A proposta enviada pelo governo americano ao Congresso inclui 30 helicópteros de ataque, mais de 3 mil veículos blindados e apoio logístico a Israel
Israel compra 30 helicópteros Apache AH-64E dos Estados Unidos e reforça poder aéreo no Oriente Médio
Israel compra 30 helicópteros Apache AH-64E dos Estados Unidos em um pacote militar avaliado em US$ 6,4 bilhões, ainda em análise no Congresso americano. A proposta foi apresentada pela administração Trump e prevê também 3.250 veículos blindados de assalto, peças de reposição e suporte logístico. Segundo a Reuters e o Army Recognition, US$ 3,8 bilhões do total serão destinados aos helicópteros, representando o maior investimento israelense em aviação de ataque desde a década de 1990.
O contrato íntegra o programa Foreign Military Sales (FMS), que permite o envio de equipamentos militares a aliados estratégicos mediante subsídios dos Estados Unidos. A previsão é que as entregas ocorram em até três anos após a aprovação legislativa, dependendo da capacidade produtiva da Boeing e da priorização orçamentária americana. Dessa forma, Israel amplia sua frota e substitui gradualmente as versões antigas AH-64A e AH-64D, ainda em operação ativa.
Avanços e diferenciais do AH-64E
O Apache AH-64E Guardian traz inovações importantes para a Força Aérea de Israel. O modelo possui sistemas de missão de última geração, integração em rede e capacidade de operar em conjunto com drones — uma característica conhecida como Manned-Unmanned Teaming (MUM-T). Essa tecnologia permite que o piloto compartilhe ou receba dados em tempo real, ampliando o alcance de reconhecimento e ataque.
Além disso, o AH-64E oferece maior potência, melhor desempenho em altitudes elevadas e eficiência térmica, o que o torna ideal para operações em ambientes desérticos. O helicóptero também utiliza um novo rotor composto, aviônicos atualizados e sensores de vigilância mais precisos. Esses avanços colocam Israel entre os poucos países do Oriente Médio a operar a versão mais moderna do Apache.
Israel ainda planeja integrar sistemas de proteção ativos desenvolvidos pela Elbit Systems e pela BIRD Aerosystems, criando uma barreira eletrônica contra mísseis guiados. Esses dispositivos detectam ameaças e acionam automaticamente contramedidas direcionais, aumentando a taxa de sobrevivência em combate.
Críticas, desafios e contexto político
Apesar dos benefícios tecnológicos, a compra gerou debates dentro e fora dos Estados Unidos. Especialistas questionam se helicópteros tripulados de ataque continuam viáveis diante da rápida expansão dos drones armados e sistemas de defesa antiaérea modernos. Um episódio recente em Eilat, quando um drone Houthi atingiu o sul de Israel sem ser interceptado, intensificou a discussão sobre o custo-benefício dessas plataformas.
Além das críticas técnicas, há resistência política. Parte dos congressistas democratas se opõe à venda de armas ofensivas a Israel, alegando preocupações humanitárias nas operações na Faixa de Gaza. Organizações internacionais também pedem que Washington condicione novos contratos ao respeito ao direito internacional humanitário.
O momento político americano agrava o debate. Enquanto republicanos defendem a venda como sinal de lealdade estratégica, democratas apontam riscos de escalada no Oriente Médio. Assim, a aprovação final do pacote dependerá de uma disputa entre segurança e diplomacia.
Infraestrutura, operação e impacto regional
Para receber os novos helicópteros, Israel precisará ampliar sua infraestrutura aérea. A Base Aérea Ramon, no deserto do Negev, surge como candidata natural para abrigar a frota, embora precise ser modernizada para manter operações intensivas. A Base Hatzerim também é cogitada, já que possui heliporto e instalações de manutenção adequadas.
Essa incorporação dos AH-64E exigirá treinamento adicional de pilotos, padronização de procedimentos e readequação de doutrinas de combate. Técnicos israelenses já trabalham em um cronograma de adaptação que prevê a criação de novas células de manutenção e suporte tático.
Do ponto de vista regional, o contrato reforça a superioridade militar israelense sobre vizinhos como Irã e Síria. O Apache Guardian permitirá ataques de precisão com menor exposição das tripulações e maior autonomia operacional. No entanto, analistas alertam que a escalada de capacidades pode estimular uma nova corrida armamentista regional.
Perspectiva estratégica
Com a aquisição dos 30 helicópteros Apache AH-64E, Israel dá um passo decisivo para renovar sua frota de ataque e fortalecer a integração entre aeronaves tripuladas e não tripuladas. O acordo, embora polêmico, mantém o país na vanguarda tecnológica do Oriente Médio e reforça os laços históricos entre Tel Aviv e Washington.
Por outro lado, a aposta em aeronaves de alto custo e manutenção complexa levanta dúvidas sobre sua sustentabilidade a longo prazo, especialmente em cenários dominados por drones e sistemas automatizados. Ainda assim, a compra dos Apaches evidência a busca israelense por superioridade operacional, independência tecnológica e poder de dissuasão regional.
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