Peru pode adquirir caças F-16 Block 70 dos Estados Unidos

Jota

17 de setembro de 2025

Peru pode adquiror Caças F-16 Block 70 dos EUA-Imagem divulgação

O Peru pode adquirir caças F-16 Block 70 dos Estados Unidos em uma negociação avaliada em US$ 3,42 bilhões. O anúncio foi feito pelo Departamento de Estado americano e confirmado pela Agência de Cooperação em Segurança de Defesa (DSCA), responsável por notificar o Congresso. A proposta ainda depende de aprovação final, mas já sinaliza uma modernização relevante para a Força Aérea Peruana.

Peru pode adquiror Caças F-16 Block 70 dos EUA-Imagem divulgação
Peru pode adquiror Caças F-16 Block 70 dos EUA-Imagem divulgação

Segundo a DSCA, o pacote prevê a entrega de 12 caças F-16 Block 70, sendo dez unidades na versão C de assento único e duas na versão D de dois assentos. Além disso, inclui 14 motores F110-GE-129, radares AESA AN/APG-83, sistemas de guerra eletrônica Viper Shield e computadores de missão de última geração. Dessa forma, o Peru passaria a contar com aeronaves e sistemas compatíveis com os padrões mais modernos da aviação militar.

O conjunto também contempla mísseis AIM-120C-8 AMRAAM e AIM-9X Block II Sidewinder, pods de designação de alvos AN/AAQ-28 Litening, dispositivos de visão noturna e simuladores de treinamento. Equipamentos de apoio em solo, peças de reposição e serviços de manutenção fazem parte do pacote, garantindo suporte logístico de longo prazo. Portanto, a proposta não se limita às aeronaves, mas abrange infraestrutura operacional completa.

De acordo com os Estados Unidos, a possível aquisição fortaleceria a capacidade do Peru de controlar seu espaço aéreo, proteger fronteiras e realizar operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo. Além disso, a DSCA argumenta que a operação reforça os objetivos de política externa de Washington, ampliando a cooperação com um parceiro estratégico na América do Sul. Assim, o acordo teria efeitos tanto militares quanto diplomáticos.

O comunicado ressalta que a venda não alteraria o equilíbrio militar regional e que o Peru tem condições de absorver os novos sistemas. Os principais fornecedores seriam a Lockheed Martin, responsável pela fabricação das aeronaves, a General Electric, que fornece os motores, e a RTX Corporation, especializada em eletrônica e radares. Até o momento, não houve confirmação de acordos de compensação industrial, mas esse ponto poderá ser negociado futuramente.

A proposta americana surge em um cenário competitivo. O Peru também avaliava caças Gripen E/F, da Saab, e Rafale, da Dassault. Em diferentes ocasiões, autoridades chegaram a demonstrar interesse no Gripen, especialmente pelos custos operacionais mais baixos e pela possibilidade de transferência de tecnologia. Entretanto, a aprovação dos Estados Unidos mantém o F-16 como alternativa viável, ampliando as opções da capital Lima. Dessa forma, o governo peruano preserva flexibilidade em sua decisão final.

Historicamente, a Força Aérea Peruana operou aeronaves como Mirage 2000, de origem francesa, e MiG-29, de origem russa. Esses caças já apresentam limitações técnicas e custos elevados de manutenção, o que reforça a necessidade de substituição. Nesse contexto, a adoção de um modelo de última geração torna-se urgente para manter a capacidade defensiva nacional e garantir maior interoperabilidade com parceiros internacionais.

Enquanto o Peru avalia suas opções, países vizinhos avançam em suas modernizações. O Brasil optou pelo Gripen E/F, priorizando transferência de tecnologia e cooperação industrial. No entanto, por limitações orçamentárias, o cronograma de entregas, inicialmente previsto para 2024, foi ampliado até 2032. O Chile, por sua vez, consolidou uma frota de F-16, constantemente atualizada, e a Colômbia discute alternativas para substituir seus caças Kfir, que enfrentam sérias restrições de operação. Além disso, a Argentina confirmou recentemente a aquisição de caças F-16 provenientes da Dinamarca, reforçando sua capacidade defensiva após anos de limitações.

Assim, a decisão peruana terá impacto direto no equilíbrio regional, podendo redefinir alianças estratégicas nos próximos anos. Caso opte pelo F-16, Lima se aproximará ainda mais dos Estados Unidos, ampliando a interoperabilidade com forças aliadas. Por outro lado, a escolha por Gripen ou Rafale poderia diversificar parcerias internacionais, mantendo maior independência estratégica.

Finalizando

Caso o Peru confirme a compra dos F-16 Block 70, dará um salto tecnológico significativo, substituindo aeronaves antigas por modelos de alto desempenho. Além disso, a aquisição reforçaria laços com os Estados Unidos, ampliando a cooperação em defesa e segurança. No entanto, a sustentabilidade do programa dependerá do compromisso orçamentário de longo prazo, já que custos de operação e manutenção de caças modernos são elevados.

Consequentemente, a decisão final terá peso não apenas para a Força Aérea Peruana, mas também para a posição estratégica do país na América do Sul. Se confirmada, a negociação marcará uma nova fase na defesa nacional, com reflexos diretos na segurança regional.

Quer levar um pedacinho da história da aviação para casa? Confira o Classificados Aeronáutico AEROJOTA com souvenirs, colecionáveis e decorativos exclusivos. Acesse agora: www.aerojota.com.br e descubra raridades que fazem qualquer apaixonado por aviação decolar de emoção!