no país
Se o processo terminar sem intercorrências, o estado pode receber a aeronave no início de 2026. No entanto, o cronograma ainda depende de compra e nacionalização. Caso isso se confirme, o Rio de Janeiro pode inaugurar a operação de um helicóptero Black Hawk na Polícia Militar. Além disso, o estado pode marcar a primeira operação do modelo fora das Forças Armadas no Brasil.
