Incidente com o FAB 6053 ocorreu durante treinamento de toque e arremetida

O incidente FAB 6053 ocorreu durante treinamento e levanta suspeitas sobre falha no trem de pouso

Incidente com o FAB 6053 em São José dos Campos gera investigação

No fim da tarde de segunda-feira, 7 de abril de 2025, por volta das 17h25, um incidente chamou atenção no Aeroporto de São José dos Campos–SP. A aeronave envolvida, o FAB 6053 Hawker IU-93A, pertence ao Grupamento de Inspeção em Voo (GEIV) da Força Aérea Brasileira (FAB) e está baseada no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Durante uma sessão de treinamento com toques e arremetidas, o avião por algum motivo não oficial ainda, no terceiro toque na pista, sofreu um incidente, saindo do eixo da pista, resultando em avarias na asa direita. Embora o procedimento fosse rotineiro, o impacto desse episódio levanta hipóteses sobre uma possível falha no trem de pouso direito, que pode ter colapsado, causando o desvio da aeronave para fora da pista.

Além disso, o fato de o treinamento envolver múltiplas manobras exige atenção redobrada da tripulação, principalmente em pistas compartilhadas com tráfego civil.

Imagens e relatos sugerem danos adicionais no motor direito

No dia seguinte, 8 de abril, imagens divulgadas nas redes sociais mostraram possível ingestão de detritos pelo motor direito da aeronave. Logo após o incidente, diversas fotos começaram a circular entre profissionais da área e entusiastas da aviação.

Ademais, embora os danos exatos ainda não tenham sido oficialmente confirmados, o material visual reforça as suspeitas de que o incidente possa ter comprometido mais do que apenas o trem de pouso, com danos significativos na asa direita e na parte de baixo do avião

Conversa entre piloto e torre mostra intenções claras de treino, não de pouso definitivo

Durante o treinamento, o piloto do FAB 6053 deixou claro que não havia intenção de pouso completo de imediato. Conforme a comunicação registrada, a torre autorizou a operação de toque e arremetida. A seguir, trechos da conversa evidenciam a operação planejada:

Torre: GEIV, só confirmando intenções. O seu toque arremete ou arremete nos mínimos?
Piloto: Toque e arremete, GEIV 53.
Torre: Ciente, 53. Toque e arremetida autorizados. Cabeceira Uno-meia. Vento um-oito-zero graus. Sete nós.
Piloto: Autorizado toque e arremetida para o GEIV 53.
Torre: GEIV 53 tocou e arremeteu uno-uno (17h11). Confirme intenções.
Piloto: Tráfego. Se possível pela esquerda. Tráfego visual mantendo 3.600 pés (aprox. 1.097 metros).
Torre: GEIV 53, o voo instrumento cancelado aos Dois-zero-um-um (17h11). Circuito padrão direita-esquerda e retorna pronto para girar base.
Torre: GEIV 53 tocou e arremeteu uno-sete (17h17). Circuito padrão. Reporta para girar base.
Torre: GEIV 53, intenções. Quantos toques no aeródromo?
Piloto: Mais sete toques.
Torre: Ciente. Sete toques.
Piloto: Autorizado toque e arremetida para GEIV 53, cabeceira uno-meia.
Torre: GEIV 53, torre. GEIV 53 – Nesse momento o avião já estava deslocado fora da pista.

Investigação deve esclarecer causa do incidente

Até o momento, nenhum comunicado oficial da Força Aérea Brasileira foi emitido sobre o que exatamente causou o problema. Embora seja natural especular diante das imagens e informações disponíveis, é prudente aguardar os resultados da investigação técnica.

Conforme a carta de aproximação por instrumentos do aeroporto, as aeronaves devem executar a manobra de aproximação final com ângulo de 157 graus, mantendo altitude de aproximadamente 3.600 pés, o que demonstra a normalidade operacional do local. Ainda assim, esse tipo de operação é rotineira para aeronaves militares do GEIV.

Considerações finais sobre o incidente com o FAB 6053

Este incidente, embora sem vítimas, serve como um lembrete da importância dos procedimentos de segurança, da constante manutenção de aeronaves e do rigor técnico nas operações militares. Eventos assim, infelizmente, acontecem. Contudo, é justamente por meio da transparência e investigação técnica que se fortalece a segurança operacional da aviação brasileira.

Para entender melhor o trabalho do GEIV, assista ao vídeo que incluímos ao final desta matéria. Dessa forma, é possível conhecer a importância das inspeções em voo e a rotina técnica dessas aeronaves.

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