Inspeções preventivas reforçam segurança dos Boeing 787 na Índia

Jota

15 de junho de 2025

Manutenções preventivas obrigatórias nos Aviões B-787 na India.

O acidente com o voo AI 171 da Air India, ocorrido em 12 de junho de 2025, levou a DGCA, autoridade de aviação civil da Índia, a implementar inspeções obrigatórias em todos os aviões Boeing 787 registrados no país. A nova diretriz entrou em vigor no domingo, 15 de junho. Desde então, as 33 aeronaves da Air India, todas equipadas com motores General Electric GENx, entraram em regime de inspeção rigorosa antes de cada decolagem.

Manutenções preventivas obrigatórias nos Aviões B-787 na India.
Manutenções preventivas obrigatórias nos Aviões B-787 na India.

O voo AI171 partiu do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, com destino a Londres. Contudo, cerca de 30 segundos após a decolagem, o avião perdeu sustentação e colidiu com um edifício residencial próximo à universidade local. A tragédia deixou 241 mortos entre os ocupantes da aeronave e causou dezenas de vítimas em solo. As autoridades já confirmaram pelo menos 33 dessas mortes. Apenas um passageiro sobreviveu. Desde então, a investigação mobiliza órgãos internacionais e levanta questionamentos sobre possíveis falhas técnicas no modelo Boeing 787.

Para reforçar a segurança operacional, a DGCA estabeleceu uma série de verificações obrigatórias nos modelos 787-8 e 787-9 da Air India. Embora nem todas as checagens ocorram antes de cada voo, os testes passaram a ser realizados com maior frequência e atenção nas aeronaves em operação. A inspeção inclui os seguintes pontos:

  1. Verificação do monitor de parâmetros de combustível e seus sistemas associados.
  2. Inspeção no sistema de compressão de ar da cabine e componentes relacionados.
  3. Teste no sistema eletrônico de controle do motor (FADEC).
  4. Checagem do sistema de alimentação de combustível e dos atuadores do sistema de óleo.
  5. Avaliação completa da capacidade de operação do sistema hidráulico.
  6. Verificação detalhada dos parâmetros de decolagem.

Além disso, as equipes de manutenção analisam registros técnicos de voos anteriores e comparam essas informações com os alertas emitidos pelos sistemas internos da aeronave.

Até o momento, os investigadores ainda não divulgaram um relatório conclusivo. No entanto, imagens de câmeras de segurança revelam que a aeronave não ganhou altitude suficiente após a decolagem e permaneceu em trajetória descendente até o impacto. Além disso, o trem de pouso permaneceu estendido durante toda a curta trajetória de voo, o que pode indicar que a tripulação já enfrentava dificuldades logo nos primeiros segundos de subida.

Embora as causas exatas ainda estejam sob análise, especialistas consideram falhas no empuxo dos motores, no controle automático de potência (FADEC) ou em comandos de voo como possibilidades prováveis. O gravador de dados de voo (FDR) já foi localizado, mas o gravador de voz da cabine (CVR) continuava desaparecido. Equipes da Boeing, do NTSB dos Estados Unidos e da AAIB do Reino Unido seguem atuando em conjunto com as autoridades indianas na apuração dos fatos.

Como reflexo das novas exigências de segurança, a Air India emitiu comunicados sobre atrasos em voos internacionais. A companhia reprogramou horários e ofereceu remarcações aos passageiros afetados. Dessa forma, tenta reduzir os transtornos causados pela medida emergencial.

Até o momento, nove aeronaves da frota já passaram pela checagem técnica. A DGCA estuda a suspensão temporária de algumas operações, mas aguarda o avanço da investigação antes de tomar uma decisão definitiva.

A repercussão internacional foi imediata, especialmente por se tratar do primeiro grande acidente fatal envolvendo o modelo Boeing 787 Dreamliner. Como resposta, a Boeing cancelou as presenças do CEO Kelly Ortberg e da presidente da divisão comercial, Stephanie Pope, no Paris Air Show. A justificativa oficial destacou a necessidade de manter o foco total na investigação e no suporte às equipes envolvidas. Apesar disso, a participação institucional da empresa no evento foi mantida, embora com postura mais discreta e cautelosa.

Diante de uma tragédia dessa magnitude, as inspeções nos Boeing 787 da Air Índia se tornam fundamentais para restaurar a confiança na aviação. Embora os laudos finais ainda não tenham sido divulgados, os indícios já apontam para falhas técnicas como causa provável do acidente. Por fim, espera-se que o relatório preliminar, previsto para os próximos meses, traga respostas concretas sobre o que provocou a queda do voo AI171.

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