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O triste fim do DC 3 da Varig matrícula PP VBF destruído no Rio de Janeiro / Piloto de Helicóptero Ruy Flemming

DC 3 matrícula PP VBF, que virou alumínio para fabricação de panela.

Eu fico imaginando a dona de casa que recebe a família num domingão:

– Esse feijão foi feito naquela panela que foi feita de C-47 que lutou na Segunda Guerra. Esse C-47 virou DC-3 e o Howard Hughes voou nele. Daí veio pro Brasil e a VARIG usou por vários anos. Gostou do feijão?

– Passa o sal.

Sabe o que assusta?

Comentários infelizes.

Eu me permito uma “licença poética” na transcrição dos absurdos que li por aí:

– Tá com pena? Leva pra vc.
– Fica tranquilo, o Musal tem outros dois.
– … acabou. O restante é só história.
– O Musal não é lixeira.

Li uma matéria interessante que falou de “textão” se referindo a pessoas que só agora se manifestam.

Alguém nos deu alguma oportunidade de tentar salvar o avião?!?

Triste demais.

Enquanto leio coisas assim imagino o esforço que já foi feito pra recuperar peças antigas por aí.

Um Stumovik russo voltou a voar depois de ter sido abatido e passado 72 anos afundado num lago.

Recentemente, coisa de menos de 10 anos, alemães trasladaram um Boeing 737 desde Fortaleza de volta para a Alemanha por causa da sua história.

Não precisa ir longe, um P-47 foi inteiramente restaurado, a ponto de voltar a estar em condições de voo, numa ação popular de arrecadação de fundos.

Olha outra postagem:

– A estrutura do DC-3 estava irrecuperável.

Imagino. Deveria estar sim. Talvez por esse motivo não gritaram aos quatro ventos que aquela relíquia histórica seria picotada.

Pegou toda a comunidade aeronáutica de surpresa.

Irrecuperável é a mente tacanha de alguns.

A pressa em resolver tem tudo a ver com as mais inadequadas soluções.

Pessoas despreparadas, usando argumentos inadequados, trabalhando no lugar errado conforme suas habilidades trazem mais prejuízos que a maresia.

A Luiza, depois de 11 mil anos, morreu mais uma vez no incêndio do Museu Nacional, junto com tantas outras relíquias.

O DC-3, ou C-47 se preferir, resistiu a mal tempo e condições inóspitas. Passou por uma guerra, mas seu maior azar foi terminar seus dias no Brasil.

Outro descaso.

Como resposta à minha postagem sobre o triste episódio alguém me perguntou:

– O avião era seu?

Não.

Não era meu.

O avião era da história da aviação e agora não existe mais.

Virou panela.

Espero que o feijão esteja de acordo com sua preferência.

Passa o sal e segue a vida.

O mundo tem um C-47 a menos.

Essa é a burrocracia.

Triste demais.

Flemming

Coletivo prá cima. Cíclico a frente.

Piloto de Helicóptero Ruy Flemming, Coronel Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.

Formou-se na Academia da Força Aérea Brasileira – AFA
Piloto do 1º Esquadrão de Instrução Aérea da AFA – 1º EIA, das Aeronaves T-25 e T-27 Tucano, formando centenas de Pilotos Militares na Academia
Piloto de Helicóptero Bell UH-1H do 2º/10º Gav – Busca e Salvamento – SAR –
Piloto da Esquadrilha da Fumaça entre os anos de 1992 e 1995 como #3 Ala Esquerda e #7 Isolado
Piloto de Helicótpero Agusta 109
Ex-Diretor da ABRAPHE – Associação de Brasileira de Pilotos de Helicópteros –

Autorizou transcrever seus artigos, causos, dicas e curiosidades aeronáutica de asa fixa ou rotativa.

Para acompanhar o Aviador Ruy Flemming nas redes sociais, acesse o link a seguir RUY FLEMMING NO AR

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