Na verdade, a palavra aportuguesada vem de peel off, que significa descascar na língua inglesa. Descascar? Parece que é isso mesmo. Como esse termo chegou na aviação eu não tenho muita certeza, mas acontece que entre os militares, é muito comum o pilofe para pouso, especialmente na aviação de caça.
Aos colegas que passaram mais tempo que eu na caça, gostaria que me corrigissem, mas essa manobra de pouso surgiu, na Segunda Guerra, da necessidade de chegar com alta velocidade para o pouso. O motivo é bem simples. O avião mais veloz fica muito menos vulnerável a ataques vindos de outro avião, ou de algum franco-atirador escondido na final de algum aeroporto disposto a abreviar a carreira de algum aviador.
Na FAB, a gente costumava usar duas variantes do pilofe. Aquele que nós vínhamos a 1.000 pés, em velocidade de cruzeiro, e dispersávamos a esquadrilha antes do pouso. O outro é o pilofe de cabeceira, quando aproximávamos em velocidade de mergulho, na direção da cabeceira da pista para fazer o pouso. Resumindo, para fazer um pilote, o piloto tinha que se aproximar com velocidade. Daí tira toda a potência do motor enquanto faz uma curva para se encaixar na final para o pouso.
No pilofe normal, em esquadrilha de quatro aviões, depois de um sinal visual de cabeça, o líder abandona a formação em curva de 2 G reduzindo ao mínimo sua manete de potência, baixando o trem de pouso e flapes. Os demais aviões da esquadrilha saiam, também depois de um sinal visual, depois de três segundos que o avião que o precedia havia abandonado a formação.
Antes de prosseguir, lembrei de um episódio da minha época de piloto da Esquadrilha da Fumaça. Em 1994, já com alguma experiência em cambalhota no time, resolvi inventar (provavelmente o termo é reinventar) uma variação do pilofe. Em vez de realizar um pilofe de cabeceira normal a ideia era vir cheio de velocidade na proa da cabeceira e fazer um looping completo antes do pouso, baixando trem e flaps conforme as velocidades previstas no Manual de Voo iam sendo alcançadas.
Confesso que o avião ia ficando mole conforme as velocidades eram atingidas. Um dia convidei o Gamba para dar uma olhada no que havia inventado. Em meio a buzinas de estol e baixa velocidade a baixa altura ele falou o seguinte:
Flemming, fiquei com a mão no punho [de ejeção do assento]. Não sabia se ejetava ou não ejetava.
Bom. Essa manobra de pouso jamais fez parte da Esquadrilha da Fumaça…
De qualquer forma, usei muito o pilofe para pousar, embora não houvesse qualquer atividade inimiga em meus voos.
Era muito comum vir a Sampa para tratar de algum assunto de Relações Públicas da Esquadrilha da Fumaça. Na década de 90 o tráfego aéreo não era o que temos hoje e não havia tantos helicópteros para pouso ou tentando cruzar do setor E para W. Eu sempre pedia ao controlador de tráfego aéreo um pilofe. De cabeceira. Quando autorizado, “esquecia” a manete de potência lá na frente. Fumaça ligada. E fazia um grande arco pela esquerda antes do pouso.
Não sei se “descascar” é a melhor tradução para o peel off, ou pilofe como dizemos por aqui, mas devo confessar que ter feito alguns deles na 17R de Congonhas foi uma delícia!!!
Boa parte da vezes estava muito bem acompanhado do “meu” FAB1331. Deixou boas lembranças!
Ruy Flemming ex piloto do EDA (Esquadrilha da Fumaça).
Piloto de Helicóptero Ruy Flemming, Coronel Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.
Formou-se na Academia da Força Aérea Brasileira – AFA
Piloto do 1º Esquadrão de Instrução Aérea da AFA – 1º EIA, das Aeronaves T-25 e T-27 Tucano, formando centenas de Pilotos Militares na Academia
Piloto de Helicóptero Bell UH-1H do 2º/10º Gav – Esquadrão Pelicano
Piloto da Esquadrilha da Fumaça entre os anos de 1992 e 1995 como #3 Ala Esquerda e #7 Isolado
Piloto de Helicóptero Agusta 109 POWER
Ex-Diretor da ABRAPHE – Associação de Brasileira de Pilotos de Helicópteros –
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