FAB mostra como ficou o novo cockpit do Embraer Brasília modernizado nos EUA com aviônicos Garmin

Jota

4 de dezembro de 2025

Novo-cockpit-do-Embraer-Brasilia-C-97M-modernizado_Imagem-FAB

O novo cockpit do Embraer Brasília C-97 da FAB marca o primeiro passo concreto da Força Aérea Brasileira no programa de modernização para os C-97M. Em junho de 2025, um C-97 do Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA) – Esquadrão Guará -, decolou de Brasília rumo aos Estados Unidos para iniciar a atualização de aviônicos. A aeronave, matrícula FAB 2018, seguiu para as instalações da Worldwide Aircraft Services Inc., em Springfield, no estado de Missouri, referência em manutenção de aviões regionais.

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Na empresa norte-americana, técnicos do Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa – PAMA LS -, acompanharam todo o processo. Assim, além de modernizar o avião, a FAB começou a internalizar conhecimento para futuras atualizações realizadas no Brasil. Depois de alguns meses de trabalho, o C-97M retornou ao país e foi entregue novamente ao 6º Esquadrão de Transporte Aéreo em cerimônia na Base Aérea de Brasília – BABR -.

Com a chegada do FAB 2018, a FAB inaugurou oficialmente a fase digital da frota Brasília. O bimotor turboélice, um dos pioneiros fabricados no Brasil, deixou para trás a cabine analógica original e passou a contar com um painel totalmente redesenhado, em padrão glass cockpit. Dessa forma, a aeronave prolonga sua vida útil e ganha recursos compatíveis com as exigências atuais de navegação e segurança.

A modernização da cabine do Embraer Brasília substituiu praticamente toda a instrumentação principal por telas digitais. O centro do novo painel é a suíte Garmin G700TXi, com telas touch-screen que combinam funções de Primary Flight Display e Multi-Function Display. Cada display reúne, em uma única superfície, velocidade, altitude, atitude, rumo e demais parâmetros essenciais de voo.

Além disso, os pilotos passam a contar com telas dedicadas à navegação, ao gerenciamento de sistemas e à apresentação de informações complementares. Isso reduz a quantidade de instrumentos espalhados pelo painel, melhora a ergonomia e simplifica o treinamento das tripulações. As interfaces táteis ajudam nas mudanças rápidas de configuração e tornam a operação mais intuitiva, principalmente em cenários de alta carga de trabalho.

Outra mudança importante aparece na forma de navegar. Com o novo cockpit do Embraer Brasília, a tripulação pode exibir cartas aeronáuticas diretamente nas telas, com rotas, procedimentos de chegada e saída representados de forma clara. Assim, diminui o uso de papel e de tablets na cabine, ao mesmo tempo, em que aumenta a consciência situacional, principalmente em aproximações de maior complexidade.

A atualização não se limita ao layout da cabine. O novo cockpit do Embraer Brasília recebeu também um pacote completo de comunicação, navegação e vigilância. No campo da segurança anticolisão, a aeronave agora conta com o sistema Garmin GTS 8000, compatível com TCAS II e ACAS II, além de operar integrado ao ADS-B. Esse conjunto monitora o tráfego ao redor, identifica conflitos potenciais e emite alertas para correções de trajetória.

Já no radar meteorológico, o Brasília modernizado passou a utilizar o Garmin GWX 75. O equipamento oferece varredura horizontal de até 120 graus e alcance aproximado de 320 milhas náuticas, cerca de 590 quilômetros. Dessa forma, a tripulação consegue enxergar formações de tempestade com mais antecedência, avaliar rotas alternativas e tomar decisões mais seguras em regiões com clima instável.

A aviônica atualizada também habilita a execução de procedimentos de navegação baseada em desempenho, como aproximações RNP. Esses procedimentos utilizam navegação por satélite para manter a aeronave em trajetórias muito mais precisas. Portanto, o Brasília modernizado ganha vantagem em pistas curtas, aeroportos cercados por obstáculos e localidades com infraestrutura limitada de auxílios em solo.

Mesmo após a modernização, alguns instrumentos permaneceram analógicos, como os indicadores de motor, flapes e trens de pouso. Essa escolha preserva sistemas consagrados e reduz custos de integração. Por fim, a decisão facilita a transição para o novo padrão e mantém familiaridade para as tripulações que já operavam a versão anterior da aeronave.

O FAB 2018 é a primeira aeronave de um lote de treze C-97 selecionados para o programa de modernização. Os três primeiros exemplares passarão pelo processo nos Estados Unidos, com acompanhamento dos especialistas do PAMA-LS. A partir da quarta célula, a intenção da FAB é realizar as atualizações diretamente em Lagoa Santa, consolidando a capacidade de modernizar a frota em território nacional.

Na prática, o novo cockpit do Embraer Brasília aumenta a segurança, a eficiência operacional e a capacidade de cumprimento de missão. A frota C-97 continua apta a atuar em transporte de passageiros, apoio logístico, evacuações aeromédicas e missões de integração nacional, porém com uma cabine alinhada aos padrões de aviões mais modernos.

Por fim, o programa mostra que investimentos direcionados em aviônicos de última geração podem renovar aeronaves já consagradas. O clássico Brasília ganha uma segunda juventude, com painéis digitais, melhor consciência situacional e recursos compatíveis com a próxima década de operação na Força Aérea Brasileira.

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