Por que a passagem aérea cara e recuperação judicial são realidade no Brasil?
Entenda como a passagem aérea cara e recuperação judicial se conectam no setor aéreo brasileiro
A passagem aérea cara e recuperação judicial são temas centrais no mercado brasileiro de aviação. Embora as tarifas sejam elevadas, as companhias aéreas enfrentam enormes desafios para equilibrar custos e receitas, o que as leva a processos de reestruturação. Esse paradoxo reflete um setor com problemas estruturais graves, como custos dolarizados, alta carga tributária e pouca margem de lucro.
Azul, Gol, Latam e Voepass em dificuldades
A Azul Linhas Aéreas pediu recuperação judicial nos Estados Unidos em maio de 2025, seguindo os passos de Gol e Latam, que recorreram ao mesmo processo em 2024 e 2020, respectivamente. A Voepass também entrou em recuperação em 2025. Ou seja, as quatro maiores companhias aéreas brasileiras precisaram reestruturar suas operações para sobreviver.
Esse movimento mostra que, apesar da passagem aérea cara e recuperação judicial parecerem opostos, ambos são consequência de um cenário financeiro muito difícil para o setor.
Custos dolarizados e margens pequenas
No Brasil, 60% dos custos das companhias aéreas — como leasing de aeronaves, manutenção e combustível — são dolarizados. O real, por outro lado, perdeu 50% do seu valor, enquanto os juros subiram 10 vezes nos últimos anos. Isso cria um descompasso enorme entre receitas em real e despesas em dólar, comprometendo a saúde financeira das empresas.
Além disso, mesmo com a passagem aérea cara e recuperação judicial, as empresas trabalham com margens muito baixas, em torno de 5% ou até menos. Em alguns casos, as passagens são vendidas abaixo do custo para manter a competitividade, aumentando ainda mais as dívidas.
Peso dos tributos agrava a crise
A elevada carga tributária é outro fator que ajuda a explicar a passagem aérea cara e recuperação judicial. Desde a compra de aeronaves e veículos de apoio até a aquisição de insumos e o combustível, tudo é muito taxado no Brasil. Há também o novo e mais caro IOF – Imposto sobre Operação Financeira -, sobre leasing, o imposto sobre a venda de passagens e as altas taxas cobradas por Infraero e ANAC, uma das maiores do mundo.
Assim, mesmo sem atuar diretamente, o governo acaba ficando com uma fatia maior do que quem gera empregos e movimenta a economia. A soma de custos dolarizados e tributos altos estrangula as companhias aéreas, criando um ambiente hostil para quem quer investir no setor. O Governo Brasileiro e suas estatais da aviação são um dos maiores problemas.
Recuperação judicial como estratégia de sobrevivência
A recuperação judicial virou a principal saída para as empresas aéreas brasileiras. Durante esse processo, elas podem renegociar dívidas, reestruturar rotas e eliminar passivos que inviabilizam as operações. Mas a readequação também gera cortes de rotas e redução da concorrência, elevando ainda mais o preço das passagens.
Esse ciclo vicioso — menos empresas, menos voos, tarifas mais caras — só aprofunda o problema. Mesmo quem compra a passagem aérea cara acaba pagando por um serviço que precisa se equilibrar entre custos altos e baixo lucro.
Caminhos para um mercado mais sustentável
Para quebrar esse ciclo, é urgente rever o sistema tributário, começando pela redução do ICMS sobre o combustível. Além disso, criar subsídios inteligentes para a aviação regional e incentivar as companhias low cost pode estimular a competitividade e a sustentabilidade do setor.
Com mudanças estruturais e políticas públicas eficientes, as companhias aéreas podem buscar um novo equilíbrio e oferecer tarifas mais justas. Assim, a passagem aérea cara e recuperação judicial podem deixar de ser regra e virar apenas uma página difícil da aviação brasileira.
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