Sanções dos EUA Leonardo suspende suporte ao helicóptero presidencial colombiano

Jota

24 de novembro de 2025

Leonardo suspende suporte ao helicóptero presidencial colombiano_Imagem Internet

A informação de que Leonardo suspende suporte ao helicóptero presidencial colombiano ganhou relevância imediata porque expõe como sanções internacionais – Lei Magnitsky -, podem afetar aeronaves usadas por chefes de Estado. Além disso, a suspensão ampliou discussões sobre riscos regulatórios, impactos operacionais e consequências políticas, reforçando a complexidade do cenário colombiano.

Leonardo suspende suporte ao helicóptero presidencial colombiano_Imagem Internet
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A Leonardo S.p.A. informou à Fuerza Aérea Colombiana que suspenderá temporariamente o suporte técnico ao AW139 matrícula FAC 0008. Essa aeronave integra o Esquadrão de Transporte Especial 821, responsável por missões presidenciais. A empresa tomou a decisão após a inclusão do presidente Gustavo Petro na lista de sancionados da Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros dos Estados Unidos. Dessa forma, qualquer atividade envolvendo peças de origem americana, serviços conectados aos EUA ou operações no sistema financeiro norte-americano enfrenta bloqueios imediatos.

A Sergei Magnitsky Rule of Law Accountability Act surgiu para punir casos de corrupção e violações graves de direitos humanos. Com o avanço das legislações, essa base evoluiu para a Global Magnitsky Act, que ampliou o alcance das sanções. Em 24 de outubro de 2025, o governo dos Estados Unidos incluiu Petro na lista da OFAC – Office of Foreign Assets Control – Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros -, sob o Executive Order 14059, direcionado ao combate ao narcotráfico internacional. As medidas bloqueiam ativos do governo colombiano e criam riscos para fornecedores que utilizam componentes americanos em suas operações.

A decisão da Leonardo gera efeitos imediatos para a frota presidencial. Aeronaves usadas em missões oficiais dependem de suporte técnico constante, o que mantém segurança e disponibilidade. Como a empresa trabalha com softwares, sistemas e componentes de origem americana, a suspensão tornou-se obrigatória enquanto durar a restrição. O governo colombiano demonstrou insatisfação com o anúncio e estuda acionar a fabricante por possível quebra contratual.

O AW139 necessita de inspeções frequentes, atualizações de software e reposição contínua de peças. Sem essas atividades, a aeronave perde disponibilidade e aumenta a chance de atrasos em operações oficiais. Além disso, qualquer limitação técnica pode comprometer a segurança de voos e interferir na rotina presidencial, que exige alto grau de prontidão.

Segundo informações divulgadas pela imprensa colombiana, o presidente Gustavo Petro instruiu a Fuerza Aérea Colombiana a iniciar o processo de venda do helicóptero presidencial FAC-0008. Além disso, ele afirmou que pretende abrir mão da aeronave porque “praticamente não a utiliza” em suas atividades oficiais. A instrução surge no mesmo período em que a Leonardo suspende suporte técnico ao helicóptero presidencial colombiano, o que reforça a gravidade da crise operacional e contratual. No entanto, ainda não há confirmação sobre a formalização da venda ou sobre os prazos definidos para essa negociação.

A suspensão mostra como sanções internacionais podem atingir diretamente contratos de manutenção aeronáutica. Por isso, empresas brasileiras ligadas à cadeia global precisam monitorar listas de sanções e reforçar seus programas de compliance. Na aviação governamental, contratos com fornecedores estrangeiros devem prever alternativas nacionais de suporte e estratégias de contingência. Além disso, aeronaves usadas por órgãos oficiais devem avaliar a exposição a restrições do ITAR – International Traffic in Arms Regulations – exportação, uso e transferência de tecnologias militares -, e do EAR – Export Administration Regulations – controla a exportação de tecnologias civis ou de uso dual (civil e militar) -, que regulam exportações de tecnologias norte-americanas.

A Leonardo afirmou que trata a suspensão como medida preventiva e busca autorização para retomar o suporte técnico. Ainda não está claro quais sistemas do AW139 sofrem maior impacto, como softwares, treinamentos ou componentes específicos. Também é importante lembrar que a sanção aplicada a Petro está vinculada ao combate ao narcotráfico e não ao núcleo tradicional da Lei Magnitsky. Essa diferença exige contextualização cuidadosa.

Leonardo-suspende-suporte-ao-helicoptero-presidencial-colombiano_Imagem-Internet
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